“...Em
verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23:43)
INTRODUÇÃO:
Essa
promessa do Senhor Jesus ao ladrão convertido deve nos chamar nossa atenção
para o fato que há um paraíso além deste mundo. É bem provável que fixamos
nossa atenção sempre na conversão do ladrão e que nos atinamos para esse
detalhe. Mas o fato é que estamos tão mergulhados neste sistema mundano de vida
que nem sequer meditamos que há um paraíso para os salvos após a morte. É claro
que não há palavras humanas que podem descrever as perfeições daquele lugar
para onde milhares de santos já foram e que outros milhares que aqui estão
aguardam sua entrada lá. Notamos bem que nosso Senhor não tinha intenção de
melhorar a condição daquela alma convertida aqui neste mundo; não tinha a
intenção de livrá-lo da angústia da morte física. A salvação promete a excelência
da eternidade; a salvação anula os efeitos dominadores deste mundo e seu fascínio
que exerce na alma aqui. O que o Senhor promete vai infinitamente além de
qualquer pensamento humano.
Então,
diante dessa promessa do Senhor em levar aquele convertido para o paraíso,
nossa atenção deve estar voltada para as seguintes conclusões: A primeira é que
tem um paraíso após a morte. Isso significa que enquanto estivermos aqui neste
vale de dor e da sombra da morte, jamais homem algum conhecerá o verdadeiro
significado do que é um paraíso. Não há dúvida que foi por causa dessa promessa
tão preciosa que os santos que já morreram tanto aguardavam com ansiedade a sua
chegada a esse lugar; homens e mulheres resolveram pela fé recusar este mundo
com seus confortos e promessas vãs, a fim de aguarda o momento certo de ir para
o lugar que está além desta vida aqui. Foi por essa razão que homens santos de
Deus encararam a morte como sendo ela um veículo que lhes transportaria deste
vale para o lugar eterno.
Isso
significa que não há qualquer promessa do Senhor, a fim de que os crentes
busquem um paraíso aqui, porque não há qualquer possibilidade de que isso venha
a acontecer. Nosso paraíso aqui é somente experimentado quando andamos com
Deus; só desfrutamos dessas delícias quando realmente desfrutamos da amizade do
Senhor, de sua presença, do seu conforto e consolo. Enquanto os crentes
estiverem olhando para este mundo, mirando nele suas riquezas, prazeres e amizades,
eis que vão enfrentar o que realmente significa a perversidade deste sistema. Satanás
não oferece nada, sem que mais tarde venha a cobrar caro. Os homens no pecado
morrem de amores por esse suposto paraíso terreno e acreditam no íntimo que
mesmo após a morte hão de desfrutar dele.
Em
segundo lugar, vemos que os homens anseiam fazer deste mundo um paraíso; que
eles trabalham arduamente para isso. Aliás, a vida consiste de sentir bem, de
buscar felicidade, satisfação, paz, alegria e conforto. Os homens entram neste
mundo tendo em vista achar tudo isso. Notamos a atitude do outro ladrão, porque
ele viu Jesus pendurado na cruz como alguém que lhe possibilitaria uma vida
melhor aqui. Ele não podia conceber um salvador pendurado na cruz como ele
estava. Seus pensamentos giravam em torno de um salvador que lhe tiraria da
cruz e que o levaria de volta à sua vida aqui. Mesmo diante da morte, ele
queria voltar atrás, queria descer da cruz e queria ser um vitorioso em seu
anseio de obter o mundo.
E
em terceiro lugar, o fato que há um paraíso após a morte, deve ser a causa para
que pecadores venham a se converter a Cristo. Quando homens descobrem os
embustes deste mundo, então eles podem correr para as promessas divinas. Cristo
veio ao mundo buscar perdidos; ele não veio salvá-los para deixa-los aqui, mas
sim para leva-los purificados pelo sangue e santificados, a fim de gozar as
delícias eternas com ele no paraíso.
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