domingo, 3 de fevereiro de 2013

O AMOR DE CRISTO PELA SUA NOIVA (6)




Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado? Debaixo da macieira te despertei; ali esteve tua mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz. Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo, verdadeira labareda do Senhor. As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Cantares 8:5-7).
DESCOBERTA PELO AMADO (continuação):
            Amigo leitor continuemos nossas considerações na frase: Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado?”. Que essas investigações no livro santo venham encher nossos corações de prazer. A fé trabalha diligentemente na busca dos tesouros eternos, como as abelhas buscam no néctar das flores aquilo que precisam para produzirem o mel. A revelação escrita é a porta onde a fé entra a fim de deleitar-se no conhecimento do Amado. Nenhum crente tem desculpas para viver espiritualmente ocioso, porque, se não tiver interesse pelas verdades eternas deve examinar se sua fé é proveniente de Deus: “Quem é de Deus ouve as palavras de Deus...” (João 8:47).
         Outra lição maravilhosa e cheia de riquezas para a alma está no fato que a noiva foi achada pelo noivo amado: “... e vem encostada ao seu amado?”. Sem o conhecimento adequado da graça somos inclinados a crer que a iniciativa de amor foi nossa, mesmo que estivermos informados pela bíblia. No íntimo a natureza carnal nos leva a crer que fomos nós que tomamos a decisão por Cristo, que Ele foi atraído pelo nosso amor por Ele; que Ele foi alvejado pela nossa disposição de escolha. Porém, quanto engano! Notemos a linguagem do Senhor em favor do Seu povo amado na eternidade: “...Com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí” (Jeremias 31:3). Foi o perfeito amor, inigualável, eterno, inexplicável do Senhor, que O levou a deixar o lar na glória e entrar nesse deserto enganador para livrar Seus santos dessa escravidão, aflição e perdição onde estavam sob a liderança do príncipe das trevas. Notemos bem o quanto Ele deixou claro que veio buscar os perdidos (Lucas 19:10).
         Quem são os perdidos? Todos? Não! Absolutamente! Milhares estão neste mundo plenamente satisfeitos com a recompensa da escravidão. Aliás, nem sabem o que significa escravidão, porque não podem divisar qualquer sinal de escravidão. Eles miram o horizonte e vêem liberdade, sucesso, fama e glórias terrenas. Como pernilongos sentem cheiro de sangue, milhares respiram a atmosfera terrena com prazer. Cristo não veio buscar essas almas, Ele veio buscar perdidos. Os perdidos percebem que estão perdidos, porque Deus abriu seus olhos e agora contemplam a aridez que este mundo é para suas almas.
         Vejam a diferença que a Palavra de Deus mostra na vida de dois homens ricos nos caps. 18 e 19 de Lucas. Na primeira narrativa temos a descrição do que significa quando a alma nada vê, nem sente de perdição. Aquele homem rico chegou para Jesus, aparentemente interessado em ter certeza de vida eterna, mostrando isso na pergunta: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?”. Que pergunta lisonjeadora! Seria um prato cheio para os evangelistas modernos que gostam de igrejas cheias. Afinal, ele queria ter vida eterna, não seria bom que nosso Senhor simplesmente adicionasse essa certeza no Seu coração? Ali estava um homem religiosamente correto, moralmente equipado pelas diretrizes da lei de Moisés. O que faltava para Ele? Afinal, olhando por todos os ângulos de sua vida, tudo parecia certinho, só faltando a certeza da vida eterna.
         Porém, ali estava um pecador que nunca vira seu estado de perdição; não foi uma alma direcionada pela fé bíblica; não estava perante o Senhor uma alma humilhada, em ampla disposição de confissão, anelante pela verdade. Ele pensava que Jesus não passava de um bom mestre apenas, ignorava que perante Ele estava o Filho de Deus que conhecia perfeitamente as manipulações de um coração pervertido.

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