“A tua benignidade, Senhor, chega até
aos céus, até as nuvens, a tua fidelidade. A tua justiça é como as montanhas de
Deus; os teus juízos, como um abismo profundo” (Salmo 36:5,6)
CONHECENDO O GRANDE DEUS (continuação):
Amigo
leitor estamos na parte introdutória desse maravilhoso salmo, que trata da
revelação de Deus aos homens. Os versos 5 e 6 servem de alicerce para que
venhamos a entender o restante desse salmo. Deus se revelou aos homens naquilo
que os homens precisam saber, em Sua misericórdia,
justiça e juízo.
A Palavra de Deus mostra que Deus trabalha exercendo essas atividades e nelas
Ele é glorificado. Ele mesmo transmite isso ao povo de Israel por meio de
Jeremias: “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o
forte na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar,
glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor e faço
misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o
Senhor” (Jeremias 9:23,24).
Passo
agora a considerar a justiça: “...A tua justiça é como as montanhas de Deus...”.
É profundamente admirável a linguagem hebraica. Notemos que a misericórdia e a
verdade são vistas de forma vertical: “... até aos céus...
até as nuvens...”,
mas a justiça é vista de forma horizontal: “... como
as montanhas de Deus...”.
O que o Espírito de Deus está querendo nos ensinar? Na linguagem profética ou
poética do Velho Testamento o termo “montanhas” é usado para referir a alguém
que está em destaque, assim como as montanhas se destacam. Muitas vezes Deus
usa essa palavra para chamar a atenção daqueles que por causa de sua posição
ficam inchados, orgulhosos, altivos, etc. Notamos isso em todo cap. 2 de
Isaías, destacando apenas os versos 12 e 14: “Porque o Dia do Senhor dos
Exércitos será contra todo soberbo e altivo e contra todo aquele que se exalta,
para que seja abatido. Contra todos os montes altos e contra todos os outeiros
elevados”.
A
palavra justiça, também é usada para referir ao homem salvo, temente a Deus,
justificado pela sua fé. Notemos o que diz o Salmo 125:1: “Os que confiam no
Senhor são como o monte Sião, que não se abala, firme para sempre”. O que
aprendemos diante dessa preciosa linguagem? Não há dúvidas que essa bela poesia
do salmo 36: “...a tua justiça é como as montanhas de Deus...”, mostra o que
Deus está exibindo neste mundo em Seus atos de misericórdia para com os
pecadores. Homens e mulheres achados pela misericórdia de Deus são feitos
justos mediante o sangue remidor e estão neste mundo mostrando o que significa
os atos de misericórdia de Deus. Os verdadeiros
crente, juntos formam “a cidade edificada sobre um monte” (Mateus 5:14). Os
verdadeiros santos de Deus neste mundo formam as
montanhas de Deus,
eles são dignos de séria observação, porque são eles que refletem a obra
salvadora, graciosa de Deus em chamar pecadores ao arrependimento. A igreja
santa e pura é a presença da justiça do Senhor aqui na terra, condenando um
mundo maligno, que odeia e rejeita a verdadeira e perfeita justiça para a
salvação do perdido.
Amigo
leitor, você é um crente? Humildemente entendeu um dia que sua justiça própria
nada tinha de valor, que precisava lançá-la fora como se fosse um trapo imundo
(Isaías 64:6)? Um dia você foi ao Salvador bendito porque entendeu que Ele na
cruz pagou o preço a fim de purificar o pecador e torná-lo plenamente aceitável
perante Deus o Pai? Se isso ocorreu, você, como uma montanha exibe neste mundo
a verdadeira e perfeita justiça do Filho de Deus. Que maravilha! Deus está
sendo glorificado nisso! Por essa razão aqueles que pela fé foram justificados
(Romanos 5:1) são perseguidos e odiados neste mundo, conforme nosso Senhor diz:
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça...” (Mateus 5:10). Oh! Que
tal verdade traga alegria e descanso aos corações santificados!
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