sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

A HUMILDADE E SUBLIMIDADE DO FILHO (5)

“Vim do pai e entrei no mundo, todavia, deixo o mundo e vou para o Pai” (João 16:28).
SUA HUMILHAÇÃO: “...e entrei no mundo...”
        Agora chegou o momento para que consideremos a humilhação do Senhor com profunda humildade de nossa parte. Lembremos bem que sua disposição para deixar o céu e baixar-se aqui para assemelhar-se a nós (exceto no tocante ao pecado), foi uma atitude voluntária da sua parte. Não esqueçamos que, devido a nossa desobediência em Adão, fomos humilhados pelo pecado em todos os aspectos; nada havia nem há em nós, a não ser miséria, imundície, maldade e com justiça merecida condenação. Ele não desceu aqui para buscar nossos louvores, porque todo nosso ser envolvido pelo pecado estava apto para louvar satanás e curvar perante suas propostas. Ele não veio aqui tendo em vista buscar nossos serviços, a fim de que pudéssemos dedicar nossos corpos para servir a Deus, porque o pecado nos deixou numa condição de subservientes, de escravos ao diabo e ao mundo.
        Também posso afirmar que não houve ninguém aqui, nem homens nem tampouco anjos que enviasse qualquer mensagem pedindo socorro aos céus. Nada houve de oração, de intercessão, de súplicas que chegasse aos ouvidos de Deus, a fim de que ele nos acudisse. Também, nada houve nos homens que chegasse a motivar Deus, a fim de nos buscar em nossa condição. Israel no Egito clamou e Deus ouviu o clamor daquele povo, mas no tocante aos homens no pecado, nenhum gemido pode chegar aos ouvidos divinos, a fim de nos atender. Toda disposição partiu do próprio Deus em seu santo, glorioso e soberano conselho. Toda disposição para que o Filho descesse até nossa miséria partiu da unidade que envolvia a justiça, a santidade, o amor, a graça, a misericórdia e todos os demais atributos. A decisão divina foi mobilizada tendo em vista o louvor e glória da sua graça, a fim de que Deus fosse glorificado.
        Também, a humilhação do Senhor seria total humilhação. Nós aqui não sabemos o real significado de nossa miséria. Os homens desconhecem sua condição no pecado, a não ser que Deus mesmo lhes mostre, caso contrário, mesmo no inferno eles acharão que foram injustiçados, tudo isso porque somos envolvidos aqui pelo monstruoso engano do pecado. Mas a atitude humilhante do Filho de Deus tinha em vista cem por cento de humilhação. Para isso ele foi movido pelo seu intenso amor, a ponto de deixar sua glória e baixar-se a este mundo tão vil. Nosso Senhor não tomou um caminho mais fácil; não desejou uma forma mais confortável, porque ao ser acionado pelo perfeito amor, eis que ele desceu para tomar a trilha mais terrível e desconhecida entre os homens. Na humilhação, eis que aquele que é perfeito em glória e riquezas, que de nada precisa, tomou sim o caminho da mais extrema pobreza e miséria aqui, jamais cedendo para a busca de um pouco de conforto no meio dos homens.
        Também, aquele que a própria vida pode vislumbrar o caminho em direção a mais humilhante morte – a morte de cruz. Seu amor planejou tudo, traçou todo caminho a ser percorrido e mirou de antemão todos os obstáculos, sem se recuar nem um pouco. Seu alvo era nossa humanidade, por isso veio para ser Homem em todos os sentidos do que isso significa. Ele não assumiu uma forma externa, mas passageira de homem, como ocorreu nos dias de Abraão. Nosso Senhor não entrou no mundo de forma diferente do normal. Ele não apareceu de repente, mas sim nasceu e entrou no mesmo processo de crescimento como ocorre com qualquer ser humano.
        Temos nós condições de entender isso? Nosso Senhor nasceu, entrou aqui para enfrentar a jornada de humilhação, desde seu nascimento até sua morte. Não é um amor glorioso? Não podemos nós adorá-lo? Não podemos nós buscar conhecer a profundidade desse amor?
        “Ó que amor glorioso! Preço tão grandioso! Que Jesus por mim na cruz pagou!”

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