“Ninguém
pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no
último dia”
(João 6:44).
A NECESSIDADE DA SOBERANIA
(continuação) “Ninguém pode vir a mim...”
Prezado leitor consideremos bem esse tema
da depravação total, porquanto nosso Senhor deixa o assunto bem claro perante
nossos olhos, nessa pequena, mas profunda frase: “Ninguém pode vir a mim se...”.
Já pudemos ver as considerações periféricas a respeito dessa doutrina, mas, o
que importa agora é que saibamos exatamente o que a Palavra de Deus tem a
dizer. Certamente essa doutrina não somente esmaga nosso ego, como também
aniquila pressupostos, especialmente o ensino de que o homem tem livre-arbítrio
e que Deus respeita esse poder de decisão de cada pessoa.
A primeira lição que se revela em sua
proeminência bíblica a respeito da depravação total é o fato que todos, toda
raça está na mesmíssima condição em Adão. Nosso Senhor foi bem enfático: “Ninguém pode vir a mim....”.
Ora, não é essa a verdade apresentada em Romanos? “Pois todos pecaram...”
(Romanos 3:23); “Assim
como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte; assim
também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”
(Romanos 5:12). Davi sentiu o forte impacto dessa verdade em seu viver, por
isso partiu de seus lábios a dramática confissão: “Eu nasci na iniquidade e em pecado me concebeu
minha mãe” (Salmo 51:5). O mais religioso dentre todos
os religiosos pode confessar após a sua salvação que, dentre todos os pecadores
ele era o principal (1Timóteo 1:15).
Amado leitor, estou certo de que o
elemento mais enganador que existe é o pecado no íntimo, porquanto,
continuamente o coração é lisonjeado com a idéia de que há diferença entre os
pecadores. Muitos acham que vieram de uma raça especial e de que a culpa e
condenação pairam sobre outros. Mas eis que a verdade bíblica aparece para
humilhar nosso ser e desmantelar todas as fantasias de um coração rebelde.
Viemos sim da queda; nascemos todos fora do paraíso; em Adão todos foram
expulsos, demitidos do lugar de glória que ocupava o homem.
Vamos trazer isso à luz da nossa
experiência. Que diferença há? Onde a Palavra de Deus mostra a residência do
pecado? Onde está localizado esse chefe que controla e monitora nosso viver? Nosso
Senhor afirma que o problema do homem está no coração: “É do coração que procedem os maus desígnios...”
(Marcos 7:21). Não é verdade que sempre achamos que a essência do pecado está
nos vícios, na imoralidade, e noutros pecados tão grosseiros? Quanto engano! A
essência do pecado está em não dar a Deus a glória e a honra devidas a Ele no
viver. Podemos olhar para um Saulo de Tarso e vê-lo como um religioso, zeloso e
irrepreensível; mas a Palavra de chega e mostra seu ódio intenso por Cristo e a
disposição assassina de destruir os santos de Deus (Atos 9). Veja Simão Pedro,
humilde pescador e cheio de autoconfiança. Não tem ele um bondoso coração?
Jamais! Bastou que ficasse solto por um pouco para que fosse revelado seu medo
e disposição de negar o Senhor Jesus.
Amigo leitor encaremos esses fatos em
nosso viver. A não ser que a graça de Deus tenha mudado e transformado nossos
corações, fazendo de nós novas criaturas, toda nossa disposição será o negar o
Santo e glorioso Deus! Todo nosso prazer é correr para o mundo e amar esse
presente século! Toda nossa inclinação é ceder às paixões carnais que fervem e
borbulham em nosso íntimo! As nossas inclinações revelam nossa origem, quem
foram nossos pais e que nada temos de bondade, de fé, de amor a Deus nem de
religiosidade natural. Todos esses fatos são mostrados a fim de que humilhados
estejamos perante o Senhor! Para que conheçamos a nossa tão terrível culpa e
nosso merecimento da condenação!
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