terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O HORROR DO PECADO (4)




“Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões e o meu pecado está sempre diante de mim” (SALMO 51:1-3)
O HORROR DO PECADO MEDIDO NO DESESPERO
         Caro leitor, veja como foi a reação de Davi após o confronto com Natã, quando tudo veio à tona e seus malignos atos foram expostos perante seus olhos como atos terríveis, perversos, e odiados por Deus. Vemos como o horror do pecado pode ser medido em seu desespero. Enquanto alguns correm para encobrir suas maldades e como consequência viver ainda mais acorrentado em suas práticas pecaminosas, não foi o caso de Davi. De repente aquilo que mostrou antes ser tão lindo e que tanto lhe enchera de orgulho, agora mostra sua face cruel e horrorosa. De repente a diferença ficou estampada perante sua face, porquanto viu a santidade do Senhor e o horror do pecado; viu o quanto havia cometido de ofensa ao Santo de Israel. Agora viu o que realmente significava o ódio de Deus contra o pecado em sua própria experiência.
         O que Davi fez? Ele percebeu que a porta da misericórdia estava aberta, por isso pela fé correu para lá. Ele não pediu licença para entrar ali, pois Davi sabia que seu Deus era riquíssimo em misericórdia; sabia que essa porta estava aberta para pecadores arrependidos, por isso não podia perder tal oportunidade, porque se recuasse não escaparia do juízo. Ele sabia que toda ofensa cometida foi contra Deus, não foi contra Natã, nem contra sua família, mas sim contra o Rei dos reis, o Senhor que lhe havia chamado de entre todas as tribos, a fim de reinar em Israel com justiça. Ele sabia que em seu orgulho ele havia prevaricado, aproveitado da sua posição, para se encher de orgulho e mostrar-se ser forte para cometer tamanha maldade perante o reino de Deus, reino de justiça e santidade.
         Caro leitor, é triste ver como os homens tratam Deus com tremendo desprezo; como brincam e mergulham em suas imundícies, sem jamais sentir qualquer nojo e tristeza pelos seus atos infames. A reação de Davi ante a glória do Senhor seu Deus foi exposta no Salmo 51 para que todos os homens pudessem saber que o pecado é terrível, é odiado por Deus e que há necessidade de arrependimento. Ó que o Senhor nos conceda dias assim, quando os homens e mulheres poderão reconhecer o estado de total miséria e desamparo, devido ao fato de terem pecado contra Deus. A reação de Davi pode ser usada como modelo para pecadores arrependidos.
         O que aconteceu naquele cenário de arrependimento, foi que Davi sabia que não somente havia pecado contra Deus, como também sabia que a solução para seus pecados estava no próprio Deus. Se ele não entrasse na presença de compaixão, ficaria do lado de fora curtindo um coração duro, obstinado e se tornaria muito mais perverso, por isso achegou-se perante o trono da graça. Ao chegar perante o Senhor, sem qualquer delonga mexe no coração misericordioso de Deus. Davi foi diferente de Moisés, porque este se aproximou de Deus, a fim de pedir Sua compaixão em favor de um povo rebelde, enquanto aquele entrou para pedir compaixão de Deus em seu favor. Moisés foi um intercessor, enquanto Davi foi um suplicante.
         Meu caro leitor, eu lhe trago essas verdades porque eu sei o quanto estamos cercados dessa atmosfera de engano e de perversidades. Mas venho lhe afirmar que é impossível para qualquer crente viver em seus pecados, porque esses venenos do mal lhe causam total desespero em seu coração. Os crentes são santos no viver, por isso qualquer pecado cometida é uma queda e ele sente tal queda; ele sente as dores dessa queda e que entristeceu o Senhor; ele sente que esfriou na fé, que está lá atrás, quando deveria estar avançando. Mas não há outro lugar para ir, senão o trono de misericórdia, porque qualquer atitude de indiferença resultará em terríveis consequências.

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