quinta-feira, 23 de outubro de 2014

IGNORÂNCIA LETAL (2 de 20)



       Por isso vos disse que morrereis nos vossos pecados; porque, se não crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados” (João 8:24).
         Caro leitor tomemos este texto tão revelador e tão profundo das verdades salvadoras, a fim de conhecermos não somente os perigos que envolvem as almas que ignoram a salvação, como também para que conheçamos a grande infinita desse grande Salvador. Vemos no cap. 8 de João que aqueles judeus, tão compenetrados no conhecimento das Escrituras estavam cegos; eles tinham olhos de águias em questões religiosas; sobrevoavam sobre uma mina de ouro da maravilhosa e eterna salvação, sem, contudo vê-la. Estava perante eles o Filho de Deus, mas a cegueira espiritual impedia de que eles enxergassem essa gloriosa presença. Tinham bem perto deles o próprio Jeová encarnado; podiam tocar naquele diante de cuja presença Moisés fugiu e Daniel atemorizado caiu por terra, como morto.
         Seus olhos eram os olhos físicos, equipados apenas com recursos naturais; nada podiam compreender além desta esfera passageira; viam e compreendiam as coisas do ponto de vista político e a religião deles não passava de uma teologia travestida de recursos humanos; queriam apenas a satisfação carnal e não eterna.
         Então, o Senhor da glória, o precioso Filho de Deus estava perante eles, mas sua glória estava encoberta pela sua humanidade, e mesmo assim essa humanidade nada tinha das atrações físicas e sociais, as quais tanto chamam a atenção da carne. Estavam carregados de suas vaidades e queriam correr atrás de seus ventos religiosos, por essa razão nada queriam com aquele Nazareno, segundo eles filho de José. Estavam prontos a pegar pedras e executar o Senhor, achando que estariam assim cumprindo a lei, sem saber que eram réus do pecado de blasfêmias e que o próprio legislador estava perante a face deles. Obvio, vemos o Senhor bondoso, carregado dessa infinita compaixão; não veio para atirar pedras nas multidões, mas sim para sofrer, agir como um cordeiro mudo. Mas, Sua mudez não impedia Sua autêntica e fiel pregação, pois aquela multidão precisava saber da verdade.
         Para mostrar que eles carregavam consigo a mais letal ignorância, o Senhor de fato confrontou aqueles judeus. Quem eles viam? Viam um Jesus humano, viam a aparência, rejeitavam aquele que se manifestou aos homens como “raiz de uma terra seca” (Isaías 53:2), cuja presença física nada era desejável aos corações mundanos. Quando o primeiro rei de Israel, Saul foi apresentado ao povo, ele era fisicamente desejável à população incrédula e obstinada. Saul era realmente belo na aparência e altura, mas o Senhor não olha aparência, pois Ele vê o coração (1 Samuel 16). Foi assim a atitude dos judeus no tocante ao Senhor, pois a divindade almejada por eles em nada era diferente dos outros povos pagãos.
         Eles, também mostravam discriminação social. Cristo nasceu numa família pobre e foi criado numa cidade pequena e sem importância. Cristo foi desprovido de qualquer elemento favorável aos sentimentos naturais. Desde Seu nascimento até à cruz foi assim. Sua presença neste mundo foi marcada pela Sua profunda humilhação; entrou aqui para sofrer e de fato foi um homem de dores (Isaías 53:3); para cumprir Sua obra deixou de lado todos os Seus poderes da divindade; Seu coração era completamente submisso à vontade do Pai celestial e agiu obedientemente, submetendo-se ao Espírito Santo.
         Caro leitor, os homens são iguais, não importa se são religiosos, ou não; se são mais educados e tratáveis do que outros. Todos estão na ignorância espiritual, conforme afirma Paulo: “Não há ninguém que entenda...” (Romanos 3:11). A Palavra de Deus nas mãos de homens não salvos, não passa de um livro carregado de superstições; Cristo é visto como um benzedor, distribuidor de bênçãos materiais e um pugilista que luta contra demônios.
         Os homens no pecado são assim e quando a verdade chega estão prontos a fugir da verdade. Foi assim com os judeus, é assim em nossos dias, pois os homens no pecado odeiam o Senhor da glória. Não há outro meio para que o Senhor da glória seja aceito no coração, a não ser quando o Senhor de compaixão visita os pecadores para salvá-los. Quando Ele compadece e chama, homens e mulheres são atraídos pela força da graça e, de fato clamam e invocam Seu Nome para serem salvos!

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