“Porque o salário do pecado é
a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso
Senhor” Romanos 6:23.
Caro leitor,
convido-lhe a encarar comigo a extensão do trabalho da morte no império das
trevas. O mundo moderno escarnece da verdade ao brincar com o pecado, achando
que nada há de errado, crendo que a vida de paixões da carne deve ser
aproveitada o melhor possível. A cultura moderna pensa que pode ser esperta e
não sabe que age com loucura, ignorando a verdade bíblica a respeito das
tristes conseqüências do pecado e da morte aqui e na eternidade.
Na segunda meditação
pude mostrar que quando a bíblia trata do salário do pecado refere-se à morte
em toda extensão do seu macabro trabalho. Vimos que os homens no pecado estão
mortos em relação a Deus, e que tudo neles funciona somente e tão somente para
o pecado. No pecado o homem não possui a vida que há no Filho de Deus; no
pecado possui apenas o que a bíblia chama de vida natural, ligada à natureza,
nada podendo entender daquilo que pertence a Deus, ao Espírito de Deus e à
Palavra revelada. E não importa se tem uma bíblia, se freqüenta uma igreja ou
não, se faz caridade ou nada tem feito de bondade aos outros, a verdade é que
se não possui a vida que há somente em Cristo, para Deus está morto,
espiritualmente inerte como um defunto, entregue ao curso deste mundo (Efésios
2:2) e caminhando rumo à morte eterna. Cristo Jesus veio ao mundo para conceder
vida aos mortos, e ele o faz por meio da mensagem do evangelho chamando
pecadores da morte para a vida (João 5:24).
A partir de agora
procurarei entrar nas conseqüências imediatas do pecado, visto que o salário
pago pelo pecado é sempre a morte, e para isso é necessário que o leitor tenha
um sincero comprometimento com a verdade bíblica como ela é. O que quero afirmar aqui é que sempre as
conseqüências de qualquer ato pecaminoso é morte. Notemos bem o que o engano do
pecado promove numa alma iludida pelos prazeres. A mentalidade é que a pessoa
ao aproveitar a vida realmente está vivendo, que essa é a verdadeira vida, que
esse é o sentido de vida a cada momento que obedece àquilo que a natureza
pecaminosa quer. Porém, o fato é que o salário de todo ato pecaminoso, quer
seja na mente, em palavras ou em atos não é mais amor, mais felicidade, mais
honra e vida, sempre será a morte. A recompensa quem recebe é a morte para que
ela mostre seu macabro trabalho por meio daquele instrumento usado pelo pecado.
Notemos bem que há uma
plena harmonia entre o pecado e a morte. A diferença no trabalho feito pelo
pecado e pela morte é que o serviço do pecado é feito enganosamente e
articulado com dolo, astúcia. O pecado encobre o veneno com um delicioso glacê
do prazer; adorna o ego com flores da lisonja e acaricia a soberba. O pecado
expõe um verdadeiro paraíso perante os olhos do pecador, sem que perceba que
não passa de ilusão; deifica seu coração de arrogância e afasta da mente
qualquer sentimento de ódio, juízo e punição contra a maldade praticada. Foi
dessa maneira que o pecado conduziu Judas. Ele amou a riqueza e caminhou em
busca disso. Ele não podia ver qualquer engano, qualquer perigo à frente, e
após a traição recebeu aquilo que tanto esperava; suas mãos estavam abarrotadas
com o peso das trinta moedas de prata. Sua alegria estava ali, afinal
conquistou aquilo que tanto ambicionara; estavam ali os motivos de júbilo,
regozijo e prazer; ali estava a paixão dos olhos, da carne e a soberba da vida
(1 João 2:16).
Entretanto, o serviço
feito pela morte consiste em revelar a realidade, assoprando a vela acesa do
pecado e mostrando o que fica. Tomemos Judas como exemplo. Imediatamente sua
felicidade foi desfeita pelo remorso; imediatamente a aprisionou-o, mostrando
toda corrupção, injustiça, perversidade e ganância. Essa leoa faminta chamada
morte aprisionou-o com as algemas do medo, da covardia, da fuga e em fim
lançou-o no abismo eterno.
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