“Por isso vos disse que morrereis nos vossos pecados; porque, se não
crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados” (João 8:24).
Prezado leitor, a passagem nos mostra
Cristo em confronto com um povo religioso, conhecedor das Escrituras do Velho
Testamento, mas completamente cego quanto às verdades reveladas. O Jeová que
eles professavam crer e obedecer estava perante eles, mas seus corações
endurecidos, revoltados e cruéis impediam que eles O enxergassem. Eles viam apenas
um homem e o discriminavam, enxergavam a mera aparência, por essa razão o
conhecimento deles era inadequado. Aquele povo religiosamente orgulhoso estava
tomado pelos seus desejos carnais; eram escravos do pecado como qualquer povo
pagão; tinham as mesmas ambições mundanas, eram obedientes à chefia do pai da
mentira e não tinham qualquer motivação interior para receber a verdade (João
8:44,45).
Prossigo em mostrar aos meus leitores o
perigo letal que ronda milhares de almas, justamente porque o conhecimento
adquirido é inadequado; chegaram perto da luz, mas recuaram; recusaram
humilhar, ficaram ofendidos diante da refulgente glória do Senhor Jesus;
chegaram perto da porta, mas preferiram voltar, porquanto não estão dispostos a
confessar seus pecados e invocar o Nome do Senhor para serem salvos; a fé que
têm é semelhante a fé dos judeus, porque recusam confessar a Cristo perante os
homens, pois temem aos homens e buscam a glória mundana (João 12:42,43).
Para aqueles judeus de corações
empedernidos, aquele simples Jesus não passava de uma figura humana; serviria
para eles como um profeta, apenas para cuidar de seus ambiciosos planos
terrenos. Eles queriam um reino terreno, por isso queriam um rei que subjugasse
os reinos tão dominantes dos gentios. Queriam ser famosos e ricos neste mundo;
queriam estar livres dos atropelos terrenos e aquele simples varão de Nazaré
serviria para cumprir seus planos vaidosos. Eles tiveram um breve período dessa
alegre expectativa desse reino terreno com João Batista e milhares deles
estiveram por breve tempo dispostos à mudança. Mas ignoravam que João veio
preparar o caminho do Messias prometido e que esse Messias que estava perante
Eles; que faziam tantos sinais e maravilhas era a Luz do mundo.
O coração vaidoso e arrogante do homem
não convertido é assim, pois chega pertinho da entrada do reino, mas quando
percebe que o acesso é algo humilhante prefere recuar. Aqueles judeus rodearam
Cristo, mas não estavam dispostos a chegar perto; quanto mais as palavras do
Senhor chegavam aos seus ouvidos incircuncisos, mais raivosos ficavam; agiam
como hienas querendo pegar a presa, pois queriam exterminar com o Senhor ali
mesmo. As Escrituras eram para eles apenas um instrumento supersticioso, pois
quando a verdade chegou e Cristo começou a mostrar suas vidas à luz da queda em
Adão, o ódio contra a verdade manifestou-se imediatamente.
Cristo retirou deles toda capa
religiosa e mostrou-lhes que eles nada tinham com Abraão, não obstante serem
descendentes físicos dele. Abraão foi um genuíno crente, mas eles eram
incrédulos. Eles estavam convencidos que entrariam facilmente no reino eterno e
que Abraão lhes esperava lá, mas nosso Senhor deixou bem claro que eles não
passavam de pobres escravos do pecado (8:34) e que não tinha outro meio de
serem libertos dessa escravidão, a não ser pelo Filho de Deus (João 8:36). Eles
acreditavam firmemente que pertenciam ao mesmo Deus de Abraão, mas o Senhor
lhes mostrou com firme e decidido amor, que eles não passavam de filhos do
diabo, por isso odiavam tanto o Filho de Deus, a ponto de querer apedrejá-Lo
(8:40).
Ó, caro leitor, veja bem que uma pessoa
pode chegar a ter todo conhecimento da verdade; ter toda base teológica; ter na
mente toda da salvação, sem ser salvo. O valor da verdade para o homem é quando
ela chega no íntimo (Salmo 51:6); é quando a verdade destroniza o ego e leva o
homem ao lugar onde deve estar, se quer conhecer o Deus da bíblia – é o lugar
humilhação e confissão.
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