segunda-feira, 24 de junho de 2013

meditação de Spurgeon



SALMO 10
Não há, na minha opinião, um Salmo só que descreva a mente, os costumes, as obras, as palavras, os sentimentos e o destino do ímpio com tanta propriedade, plenitude e luz como este Salmo. Assim que, se em algum aspecto não se tem dito o bastante ainda do ímpio, ou se falta ainda algo nos Salmos que se seguem, podemos achar aqui uma imagem e representação perfeita da iniquidade. Este Salmo, pois, é um tipo, forma e descrição deste homem, o qual, embora ele mesmo se veja, e até os outros o vejam, como o mais excelente dos homens, mais que o próprio Pedro, é detestável aos olhos de Deus; e isto é o que impulsionou Agostinho e aos cristãos que viveram depois dele a entender este Salmo como uma referência ao Anticristo. Martin Luther.
Vers. 1. Por que estás ao longe, SENHOR? A presença de Deus é o gozo do Seu povo, mas a suspeita da Sua ausência é tristeza sem medida. Portanto, recordemos que o Senhor está perto de nós. O ourives não está nunca longe da boca do forno quando tem o ouro no fogo, e o Filho de Deus está sempre andando no meio das chamas quando os Seus santos filhos são lançados nelas. C. H. S.
Por que te escondes nos tempos de angústia? Não é tribulação, porém, o nosso Pai esconde de nós a Sua face, o que realmente nos fere. Se necessitarmos de resposta à pergunta «Por que te escondes?» achá-la-emos no fato de que há uma necessidade não só para a prova, mas também para o pesadume do coração sob a prova (I S. Pedro 1:6); mas, como pode ser assim, se o Senhor deveria brilhar sobre nós quando nos está afligindo? Se o pai consola o seu filho quando o está corrigindo, do que serviria a disciplina? Um rosto sorridente e a vara não são companheiros apropriados. Deus desnuda as costas para que o golpe se sinta mais; porque é apenas a aflição sentida a que passa a ser aflição bendita. Se somos levados nos braços por Deus ao passarmos por cada corrente, onde estaria a prova, onde a experiência que a tribulação tem por objeto ensinar-nos?
Se o Senhor não Se escondesse, não seria tempo de tribulação, de modo algum. Assim, também, poderias inquirir por que o Sol não brilha de noite, quando é seguro que não haveria noite se o fizesse. C. H. S.
«O tempo da tribulação» deveria ser tempo de confiança; o ter fixo o coração em Deus, deveria impedir os temores do coração. Não temerá maus rumores; o seu coração está firme, confiando no SENHOR. (Salmo 112:7) Como? "Confiando no Senhor. O seu coração está estabelecido, ele não deve ter medo.” De outra maneira, sem isso, seriamos como a chama de uma vela, como uma veleta; movidos por cada rajada de más notícias, as nossas esperanças afundar-se-iam ou flutuariam segundo as notícias que ouvíssemos. A Providência parece dormir a menos que a fé e a oração a despertem. Os discípulos tinham apenas uma fé pequenina no seu Mestre, ainda que com a sua pouca fé O tivessem acordado na tempestade, e Ele salvou-os. A falta de fé só impede a Deus que nos mostre o Seu poder ao tomar a nossa parte. Charnock Stephen.
Vers. 2. Com arrogância o mau persegue o pobre. A acusação divide-se em duas partes distintas: arrogância e tirania; uma é a raiz da outra. O orgulho é o ovo da perseguição. C. H. S.
O «orgulho» é um vício que se adere de modo tão firme aos corações dos homens, que se tivéssemos de tirar-nos as nossas faltas uma atrás de outra, sem dúvida acharíamos que ele é a última e a mais difícil de arrancar. Richard Hooke, 1554-1600.
Fica apanhado na trama que ele mesmo urdiu. A ideia é razoável, justa e natural. Inclusive quando os nossos inimigos são os juízes, é justo que os homens sejam tratados como eles desejam tratar os outros. Só sopesamos o outro nas nossas próprias balanças, e medimos o trigo com a nossa própria medida. Ninguém vai disputar a justiça de Deus quando Ele enforque a cada Hamã na sua própria forca, e lance a cada um dos inimigos dos Seus Danieis nos seus próprios fossos de leões. C. H. S.

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