“Porquanto,
para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Filipenses 1:21)
VIVER
PARA MORRER.
O que Deus fez foi fazer do crente
habitação do seu Espírito: “Não sabeis vós que o vosso corpo é o santuário do
Espírito Santo...?” (1 Coríntios 6:19). Como poderíamos nós viver a vida em
Cristo num corpo mortal, sem a presença do Espírito de Deus? Não há
possibilidade, porque o poder da morte em nosso sistema física acarreta sobre o
crente, tonelada de fraqueza. Sem o poder de Deus em nós não passamos de folhas
secas, levadas de um lado para o outro. Mas com a presença do Espírito Santo em
nós, temos o Senhor carregando nossas misérias e tremendas fraquezas por nós e
em nós.
Para entendermos melhor essa verdade quero
tomar Romanos 8:26: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas
fraquezas; porque não sabem o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo
Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”. O termo grego que foi
traduzido por “ajuda” transmite a nós a profundidade do trabalho do Espírito de
Deus habitando nos salvos. O termo no grego é uma palavra composta de três
palavras. A primeira é uma preposição cuja tradução significa identificação.
Ela nos mostra que o Espírito Santo se associa conosco, da mesma forma que nós
fomos identificados com Cristo em sua morte, sepultamento e ressurreição, e
também da mesma forma como Cristo se identificou conosco quando se humilhar e
tomou nossa forma humana.
Por incrível que pareça, o Espírito
Santo tem a mesma atividade (claro que ele não se tornou homem). Mas sua
presença no crente é mais do que um visitante na sala, o qual espera que os
crentes venham a agir como precisam agir. Não! O Espírito Santo se une a nós de
tal maneira que ele sente o que nós sentimos; que nossas fraquezas, misérias,
tentações, lutas e dores são pertencentes a ele, como se ele fosse nós mesmos. O
segundo termo é outra preposição que traz a ideia de alguém que ocupa nosso
lugar, a fim de que nosso sofrer seja dele e assim sejamos confortados. E enfim
temos o verbo que é traduzido “ajuda”, mas o sentido mais profundo é que ele, o
Espírito da glória recebe sobre si nossas fraquezas. Por isso o termo “ajuda”
(versão corrigida) é muito fraca para a compreensão do texto. Assim, temos uma
lição impressionante do trabalho de Deus em nós. Ficamos sabendo que uma pessoa
da triunidade bendita habita no salvo e que essa habitação tem em vista ser
nosso consolador, nosso poder, nossa força, nosso vigor, porque carrega sobre
si nossa miséria.
Oh! Que os crentes compreendam essas
coisas! Quando prometeu o Espírito Santo aos seus discípulos (João 14 e 16),
nosso Senhor tomou a providência perfeita para que seus santos pudessem saber
que não vivem como órfãos neste mundo; que não foram jogados nas sarjetas desta
vida miserável, para esperar o dia final. Mais do que isso, ele mostrou que a
presença do seu Espírito é a própria presença dele nos salvos, e que essa
presença em nós (Cristo em vós) é infinitamente melhor do que a presença dele
com os seus (conforme ele estava antes de sua morte).
Sendo assim, sabemos que os crentes
receberam vida e o poder maravilhoso dessa vida neles. Foi esse o poder que
encheu os santos de alegria e de renovada força para sacudir o mundo. Quem pode
contra o povo de Deus? Eles estão no mundo, a fim de viver para morrer e
afinal, morrer para viver!
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