quinta-feira, 23 de outubro de 2014

UM DEUS LONGÂNIMO (11 de 21)



Não retarda o Senhor a Sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2 PEDRO 3:9)
A SUA VONTADE SOBERANA:
         Caro leitor, agora chegamos a conhecer um pouco mais da profundidade teológica que esse verso tão revelador traz para nossos corações. Os santos de Deus precisam conhecer essas maravilhas eternas, porque elas nos foram entregues. Os tesouros de Deus não são achados facilmente; não são como vidros quebrados à superfície de um terreno, mas são diamantes ocultos dos olhos da multidão incrédula. Os santos trabalham duros para encontrar as joias preciosas, ocultas em Cristo desde a eternidade.
         Chequemos de perto a frase: “...Não querendo que nenhum pereça...”. Todo problema achado na interpretação arminiana acerca desse verso tem sido causado justamente porque não é feito um exame minucioso no texto. Tudo tem sido visto de forma superficial, tentando apoiar nos termos “nenhum” e “todos”. Segundo a interpretação humanista, o texto está mostrando que Deus opera neste mundo na paciência Dele, porque tem em vista a salvação de todos; que Ele não quer que nenhuma pessoa deste mundo venha a perecer; segundo eles, Deus almeja que toda população da raça humana venha ao arrependimento. Caro leitor, veja bem como ao interpretar o texto assim, inevitável nuvem de confusão paira sobre a Palavra de Deus.
         Caro leitor, ao pensar assim, imediatamente os sentimentos ocupam o lugar da santa meditação; imediatamente a incredulidade vil recusar trabalhar, no afã de examinar as coisas de Deus mais profusa e profundamente. Ó, quantas heresias têm surgido por causa disso! Ó, quanto elementos perigosos têm feito aproveitado desse erro e erguido um evangelho barato e desacreditado! Nos dias de Spurgeon, mais de cem anos atrás, esse servo de Deus viu como a corrida arminiana era desenfreada e ele mesmo, como que profetizou um final desastroso, caso continuasse essa jornada desse evangelho humanista pelo mundo. Não há dúvida que aquilo que Spurgeon falou está acontecendo em nossos dias; o caminhão sem freio já chegou no fim da descida e o desastre foi feio.
         Mas não almejo tomar agora um rumo apologético. Pretendo continuar em meus argumentos na defesa do santo e soberano evangelho. Quando tratamos da pregação da verdade que nos foi revelada, então todo sentimento humanista deve ser colocado fora. Qualquer luz deste mundo trazida à Palavra, não passa de fogo estranho. Almejamos ver a Palavra de Deus com a luz gloriosa de Cristo. Do Soberano Senhor vem tudo perfeito para o bem do pecador. Deus não carece de nossa instrução, nós simplesmente chegamos cheios de temor para aprendermos Dele e que Ele é Santo, amoroso e poderoso para fazer o que Ele bem quer fazer. Se Ele é Soberano em todos os Seus atos, então Sua salvação é soberana e requer dos homens humilhação, temor e tremor.
         Mas vamos agora ao exame da frase: “...não querendo que nenhum pereça...”. Veja caro leitor como a frase está mostrando que leva consigo as mesmas cores do evangelho bíblico, conforme tudo aquilo que vemos nas Escrituras. Com quem o Senhor está falando? “convosco”! Ora, Deus sempre conversou com Seu povo eleito e são eles quem têm ouvidos para ouvir a doce palavra de amor do Senhor. Ele não conversa com os mortos; ele não conversa com orgulhosos, altivos, arrogantes e incrédulos. O Senhor comunica Sua intimidade com aqueles que O temem (Salmo 25:14). Outro detalhe é que o termo “convosco” mostra que Deus está falando com um grupo de pessoas. Está falando com pessoas que foram salvas e que agora podem compreender que foram tirados do mundo; que foram arrancados de uma condição tão vil; que eram condenados e que caminhavam com milhares pelo caminho largo, em direção à perdição eterna.

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