segunda-feira, 24 de junho de 2013

Meditação de Spurgeon



“Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-nego e disseram … Fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses.” (Daniel 3:16-18)

O relato da coragem juvenil e da maravilhosa libertação destes três jovens piedosos, ou antes, destes campeões, adapta-se muito bem para provocar na mente dos crentes firmeza e estabilidade para defender a verdade contra os dentes da tirania e das próprias garras da morte. Que os jovens cristãos, especialmente, aprendam do exemplo deles a não sacrificar nunca as suas consciências, tanto nos assuntos da fé e da religião como nos assuntos da probidade nos negócios.
       Perde tudo antes que perderes a tua honradez, e, quando tudo mais se tenha perdido, continua aferrando-te a uma consciência limpa como a joia mais preciosa que possa adornar o peito de um mortal. Não te guies pelo fogo-fátuo da sagacidade, mas pela estrela polar da autoridade divina. Segue o reto, em todos os azares.
       Quando tu não vês nenhuma vantagem presente, anda por fé e não por vista. Faz a Deus a honra de confiar Nele, quando isto importe perda por causa dos teus princípios. Olha se Ele será ou não teu devedor! Olha se Ele ainda nesta vida não cumprirá a Sua palavra de que “é grande ganho a piedade com contentamento”, e de que aqueles que “buscam primeiro o reino de Deus, e sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.” Se acontecesse que, na providência de Deus, chegasses a ser um perdedor por causa da tua consciência, acharás que, se o Senhor não te retribuir com a prata da prosperidade terrestre, cumprirá a Sua promessa com o ouro do gozo espiritual.
       Recorda que a vida do homem não consiste na abundância dos bens que ele possui. Mostrar um espírito franco, ter um coração livre de ofensa, contar com o favor e a aprovação de Deus vale mais do que as riquezas que as minas do Ofir poderiam produzir ou o comércio de Tiro poderia ganhar. “Melhor é a comida de hortaliça onde há amor do que o boi gordo e, com ele, o ódio.” Uma onça de tranquilidade de coração vale mais do que uma tonelada de ouro.

Tradução de Carlos António da Rocha

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