“Vim do
pai e entrei no mundo, todavia, deixo o mundo e vou para o Pai” (João 16:28).
SUA
HUMILHAÇÃO: “...e entrei no mundo...”
Agora chegou
o momento para que consideremos a humilhação do Senhor com profunda humildade
de nossa parte. Lembremos bem que sua disposição para deixar o céu e baixar-se
aqui para assemelhar-se a nós (exceto no tocante ao pecado), foi uma atitude
voluntária da sua parte. Não esqueçamos que, devido a nossa desobediência em
Adão, fomos humilhados pelo pecado em todos os aspectos; nada havia nem há em
nós, a não ser miséria, imundície, maldade e com justiça merecida condenação.
Ele não desceu aqui para buscar nossos louvores, porque todo nosso ser
envolvido pelo pecado estava apto para louvar satanás e curvar perante suas
propostas. Ele não veio aqui tendo em vista buscar nossos serviços, a fim de
que pudéssemos dedicar nossos corpos para servir a Deus, porque o pecado nos
deixou numa condição de subservientes, de escravos ao diabo e ao mundo.
Também posso
afirmar que não houve ninguém aqui, nem homens nem tampouco anjos que enviasse
qualquer mensagem pedindo socorro aos céus. Nada houve de oração, de intercessão,
de súplicas que chegasse aos ouvidos de Deus, a fim de que ele nos acudisse.
Também, nada houve nos homens que chegasse a motivar Deus, a fim de nos buscar
em nossa condição. Israel no Egito clamou e Deus ouviu o clamor daquele povo,
mas no tocante aos homens no pecado, nenhum gemido pode chegar aos ouvidos
divinos, a fim de nos atender. Toda disposição partiu do próprio Deus em seu
santo, glorioso e soberano conselho. Toda disposição para que o Filho descesse
até nossa miséria partiu da unidade que envolvia a justiça, a santidade, o
amor, a graça, a misericórdia e todos os demais atributos. A decisão divina foi
mobilizada tendo em vista o louvor e glória da sua graça, a fim de que Deus
fosse glorificado.
Também, a
humilhação do Senhor seria total humilhação. Nós aqui não sabemos o real
significado de nossa miséria. Os homens desconhecem sua condição no pecado, a
não ser que Deus mesmo lhes mostre, caso contrário, mesmo no inferno eles
acharão que foram injustiçados, tudo isso porque somos envolvidos aqui pelo
monstruoso engano do pecado. Mas a atitude humilhante do Filho de Deus tinha em
vista cem por cento de humilhação. Para isso ele foi movido pelo seu intenso
amor, a ponto de deixar sua glória e baixar-se a este mundo tão vil. Nosso
Senhor não tomou um caminho mais fácil; não desejou uma forma mais confortável,
porque ao ser acionado pelo perfeito amor, eis que ele desceu para tomar a
trilha mais terrível e desconhecida entre os homens. Na humilhação, eis que
aquele que é perfeito em glória e riquezas, que de nada precisa, tomou sim o
caminho da mais extrema pobreza e miséria aqui, jamais cedendo para a busca de
um pouco de conforto no meio dos homens.
Também,
aquele que a própria vida pode vislumbrar o caminho em direção a mais
humilhante morte – a morte de cruz. Seu amor planejou tudo, traçou todo caminho
a ser percorrido e mirou de antemão todos os obstáculos, sem se recuar nem um
pouco. Seu alvo era nossa humanidade, por isso veio para ser Homem em todos os
sentidos do que isso significa. Ele não assumiu uma forma externa, mas
passageira de homem, como ocorreu nos dias de Abraão. Nosso Senhor não entrou
no mundo de forma diferente do normal. Ele não apareceu de repente, mas sim
nasceu e entrou no mesmo processo de crescimento como ocorre com qualquer ser
humano.
Temos nós
condições de entender isso? Nosso Senhor nasceu, entrou aqui para enfrentar a
jornada de humilhação, desde seu nascimento até sua morte. Não é um amor
glorioso? Não podemos nós adorá-lo? Não podemos nós buscar conhecer a
profundidade desse amor?
“Ó que amor
glorioso! Preço tão grandioso! Que Jesus por mim na cruz pagou!”
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