sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A ÚNICA PORTA (final)



Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem” (João 10:9).
         Agora o último privilégio mencionado no texto é “e achará pastagem”. Eu imagino que foi para isso que vocês vieram aqui, vocês que amam o Senhor; para encontrar pastagem. É uma grande bênção se, quando vimos ouvir o evangelho, ele se torna um verdadeiro pasto para nós. Conhecemos alguns que dizem que os problemas da semana se tornam insolúveis porque o domingo foi vazio. Se vocês são membros de uma igreja dilacerada por discórdias, onde o pastor tem abundância de tudo, menos de Cristo, vocês logo vão começar a reclamar, e a valorizar o privilégio de ouvir Jesus Cristo, elevado entre vocês. Quem, porém, são as pessoas que ganham pastagem quando Jesus Cristo é pregado? Não são todas que o ouvem, nem mesmo todos os crentes. Há ocasiões em que você ouve um sermão que não serve para você, mas seu irmão ou irmã ao seu lado pode ser grandemente instruído e confortado por ele. Nesse caso, eu não me surpreenderia se a razão foi que seu amigo entrou no culto pela porta e você não.
         Você conhece a história do Sr. Erskine e da boa senhora que veio ouvi-lo pregar num dia de Ceia? A pregação foi tão agradável que ela achou que nunca tinha ouvido outra igual. Assim, depois do culto ela perguntou:
         -        Quem foi aquele senhor que pregou hoje? -         Quando lhe responderam que foi o Sr. Ebenezer Erskine, ele disse – Voltarei no próximo domingo para ouvi-lo de novo – ele veio, ouviu, e pensou: “Que pregação pesada e seca!”. Não recebeu nenhum conforto com ela; então, como uma mulher tola que acho que ela deve ter sido, ela foi para o vestíbulo e disse:
         -        Sr. Erskine, domingo passado eu o ouvi com muito prazer; nunca foi tão edificada. Vim novamente esta manhã, mas fui terrivelmente desapontada. – o bom homem respondeu com muita calma: - Desculpe, minha senhora, quando veio à igreja domingo passado veio com que motivação? – Vim para a Ceia, Senhor.
         -        Para ter comunhão com Cristo, eu imagino? -         ele perguntou. - Sim, senhor.
         -        Bem, a senhor veio para isso, e o recebeu. Agora diga-me, que a senhora veio aqui esta manhã? – Vim para ouvi-lo, senhor – disse ela.
         -        E foi isso que a senhora recebeu – ele retrucou, - foi isso que a senhora recebeu, e nada além disso, porque a senhora não veio para nada mais.
         Ora, quando as pessoas vêm somente para ouvir certo pastor, ou por hábito, ou pela forma, será que sempre recebem aquilo pelo que vieram? Quando as pessoas vêm à procura de falhas, nós sempre lhes servimos muitas das nossas imperfeições para entretê-las, de modo que não saiam desapontadas. Outros que vêm somente por hábito, dizem: “Bem, esta é a minha tarefa; fiz minha obrigação”. É óbvio que sim. Mas se você entrou pela porta – isto é, olhando para Cristo, procurando por Cristo, desejando não ver o pregador, mas o Senhor; não receber as palavras do homem, mas a Palavra de Deus para sua alma – eu creio que você achou pastagem.
         Eu penso que o texto pode significar que quem descansa em Cristo terá todas as suas necessidades supridas. Se este texto não diz isto, outro diz: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso”. Alguns de vocês são muito pobres, mas se confiaram em Cristo, podem reivindicar essa promessa; “O Senhor disse que eu acharia pastagem”. Venha a Cristo e lhe diga que foi Ele mesmo quem afirmou isso: “Nenhum bem sonega aos que andam retamente” (Salmo84:11).
         Eu anseio em Deus que alguns que ainda não entraram no aprisco sejam agora atraídos a Jesus. Oh, entrem pela porta para estes quatro privilégios especiais. Você talvez nunca mais tenha uma oportunidade assim. Talvez você nunca mais seja tocado assim pelo Espírito de Deus. Sim! Sem demora lancem suas almas impotentes nos braços cheios de graça do Salvador, que pode e quer salvar, para que sejam salvos agora.

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