sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A TRISTE JORNADA DO ÍMPIO NESTE MUNDO (9)




Mas chegai-vos para aqui, vós, os filhos da agoureira, descendência da adúltera e da prostituta. De quem chasqueais? Contra quem escancarias a boca e deitais para fora a língua? Porventura, não sois filhos da transgressão, descendência da falsidade, que vos abrasais na concupiscência junto aos terebintos, debaixo de toda árvore frondosa, e sacrificais os filhos nos vales e nas fendas dos penhascos? (Isaías 57:3-7)
A jornada religiosa dos ímpios: “...e sacrificais os filhos nos vales, debaixo das fendas dos penhascos”. (verso 5)
         Caro leitor, agora é o momento para ver a linguagem de Deus quanto àquilo que os ímpios intitulam de religião. O mundo tem seu programa religioso e os homens, mesmo no pecado pensam, sentem e vive em seus princípios que eles intitulam de religião. Eles falam de Deus e costumam ser zelosos naquilo que creem. Todas as nações do mundo sempre tiveram seus deuses, ofereciam sacrifícios a eles e jamais se afastavam daquilo que colocavam sua crença sem qualquer base. Ainda não mudou, pois os homens no pecado vivem assim. O que eles não admitem em seus sistemas religiosos é a glória do Deus vivo e verdadeiro, pois no pecado não querem admitir dar-Lhe glória. Paulo trata desse assunto com a precisão da inspiração bíblica em Romanos cap. 1 a partir do verso 18.
         O que significa a religião verdadeira? Ela nada tem a ver com aquilo que é meramente costumes estereotipados. Religião verdadeira é a do coração, que mostra o homem por fora como alguém que teme a Deus e que anda em Seus caminhos de forma obediente (Salmo 128:1). Religião verdadeira é aquela que mostra o homem adorando a Deus em espírito e em verdade (João 4:24) e que em todo aspecto do seu viver, Deus é levado à sério, mediante a obediência clara à Sua Palavra. A religião verdadeira parte do princípio que o pecador um dia ouviu a verdade da Salvação e foi salvo. Não há religião verdadeira sem esse começo sobrenatural, porquanto ninguém nasce salvo.
         Mas não é o caso da jornada religiosa dos ímpios neste mundo. Os costumes religiosos dos ímpios seguem aquilo que cada um pensa ser verdadeiro em seu coração e faz com que cada um faça o que realmente quer e creia do jeito que quiser crê. A religião mundana nada tem de verdade como fundamento; nada tem de ortodoxia, pois tudo se baseia em crendices, superstições e idolatrias, conforme seus corações entenebrecidos pensam e agem. Notemos bem o verso a impressionante linguagem usada por Deus para descrever o local onde eles praticam suas atividades religiosas: “...e sacrificais...nos vales...”. O mundo no Velho Testamento é descrito como o “vale”. No Salmo 23 o mundo é chamado de “vale da sombra da morte”. Em Jeremias 49:4, quando Deus adverte os Amonitas, Ele pergunta: “Por que te glorias nos vales, nos teus luxuriantes vales, ó filha rebelde...”.
         Estou mostrando algumas passagens para deixar bem esclarecido o texto que ora estamos estudando. Espero que o leitor compreenda essa linguagem de Deus nos escritos proféticos e nos Salmos. O “vale” indica que é um lugar baixo em comparação com os “montes”. Na linguagem bíblica, enquanto o mundo é um “vale”, eis que o Senhor habita “num Alto e Santo lugar”. A religião dos ímpios será sempre aqui e daqui; nada há de elevado; nada há de fé verdadeira; nada há de qualquer compreensão das coisas celestiais, mesmo que tenham algum sabor bíblico. Tudo é feito aqui na tentativa de ocultar-se de Deus. No mundo não há verdade, nada de luz espiritual; o mundo é o lugar onde opera o império das trevas. O sistema religioso deste mundo sempre foi odioso de Deus e odiado por Deus.
         Vemos no Velho Testamento como Deus marcou esse sistema satânico com Sua ira e reservou Israel para destruir muitas nações. O sistema religioso dos ímpios nada tem a ver com a santidade de Deus, tudo é contra a Sua santa lei; práticas terríveis e abomináveis são feitas em nome de desses demônios, os quais eles consideram como seus deuses. Vemos no Novo Testamento como o Senhor exorta Seu povo a não amar este mundo; como este sistema religioso odeia ao Senhor e persegue o povo de Deus (João 16).

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