Spurgeon
E, além disso, este convite está
no tempo presente: “Vem agora.” Não esperes até chegares a casa, porém deixa
que a tua alma se mova para Cristo agora. Nunca estarás em melhor condição para
ires a Ele do que estás agora; nem estarás em piores condições para vires a
Ele, a menos que, ao pospores a chamada, estejas mais endurecido e menos
inclinado a vires. Agora, neste instante necessitas de Cristo; portanto, vai a
Ele! Se estás faminto, essa é certamente a melhor razão para comeres! Se estás
sedento, essa é a melhor razão para beberes! Ou talvez estejas tão doente que
não tenhas fome. Então vai a Cristo, e come das provisões do Evangelho até que
se abra o teu apetite para essas provisões. Ao pecador que afirma: “eu não
tenho sede de Cristo”, eu gosto de lhe dizer: “Então vai e bebe até que tu
tenhas sede”, porque da mesma maneira como uma bomba de água não funciona se tu
não lhe deitas água primeiro dentro, assim acontece com certos homens. Quando
eles recebem algo da Verdade de Deus nas suas almas, embora pudesse parecer ao
princípio apenas uma recepção muito imperfeita do Evangelho, isso ajudá-los-á
mais tarde a ansiar mais profundamente a Cristo e a sentir um gozo mais intenso
das bênçãos da salvação.
Em
todo o caso, Cristo diz: “Vem agora”, e Ele diz de maneira implícita: “Vem, tal
como estás”. Tal como estais, vinde a Mim, todos os que estais cansados
e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Se trabalhais, então, antes de lavardes as
vossas mãos engorduradas, vinde a Mim, e eu vos aliviarei. Se vós estiverdes
débeis e cansados, e prestes a morrer, morrei no meu peito; porque para isso
tendes vindo a Mim. Não vamos a Cristo quando exercitamos o nosso próprio poder
para virmos, senão quando nos esquecemos do nosso desejo de permanecer
afastados Dele. Quando o vosso coração se rende, solta tudo aquilo em que se
está sustentando, e se lança nas mãos de Cristo; é nesse momento que se realiza
o ato de fé, e é a esse ato a que Cristo vos convida quando diz: “Vinde a Mim,
e Eu vos aliviarei.”
“Bem”, diz alguém, “Eu nunca
entendi o Evangelho; sempre me intrigou e me deixou perplexo.” Nesse caso, vou
tentar apresentar-to de maneira muito clara: Jesus Cristo, o Filho de Deus,
viveu e morreu pelos pecadores, e tu estás convidado a vir e confiar nEle.
Confia nEle! Depende dEle! Pendura todo o teu peso sobre Ele! Vai para Ele e
Ele dar-te-á alívio. Oh, que pela Sua infinita misericórdia Ele revele esta
simples Verdade de Deus ao teu coração, e que tu estejas disposto a aceitá-la
agora mesmo! Eu quero glorificar o meu bendito Senhor, que trouxe para o mundo
um plano de salvação tão simples como este. Há alguns homens que parecem
Pastores quebra-cabeças, já que gostam de perder-se em dificuldades e
mistérios, e exibir perante os seus ouvintes os frutos da sua grande cultura e
do seu maravilhoso saber. Se o seu Evangelho é verdadeiro, é uma mensagem
exclusivamente para a elite; e muitos teriam de ir para o Inferno se esses
fossem os únicos pregadores! Porém, o nosso Senhor Jesus Cristo glorificava-Se em
pregar o Evangelho aos pobres, e é para a Sua honra que pode dizer-se, até este
dia, “não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem
muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste
mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo
para confundir as fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as
desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são; para que nenhuma
carne se glorie perante Ele.”
É uma bênção que haja um
Evangelho que se adequa ao homem que não sabe ler, e que também se adapta ao
homem que não pode alinhavar dois pensamentos consecutivos, e que é bom para o
homem cujo cérebro quase falhou completamente na hora da morte; um Evangelho
que se adequa ao ladrão morrendo na Cruz; um Evangelho tão simples que, se
apenas houvesse Graça para o receber, que não precisa de grandes poderes
mentais para ser entendido. Bendito seja o meu Senhor por nos dar um Evangelho
tão simples e claro como este!
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