segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A HUMILDADE E SUBLIMIDADE DO FILHO (6)

“Vim do pai e entrei no mundo, todavia, deixo o mundo e vou para o Pai” (João 16:28).
SUA HUMILHAÇÃO: “...e entrei no mundo...”
        A humilhação do Senhor está infinitamente acima de qualquer compreensão dos homens e não há ninguém que consiga explicar essa declaração do Senhor: “...entrei no mundo...”. Não esqueçamos que noutras vezes ele entrou no mundo, mas não como homem. Ele entrou como anjo, tomou a aparência humana, a fim de conversar com determinados homens como Abraão, Josué, Gideão e outros. Mas aqui em João ele refere-se ao fato que ele entrou no mundo como Homem, e é assim que nós devemos buscar essa compreensão, a fim de que possamos nos humilhar. 
        Ele entrou para que pudesse compreender o que significa ser homem em sua completa miséria, penúria e condenação. É dito que em tudo (exceto no que tange ao pecado) ele se tornou semelhante a nós. Cristo não foi uma espécie de homem diferente. Ele realmente tomou todo caminho normal, a fim de ter acesso à nossa humanidade. Ele nasceu de uma mulher, e esse nascimento não o fez diferente de qualquer homem. Seu nascimento virginal o livrou do envolvimento com a queda em Adão. Então, sua entrada neste mundo mostra ser ele um novo Adão, carregando consigo um corpo mortal, mas com natureza pura e santa de um homem. Num corpo mortal nosso Senhor sentia sim todo impacto do poder do pecado e da morte, conforme todos os homens sentiam. Nosso Senhor recebeu esse corpo assim, a fim de que nele toda miséria física, psicológica e eterna fosse experimentada. Naquele corpo mortal não estava um pecador, mas estavam ali todos os efeitos mortíferos do pecado, todas as enfermidades, toda tristeza, solidão, desespero, angústia e miséria sua alma pode enfrentar. Então, nosso Senhor, nessa miséria humana podia sentir fome, canseira, sede, dores; ele podia chorar, clamar, orar, ver a miséria da multidão, compadecer-se de todos e sentir desgostos ante a maldade dos homens. Ele pode sentir perfeitamente o que significa ser o homem no pecado. Nós aqui jamais experimentamos essa angústia, porque no engano do pecado sempre estamos reclamando, queixando, lamentando e ignorando nossa culpa. 
        Além disso, nosso Senhor, o Pai da eternidade, com toda glória de ser eterno, que nunca teve princípios de dias nem fim, assim como nós, esse Senhor entrou na nossa condição a fim de conhecer o que significa as limitações do tempo. Nós entramos neste mundo para morrer; entramos aqui sem saber quantos dias durará nossa existência terrena. Mas nosso Senhor foi diferente, porque o pecado não o atingiu como ocorreu conosco. Ele assumiu nosso corpo mortal, a fim de tomar sobre si nossa miséria. Mas nosso Senhor era um homem essencialmente imortal. Ele mesmo afirmou que ninguém podia tirar sua vida; foi ele quem voluntariamente a ofereceu. Nosso Senhor enfrentou a morte para destruí-la, a fim de quebrar seu poder e aniquilar os objetivos do inferno em relação ao povo eleito. Nossa morte física só prova o quanto nós somos frágeis como caco de barro, o quanto nada podemos fazer ante a investida dessa inimiga. Mas não foi assim no tocante ao Senhor, porque a sua humilhação tinha por meta destruir todo poder do inimigo e conquistar o triunfo eterno para seu povo escolhido.
       Que humilhação do Senhor! Que impacto desse amor! Que invasão da luz celestial contra as trevas! O mundo, o diabo, a morte, todos os inimigos olharam a aparência e julgaram que pisariam para sempre o Deus-Homem, mas desconheciam os verdadeiros atos da graça de Deus. Mesmo diante dos homens, sua fraqueza não o tornou medíocre. Ele atacou o pecado, ele mostrou sua santidade e justiça em tudo; ele procurou tirar do caminho todo aparato de malícia e maldade dos homens e toda cilada do diabo, a fim de que a justiça de Deus fosse implantada; para que a tão grande salvação dos pecadores fosse vista em sua plenitude.

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