terça-feira, 8 de outubro de 2013

ENRIQUECENDO COM A BÍBLIA (continuação)



3. Tiramos real proveito da Palavra, quando aprendemos a verdadeira Natureza do amor cristão.
         O amor cristão é uma graça espiritual, que permanece nas almas dos santos, juntamente com a fé e a esperança, (I Coríntios 13:13). Trata-se de santa disposição, insuflada neles, quando são regenerados (I João 5:1). Não é menos que o amor de Deus derramado em seus corações pelo Espírito Santo (Romanos 5:5).
         O amor é um princípio justo, que busca o mais alto bem do próximo. É o reverso mesmo do princípio do egoísmo, e do interesse próprio, que se encontra em nós por natureza. Consiste não apenas de consideração afetuosa por todos quantos trazem a imagem de Cristo, mas, também envolve o poderoso desejo de promover o bem estar dos mesmos. E não é nenhum sentimento passageiro, que facilmente se sente ofendido, porque é antes uma força dinâmica permanente, que as "muitas águas" da fria indiferença, ou que os "dilúvios" da desaprovação não podem apagar, e nem afogar (Cantares 8:7). E embora fiquemos muito aquém do grande exemplo de amor, tem idêntica essência ao amor daquele sobre quem foi dito: "... Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim" (João 13:1).
         Não há meio mais seguro e mais certo de obtermos a correta concepção da natureza do amor cristão, do que fazermos um estudo completo dele, em sua perfeita exemplificação, que é o Senhor Jesus. E quando falamos em "estudo completo", indicamos a realização de uma pesquisa ampla, de tudo quanto está registrado a seu respeito, nos quatro Evangelhos, não nos limitando a algumas poucas passagens, ou incidentes favoritos. Quando assim fazemos, então descobrimos que o amor de Cristo não somente era benévolo e magnânimo, refletido e gentil, altruísta e inclinado à abnegação, paciente e imutável, mas, que também, havia muitos outros elementos componentes.
         Assim é que o amor foi capaz de negar um pedido urgente (João 11:6), de repreender Sua mãe (João 2:4), de usar um açoite de cordas (João 2:15), de repreender severamente Seus discípulos que duvidavam (Lucas 24:25), e de denunciar a indivíduos hipócritas. (Mateus 23:13-33).

Sim, o amor pode ser ríspido, (Mateus 16:23), indignado, (Marcos 3:5). O amor espiritual é uma realidade santa: é fiel a Deus, e não transige perante qualquer coisa má.

4. Tiramos verdadeiro proveito da Palavra, quando descobrimos que o amor cristão é Divinamente transmitido.
         "Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama, permanece na morte" (I João 3: 14).
         "O amor aos irmãos é o fruto, e o efeito de um novo e Sobrenatural nascimento, operado em nossas almas pelo Espírito Santo, sendo uma bendita evidência do fato de que fomos escolhidos em Cristo, pelo Pai Divino, antes de haver mundo. Amar a Cristo, e àqueles que Lhe pertencem, faz parte congênita da natureza Divina, de que Ele nos tornou participantes, através do Seu Santo Espírito... Esse amor aos irmãos, deve ser um amor peculiar, de modo que ninguém, senão os regenerados, pode possuir, e como ninguém, além deles, pode exercer; doutro modo, o apóstolo não o teria mencionado tão particularmente: é de sorte tal, que aqueles que não o possuem, também não são regenerados; por isso mesmo está escrito: 'aquele que não ama, permanece na morte' ". (S. E. Pierce).
         O amor aos irmãos envolve muito, muito mais do que simpatizarmos com a companhia daqueles, cujo temperamento é semelhante ao nosso, daqueles cujos pontos de vista, concordam com os nossos. Não é algo que pertença apenas à natureza humana, mas, é antes algo espiritual e Sobrenatural. O amor nos liga de coração, àqueles em quem percebemos algo de Cristo.
         Portanto, trata-se de muito mais do que de espírito fraterno: abrange a todos em quem podemos ver a imagem do Filho de Deus. Por conseguinte, trata-se de amarmos aos homens por amor a Cristo, devido aquilo que vejo de Cristo na pessoa deles. E, é o Espírito Santo, quem me atrai, e conquista para o Cristo, que habita em meus irmãos e irmãs na fé.
         Assim sendo, o verdadeiro amor cristão, não é apenas um dom Divino, mas, é algo que depende inteiramente de Deus, para seu fortalecimento e exercício. Precisamos orar diariamente, para que o Espírito Santo ponha o amor em ação, e o manifeste, dirigindo-o tanto a Deus, como ao Seu povo, aquele amor que o Senhor derramou em nossos corações.

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