“Apresentar-se-á
voluntariamente, o teu povo, no dia do teu poder; com santos ornamentos, como o
orvalho emergindo da aurora, serão os teus jovens” (Salmo 110:3)
A CONQUISTA DO POVO DE DEUS NO MEIO DE
SEUS INIMIGOS: “Apresentar-se-á voluntariamente, o teu povo...”
Caro leitor, o Salmo 110 é uma profecia
do poder do evangelho no mundo inteiro. Que incrível revelação dos mistérios de
Deus! A vitória da cruz comprou com perfeita justiça todos os eleitos de Deus e
com autoridade o Senhor entra nesse lugar de perigo, a fim de reivindicar para
Si aqueles por quem Ele pagou o preço na cruz. Assim como os três valentes de
Davi entraram no meio do exército dos filisteus para tirar água do poço de
Belém para o rei, o Senhor sozinho entrou neste mundo, não para buscar água,
mas sim para levar a Água da vida para os sedentos. É isso o que Ele faz hoje
mediante o puro evangelho.
Amigo leitor, examinemos bem de perto o
que diz o verso 3: “...o teu povo...”. Veja bem que uma Pessoa da divindade
comunica com a outra Pessoa acerca do povo. Não há dúvida que é o povo que o
Pai escolheu antes da fundação do mundo (Efésios 1:4). Ora, toda obra da
criação, a entrada do pecado e a vinda do Filho de Deus ao mundo para tornar-se
Homem, tinha em mira esse “...teu povo...”. Aqui é o lugar aonde somente a fé
verdadeira pode chegar com humildade e espírito de adoração.
Sobre esse tema tão precioso a Palavra
de Deus é uma mina de tesouro para os que amam as relíquias eternas que nos
foram entregues. Ignorar isso é labutar contra Deus, a fim de fabricar outro
evangelho, o qual não passa de ser uma mensagem anatematizada (Gálatas 1:8).
Caro leitor digo solenemente que Deus amou um povo antes da fundação do mundo e
que toda obra da redenção tinha em mira a conquista desse povo amado. Ora,
nosso Senhor expôs essa verdade não somente para Seus discípulos, mas também
para uma multidão de judeus arrogantes e perversos.
Ele não escondeu esse ensino; não o
considerou como algo secundário, feito para as mentes mais cultas. Ele trouxe à
luz essas coisas ocultas dos homens, mas que são preciosíssimas para os salvos.
O cap. 6 de João é uma verdadeira fonte dessas bênçãos eternais, as quais são
consideradas como loucuras para as mentes pervertidas dos homens naturais. É nesse
cap. que o Filho acentua bem não somente Sua divindade, como também o trabalho
soberano do Pai.
No verso 38 o Filho deixa claro que
estava no mundo com o único e exclusivo objetivo de realizar a vontade do Pai.
Noutras palavras, nosso Senhor desfaz completamente os intentos perversos da
multidão em tê-Lo como alguém que irá cumprir seus planos mundanos. No verso
seguinte, seguindo sempre o roteiro da vontade soberana do Pai, o Filho deixa
bem claro que Sua função é salvar todos quantos o Seu Pai lhe deu: “...que
nenhum eu perca de todos os que me deu...”. É claro que esse ensino emudece o
homem soberbo e põe no pó toda sua vaidade. A exaltação da glória de Deus vai
como flecha para ferir a arrogância religiosa dos homens, por essa razão, ou se
afastam ou se voltam contra.
Caro leitor, trago isso à lume aqui a
fim de brilhar aos nossos olhos o texto do Salmo 110:3. Tomei apenas um verso
de João 6. Mas poderia gastar muito tempo aqui, provando em toda Escritura o
quanto esse ensino forma a estrutura inquebrável do evangelho bíblico. É claro
que esse “...teu povo...” do verso 3 é possessão de Cristo, conforme vemos no
pronome possessivo: “...teu...”. Cristo amou esse povo com amor eterno; Cristo
se deu por esse povo; Cristo sofreu por esse povo; Cristo pagou um altíssimo
preço para ter esse povo para Si. Ora, o ensino é riquíssimo!
Como pecadores vão saber que pertencem
ao povo de Deus? Creio que a resposta é simples: “Arrependei-vos e
convertei-vos, para que sejam cancelados os vossos pecados...” Atos 3:19)
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