sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

CRISTO AMOU A IGREJA (18)



“...ali esteve tua mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz. Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo, verdadeira labareda do Senhor. As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Cantares 8:5-7).
O ZELO DO AMOR DO ESPOSO (continuação):
        Prezado leitor fiz as considerações iniciais a respeito da frase dita pelo Noivo à noiva: “Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a morte...”. A mesa foi preparada, bem arrumada, com os pratos e talheres em seus devidos lugares. Agora chegou o momento de trazer a comida certa para as almas famintas. Em Cantares vemos o Senhor falando aos corações daqueles que têm ouvidos para escutar a mensagem de amor. Palavras fortes do amor eterno chegam para revelar a intensidade do amor de Deus em favor do Seu povo; o grande conquistador das almas posiciona-Se para ser o Forte Defensor dos remidos; Seu amor inflama como fogo purificador para os santos, mas consumidor para os inimigos; Ele aparece para revelar-se como o Guarda de Israel, que não tosqueneja nem dorme em constante zelo e cuidado pela Sua casa.
        A linguagem figurada do Noivo para a Noiva é incrivelmente linda e inteligível: “Põe-me como selo...”. Selo significa segurança e privacidade. Quando enviamos uma carta ela é selada. O selo aparece para indicar que aquela carta é proveniente de alguém e é destinada a outra pessoa. Abrir uma carta alheia e selada é invasão de privacidade. A igreja é propriedade particular do Senhor, Ele a comprou com Seu sangue; ela é fruto da redenção na cruz. Em Mateus 16 o Senhor fala a respeito da igreja como sendo “...a minha igreja...” (Mateus 16:18). Na linguagem do Velho Testamento o Senhor chama Seu povo de esposa, no Novo Testamento os santos são chamados de noiva. Ora, são termos conhecidos que comunicam com precisão a idéia de que os crentes pertencem somente e tão somente a Deus.
        Então, baseados nessa verdade é que voltamos para o texto em Cantares, porque o Noivo ordena à noiva para que ela O tenha como selo. Notemos bem que é ela que deve fazer isso. A ordem dada está baseada no fato que ela é grata, humilde e consciente da sua condição de uma escrava que fora libertada e chamada para ser eternamente do Rei da glória. Na bíblia vemos que Deus ordena que Seus santos tomem o rumo da santidade, que adornem todo viver de santidade.
        Não há lugar nas Escrituras para uma vida cristã frouxa e indolente, que espera que Deus há de fazer tudo sem qualquer participação da nossa parte. A graça nos posicionou em pé para que andemos como filhos da luz (Efésios 5:8). Somos convocados a agir como atletas numa corrida: “...corramos a carreira que nos está proposta” (Hebreus 12:2). A verdadeira fé opera na força recebida da graça. Fomos colocados no caminho claro para que pudéssemos andar por Ele.
        Tendo essa verdade como base firme e sólida, entendemos facilmente o pedido do noivo: “põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço...”. Somos chamados a uma vida de fidelidade e obediência ao Senhor; fomos chamados para seguir nosso bom Pastor; fomos chamados a inclinar perante Ele como súditos fieis. Na redenção fomos feito propriedades peculiares Dele. Não somos mais pertencentes àquele que é chamado pai da mentira; nada mais devemos ao nosso adversário, à carne e ao mundo.
        Amigo leitor, a noiva pertence ao noivo, Ele a ama e cuida dela. Nada faltará do seu amparo na jornada rumo ao céu; nenhum dos remidos ficará prá trás, nenhum crente, por mais fraco que for deixará de receber Seus cuidados e proteção. Todos foram armados de santidade e do triunfo da cruz, por isso podem prosseguir nesse caminho estreito, impossível de ser andado por falsos crentes. Milhares já chegaram lá e milhares estão caminhando na jornada de glória em glória!

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