“Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao
seu amado? Debaixo da macieira te despertei; ali esteve tua mãe com dores; ali
esteve com dores aquela que te deu à luz. Põe-me como selo sobre o teu coração,
como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a morte; o ciúme é
cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo, verdadeira labareda do Senhor.
As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Se alguém
oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Cantares 8:5-7).
DESCOBERTA PELO
AMADO (continuação):
Amigo leitor continuemos nossas
considerações na frase: “Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao
seu amado?”. Que essas
investigações no livro santo venham encher nossos corações de prazer. A fé
trabalha diligentemente na busca dos tesouros eternos, como as abelhas buscam
no néctar das flores aquilo que precisam para produzirem o mel. A revelação
escrita é a porta onde a fé entra a fim de deleitar-se no conhecimento do Amado.
Nenhum crente tem desculpas para viver espiritualmente ocioso, porque, se não
tiver interesse pelas verdades eternas deve examinar se sua fé é proveniente de
Deus: “Quem é de
Deus ouve as palavras de Deus...”
(João 8:47).
Outra lição maravilhosa e cheia de
riquezas para a alma está no fato que a noiva foi achada pelo noivo amado: “...
e vem encostada
ao seu amado?”. Sem o conhecimento
adequado da graça somos inclinados a crer que a iniciativa de amor foi nossa,
mesmo que estivermos informados pela bíblia. No íntimo a natureza carnal nos
leva a crer que fomos nós que tomamos a decisão por Cristo, que Ele foi atraído
pelo nosso amor por Ele; que Ele foi alvejado pela nossa disposição de escolha.
Porém, quanto engano! Notemos a linguagem do Senhor em favor do Seu povo amado
na eternidade: “...Com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí” (Jeremias 31:3). Foi o perfeito amor,
inigualável, eterno, inexplicável do Senhor, que O levou a deixar o lar na
glória e entrar nesse deserto enganador para livrar Seus santos dessa
escravidão, aflição e perdição onde estavam sob a liderança do príncipe das
trevas. Notemos bem o quanto Ele deixou claro que veio buscar os perdidos
(Lucas 19:10).
Quem são os perdidos? Todos? Não! Absolutamente!
Milhares estão neste mundo plenamente satisfeitos com a recompensa da
escravidão. Aliás, nem sabem o que significa escravidão, porque não podem
divisar qualquer sinal de escravidão. Eles miram o horizonte e vêem liberdade,
sucesso, fama e glórias terrenas. Como pernilongos sentem cheiro de sangue,
milhares respiram a atmosfera terrena com prazer. Cristo não veio buscar essas
almas, Ele veio buscar perdidos. Os perdidos percebem que estão perdidos,
porque Deus abriu seus olhos e agora contemplam a aridez que este mundo é para
suas almas.
Vejam a diferença que a Palavra de Deus
mostra na vida de dois homens ricos nos caps. 18 e 19 de Lucas. Na primeira
narrativa temos a descrição do que significa quando a alma nada vê, nem sente
de perdição. Aquele homem rico chegou para Jesus, aparentemente interessado em
ter certeza de vida eterna, mostrando isso na pergunta: Bom Mestre, que hei de fazer para
herdar a vida eterna?”. Que pergunta lisonjeadora! Seria um prato cheio para os evangelistas modernos que gostam de
igrejas cheias. Afinal, ele queria ter vida eterna, não seria bom que nosso
Senhor simplesmente adicionasse essa certeza no Seu coração? Ali estava um
homem religiosamente correto, moralmente equipado pelas diretrizes da lei de
Moisés. O que faltava para Ele? Afinal, olhando por todos os ângulos de sua
vida, tudo parecia certinho, só faltando a certeza da vida eterna.
Porém, ali estava um pecador que nunca
vira seu estado de perdição; não foi uma alma direcionada pela fé bíblica; não
estava perante o Senhor uma alma humilhada, em ampla disposição de confissão,
anelante pela verdade. Ele pensava que Jesus não passava de um bom mestre apenas, ignorava que perante Ele estava o
Filho de Deus que conhecia perfeitamente as manipulações de um coração pervertido.
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