“Vim do pai e entrei no mundo,
todavia, deixo o mundo e vou para o Pai” (João 16:28).
SUA HUMILHAÇÃO: “...e
entrei no mundo...”
Já pudemos passar de forma sumária no
primeiro assunto que trata da origem do Filho de Deus: “Vim do Pai...”. Não há
dúvida que o assunto é inesgotável e que eu não sou capaz de esclarecer
assuntos tão profundos, porque estamos lidando com o infinito Deus. Mas creio
que aquilo que era essencial ao nosso entendimento pode ser entregue aos meus
leitores. Sem uma compreensão clara do propósito central da redenção,
certamente nos perderemos diante de tantas mentiras religiosas que enchem este
mundo. Se tem algo que nós os crentes não podemos vacilar é no conhecimento do
evangelho, caso contrário sofreremos consequências devastadoras, como temos
visto no transcorrer dos anos.
Agora é o momento para que chequemos bem
o tema que trata de sua humilhação: “...e entrei no mundo...”. Sem dúvida
alguma, esse foi o mais poderoso e extraordinário evento que sucedeu na
história. É claro que satanás tenta fazer de tudo para manchar essas verdades e
lembramos bem que o mundo nada tem e nada pode fazer para explicar algo que
somente a palavra de Deus vem nos revelar. Em 1 Timóteo Paulo trata o assunto
como sendo o “mistério da piedade” (3:16). Em Hebreus 1 tudo indica que a
humilhação do Senhor foi tão tremenda que até mesmos os anjos recuaram em
acreditar, a ponto de vir a ordem de Deus: “...e todos os anjos de Deus o
adorem” (1:6). E mesmo aqui na terra vemos como até mesmos os demônios sentiram
o terror de ter aqui no meio dos homens a presença do Filho de Deus que se fez
carne.
Além disso, satanás tem feito com que no
transcorrer da história o Senhor Jesus fosse espezinhado e aviltado. Ele
trabalhou para que Cristo fosse visto como um ser criado, que nada teve da
divindade e assim milhares de heresias foram espalhadas no mundo, na tentativa
de tornar a humilhação de Cristo algo ainda mais infame e indigno da fé cristã.
E é fato que em nossos dias a igreja de Deus tem que lutar ferrenhamente para
manter pura sua fé, especialmente no que tange à divindade e humanidade do
Filho de Deus.
Até mesmo os discípulos no princípio
tiveram dificuldades em crer nisso. Por esse fato nosso Senhor multiplicou seus
milagres e suas obras no meio dos homens, a fim de que seus seguidores ficassem
sabendo que sua vinda ao mundo foi humilhação. Lembramos que há diferença clara
entre nossa humilhação e a humilhação do Filho. Nós fomos humilhados porque
caímos voluntariamente no pecado e agora experimentamos os rigores de
humilhação resultante de nossa desobediência e que finalmente nos levará aos
terrores eternos. Mas não foi o caso do Senhor, porque sendo ele Deus se tornou
homem, e aqui viveu sem conhecer o pecado como nós conhecemos e experimentamos.
Sua humilhação não arrancou sua perfeita justiça, enquanto nós fomos humilhados
pelo pecado e nos tornamos injustos. Se compararmos o Senhor conosco, eis que
ele é mantido puro, sem qualquer mácula, enquanto nós somos sujos, imundos e
cobertos de trapos aos olhos de Deus.
Também, sua entrada ao mundo mostrou
seus traços da humilhação, envolvendo pobreza, aparência indesejável e muito
sofrimento. Mas esse revestimento humano em nada manchou sua glória interna.
Por fora os homens viam um pobre nazareno, enquanto por dentro Deus via seu
Filho amado. Por fora seu corpo foi corpo de humilhação, sentindo tudo o que
nós sentimos, mas por dentro estava o Senhor da glória. Após a ressurreição
seus discípulos passaram a entender essas coisas e muitas das suas lições
vieram à tona. Para o mundo, por fora ele poderia ser massacrado, desprezado,
exposto ao vitupério e crucificado. Por essa razão o mundo achou que ao mata-lo
seria como matasse qualquer ser humano. Eles não sabiam que estavam lidando com
aquele que se humilhou para ser aqui um cordeiro mudo, a fim de realizar o
trabalho do Pai na redenção do seu povo.
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