“Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a multidão das tuas
misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha
iniquidade e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões
e o meu pecado está sempre diante de mim” (SALMO 51:1-3)
O
HORROR DO PECADO MEDIDO NAS PALAVRAS:
Caro
leitor, vemos que nas palavras cheias de confissão de Davi perante o
Senhor ele nada escondeu; ele viu todo
poder enganador do pecado e como foi afundado nesse poço da perdição. Ele
percebeu o quanto agora estava totalmente ensopado de miséria da cabeça aos
pés, longe de ser um homem piedoso, capaz de reinar sobre o povo de Deus;
percebeu o quanto estava incapaz de praticar atos de justiça, de retidão e de
santidade, que não passava de ser igualmente qualquer rei ímpio, pagãos os
quais governavam as nações ao derredor; que estava de mãos dadas com eles e que
fora motivo para que eles se ajuntassem em rir e zombar do Deus de Israel. Caro
leitor, digo mais que nessa condição tão terrível de imundície visto à luz da
santidade de Deus, Davi percebeu que de fato tornou um covarde e que havia
deixado de ser um homem, pelo que havia praticado; que doravante não passaria
de ser um terror para todos.
Meu caro
amigo, o pecado é assim e torna o homem assim. Quantos pensam que podem se
erguer no pecado! Quantos acham que
podem se estabelecer sobre esse falso alicerce do mal! Sob o domínio do pecado
os homens não estão amparados, nem suas famílias sentirão qualquer segurança. Quanto
mais permanecer no pecado a situação ficará ainda mais agravante. Foi assim com
o rei Uzias (2 Crônicas 26), porque a simples soberba o envolveu de tal maneira
que logo estava Uzias usurpando o lugar de Deus. O que Davi devia fazer?
Qualquer resistência a Deus acarretaria em maior prejuízo; qualquer atitude de
endurecimento, assim como Jeorão, traria o terrível castigo. Será que um pobre
monarca, feito de barro, teria a coragem de enfrentar e desafiar o trono de
justiça do Todo-Poderoso? Abandonados e entregues a si mesmos, eis que os
homens empunham suas espadas contra o reino celestial. Foi assim com os
religiosos nos dias de Estevão e este santo do Senhor percebeu a atitude dos
líderes religiosos naqueles dias, por essa razão, não somente os enfrentou como
também os confrontou com a verdade: “Homens de dura cerviz e incircuncisos de
coração e de ouvidos, vós sempre resistir ao Espírito Santo...” (Atos 7:51).
Davi tinha
sido cercado pelo poder da graça, foi envolvido pela compaixão de Deus, caso
contrário se ergueria como uma serpente contra Deus. O que ele realmente
precisava? Qual seria a solução para suas imundícies? Lavar! Ele não acharia
socorro noutro lugar, por isso correu para a fonte de amor: “Lava-me
completamente da minha iniquidade...” (verso 2). Que coração tão cheio de
confissão sincera! O pecado para ele não era um mero tropeço, não era uma mera
queda. À luz da graça Davi se viu em completa imundície, como se tivesse caído
numa poça de lama podre e fétida. Era mais do que isso, porque não há meio de
ilustrar o que realmente significa a imundície do pecado na alma. Para qualquer
sujeira física aqui os homens encontram meios para se limpar. Mas quanto ao
pecado não há possibilidade fora de Deus.
Todos os
anos os indianos se atiram no imundo rio Ganges, a fim de obterem purificação
para suas almas. Pobres almas enganadas! Mas eles não são diferentes de
milhares que correm para limpar suas almas por meio de batismos, ou mesmo de
atividades religiosas. Almas enganadas. Davi correu para o lugar certo e foi
sem qualquer mediação humana, nem mesmo buscou ajuda do profeta Natã. Ele ali
mesmo correu e achou a porta aberta.
Meu amigo,
quão terrível é a situação do homem no pecado, porque estão sujos e continuam a
se sujar ainda mais. Só há esperança no sangue remidor do Filho de Deus, para
completa purificação da alma, a fim de encontrar o perdão e salvação de Deus.
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