Vers. 12. Pois quando inquire
do derramamento de sangue, lembra-se deles: não se esquece do clamor dos
aflitos. Oh
perseguidores, vem o tempo em que Deus fará uma investigação estrita do sangue
de Hooper, Bradford, Latimer, Taylor, Ridley, etc. Vem o tempo em que Deus vai
inquirir quem fechou a boca de muitos dos Seus ministros, e quem os encarcerou,
e quem confinou e desterrou outros que foram tochas ardentes e brilhantes, e
que estavam dispostos a consumir-se para que os pecadores pudessem ser salvos e
Cristo glorificado. Vem o tempo em que o Senhor fará uma estrita averiguação de
todas as ações e práticas dos tribunais, conselhos, comitês eclesiásticos, e
tratará os perseguidores como eles trataram o Seu povo. Thomas Brooks.
Há
a vox sanguinis, ‘a voz do sangue’; e «Aquele que fez o ouvido, não
ouvirá?» Ele cobriu o mundo antigo com água. A terra estava cheia de crueldade;
a vox sanguinis era a que clamava, e os céus ouviram a terra, e as
janelas dos céus abriram-se e deixaram cair o Seu juízo e a Sua vingança sobre
ela. Edward Marbury, 1649.
Não
se esqueceu do clamor do humilde. A oração é um porto para o náufrago,
uma âncora para os que se estão afundando nas ondas, um cajado para os membros
daquele que cambaleia, uma mina de joias para o pobre, um médico para as
enfermidades e um guardião da saúde. A oração assegura-nos ao mesmo tempo a
continuidade das nossas bênçãos e dissipa as nuvens das nossas calamidades. Oh
bem-aventurada oração! Tu és o conquistador denodado dos males humanos, o
fundamento firme da felicidade humana, a fonte de gozo perdurável, a mãe da
filosofia. O homem que pode orar verdadeiramente, ainda que languidesça na
indigência mais extrema, é mais rico do que todos os que o rodeiam, enquanto
que o desgraçado que nunca dobrou o seu joelho, ainda que se sinta orgulhoso
como o monarca de todas as nações, é o mais indigente dos homens. João
Crisóstomo
Verso
13. Tem misericórdia de mim, SENHOR. Assim como Lutero costumava
chamar a alguns dos versículos pequenas Bíblias, também nós podemos chamar a
esta oração um pequeno livro de oração, porque tem em si a alma e tutano da
oração. C. H. S.
Verso 14. Para que eu proclame
todos os teus louvores. Não temos de olvidar o objeto de David ao desejar
misericórdia; é a glória de Deus. Os santos não são tão egoístas para procurar
só para si mesmos; desejam o diamante da misericórdia para que os demais possam
ver como reluz e admirem Aquele que dá gemas muito preciosas aos Seus amados. C.
H. S.
Vers.
15-17. Vai resultar num agravamento do tormento dos condenados o que fará com
que as suas torturas sejam tão grandes e tão fortes como a sua compreensão e os
seus afetos, o que fará com que aquelas paixões violentas sejam ainda ativas.
Se a sua perda não fosse tão grande e o seu sentimento acerca disso não fosse
tão apaixonado, se pudessem perder o uso da sua memória, estas paixões
morreriam, e esta perda, sendo esquecida, turvá-los-ia menos. Mas como não
podem pôr de lado nem a sua vida nem o seu ser, já que eles considerariam a sua
aniquilação uma misericórdia singular, tampouco podem pôr de um lado
nenhuma parte do seu ser.
O
entendimento, a consciência, os afetos, a memória, todos eles têm de viver para
atormentá-los, enquanto que deveriam ter contribuído para a felicidade deles. E
assim como com estas faculdades poderiam ter-se alimentado no amor de Deus e
tirar perpetuamente os gozos da Sua presença, assim também por elas mesmas
agora recebem a ira de Deus e tiram continuamente os dores da sua ausência.
Agora
não dedicam tempo nem lugar nas suas memórias para considerar as coisas da
outra vida. Ah, então terão tempo suficiente; achar-se-ão onde não terão nada
mais para considerar: as suas lembranças não terão outra utilidade do que
danificá-los; achar-se-ão gravados sobre as tábuas dos seus corações. Richard
Baxter
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