“Por isso vos disse que morrereis nos vossos pecados; porque, se não
crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados” (João 8:24).
Caro
leitor tomemos este texto tão revelador e tão profundo das verdades salvadoras,
a fim de conhecermos não somente os perigos que envolvem as almas que ignoram a
salvação, como também para que conheçamos a grande infinita desse grande
Salvador. Vemos no cap. 8 de João que aqueles judeus, tão compenetrados no
conhecimento das Escrituras estavam cegos; eles tinham olhos de águias em
questões religiosas; sobrevoavam sobre uma mina de ouro da maravilhosa e eterna
salvação, sem, contudo vê-la. Estava perante eles o Filho de Deus, mas a
cegueira espiritual impedia de que eles enxergassem essa gloriosa presença.
Tinham bem perto deles o próprio Jeová encarnado; podiam tocar naquele diante
de cuja presença Moisés fugiu e Daniel atemorizado caiu por terra, como morto.
Seus
olhos eram os olhos físicos, equipados apenas com recursos naturais; nada
podiam compreender além desta esfera passageira; viam e compreendiam as coisas
do ponto de vista político e a religião deles não passava de uma teologia
travestida de recursos humanos; queriam apenas a satisfação carnal e não
eterna.
Então,
o Senhor da glória, o precioso Filho de Deus estava perante eles, mas sua
glória estava encoberta pela sua humanidade, e mesmo assim essa humanidade nada
tinha das atrações físicas e sociais, as quais tanto chamam a atenção da carne.
Estavam carregados de suas vaidades e queriam correr atrás de seus ventos
religiosos, por essa razão nada queriam com aquele Nazareno, segundo eles filho
de José. Estavam prontos a pegar pedras e executar o Senhor, achando que
estariam assim cumprindo a lei, sem saber que eram réus do pecado de blasfêmias
e que o próprio legislador estava perante a face deles. Obvio, vemos o Senhor
bondoso, carregado dessa infinita compaixão; não veio para atirar pedras nas
multidões, mas sim para sofrer, agir como um cordeiro mudo. Mas, Sua mudez não
impedia Sua autêntica e fiel pregação, pois aquela multidão precisava saber da
verdade.
Para
mostrar que eles carregavam consigo a mais letal ignorância, o Senhor de fato
confrontou aqueles judeus. Quem eles viam? Viam um Jesus humano, viam a
aparência, rejeitavam aquele que se manifestou aos homens como “raiz de uma
terra seca” (Isaías 53:2), cuja presença física nada era desejável aos corações
mundanos. Quando o primeiro rei de Israel, Saul foi apresentado ao povo, ele
era fisicamente desejável à população incrédula e obstinada. Saul era realmente
belo na aparência e altura, mas o Senhor não olha aparência, pois Ele vê o
coração (1 Samuel 16). Foi assim a atitude dos judeus no tocante ao Senhor,
pois a divindade almejada por eles em nada era diferente dos outros povos
pagãos.
Eles,
também mostravam discriminação social. Cristo nasceu numa família pobre e foi
criado numa cidade pequena e sem importância. Cristo foi desprovido de qualquer
elemento favorável aos sentimentos naturais. Desde Seu nascimento até à cruz
foi assim. Sua presença neste mundo foi marcada pela Sua profunda humilhação;
entrou aqui para sofrer e de fato foi um homem de dores (Isaías 53:3); para
cumprir Sua obra deixou de lado todos os Seus poderes da divindade; Seu coração
era completamente submisso à vontade do Pai celestial e agiu obedientemente,
submetendo-se ao Espírito Santo.
Caro
leitor, os homens são iguais, não importa se são religiosos, ou não; se são
mais educados e tratáveis do que outros. Todos estão na ignorância espiritual,
conforme afirma Paulo: “Não há ninguém que entenda...”
(Romanos 3:11). A Palavra de Deus nas mãos de homens não salvos, não passa de
um livro carregado de superstições; Cristo é visto como um benzedor,
distribuidor de bênçãos materiais e um pugilista que luta contra demônios.
Os
homens no pecado são assim e quando a verdade chega estão prontos a fugir da
verdade. Foi assim com os judeus, é assim em nossos dias, pois os homens no
pecado odeiam o Senhor da glória. Não há outro meio para que o Senhor da glória
seja aceito no coração, a não ser quando o Senhor de compaixão visita os
pecadores para salvá-los. Quando Ele compadece e chama, homens e mulheres são
atraídos pela força da graça e, de fato clamam e invocam Seu Nome para serem
salvos!
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