“A tua benignidade,
Senhor, chega até aos céus, até às nuvens, a tua fidelidade. A tua justiça é
como as montanhas de Deus; os teus juízos, como um abismo profundo” (Salmo
36:5,6)
CONHECENDO O GRANDE
DEUS. (continuação)
Prezado leitor, não descansemos em
investigar na Palavra a respeito da misericórdia, porquanto é o
destaque, especialmente nos salmos onde repetidas vezes diz: “Porque a Sua
misericórdia dura para sempre”. Paulo destaca essa misericórdia em Romanos 9,
onde o apóstolo inspirado mostra essa livre atividade do Senhor no meio dos
homens: “...Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e
compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão” (Romanos 9:15). Ninguém
pode obrigar a misericórdia a agir, porquanto age como bem quer, sem que haja
qualquer compulsão externa. Saul foi um feroz perseguidor de Davi, procurando
constantemente a sua morte, mas agiu com misericórdia ao tomar Mefibosete, neto
de Saul, coxo dos pés, a fim de cuidar dele (2 Samuel 9).
Amigo, não tem um assunto mais
humilhante para a natureza caída no pecado do que tratar sobre a livre
misericórdia do Senhor. Diante da triste condição do homem no pecado, condenado
à prisão perpétua no sofrimento eterno, conforme vistos nos primeiros quatro
versos do Salmo 36 restam que nossas bocas fiquem fechadas e que calemos diante
do Senhor. Eis a razão que ao tratar de Deus ela aparece imediatamente em
grande destaque: “A tua misericórdia, Senhor, chega até aos céus...”! Conforme disse
na meditação anterior, ela indica a razão de tudo; ela mostra o porquê da
criação, a razão da paciência de Deus em face de tanta maldade humana; ela
mostra que mesmo num palco de juízo, quando vemos os terrores de Deus atingindo
nações inteiras, a misericórdia do Senhor passeia triunfantemente, vencendo
gloriosamente os inimigos, destruindo toda e qualquer oposição, a fim de
manifestar que o Senhor neste mundo está salvando perdidos, erguendo-os da
triste condição do pecado, a fim de levá-los para a glória eterna.
Querido leitor, a misericórdia de Deus
é o tema que explica tudo. A graça sem a misericórdia não é graça; o amor sem
que entendamos misericórdia não passará de ser algo emocional e sem qualquer
valor eterno; a pregação que não expõe a misericórdia revela estar cheia de
motivações egoístas. Quando a ênfase é a livre atuação da misericórdia
de Deus, toda arrogância é posta no pó, os homens prostram perante a verdade e
ficam conhecendo o que significa arrependimento na prática. Quando o brilho da
misericórdia chega aos corações, os homens se humilham e passam a temer e
tremer perante o sublime trono (Isaías 57). É a misericórdia que ergue o
homem do monturo para torná-lo homem; é a misericórdia que abre nossos olhos
para que entendamos o quanto somos frágeis como minhocas e que somente a força
da graça para conceder-nos vida; por ela entendemos a preciosidade do amor de
Cristo e que este mundo com seu brilho infame de revolta contra não passa de
ser lixo, ante a glória que aguarda os filhos de Deus.
Meu amigo, quanto espero que minha
linguagem tenha chegado de modo persuasivo em seu coração! Ó quantos milhares
andam enganados! Satanás é esperto em levar aos corações incautos uma mensagem
diferente, com um deus diferente, que é perfeitamente adaptado aos corações
ludibriados pelo pecado. Quem é o homem? A resposta é clara: caído em Adão;
condenado à sentença de perdição eterna. Não há resposta no homem, nada há nele
que mova sequer um milímetro da aprovação de Deus. A mensagem do evangelho,
entretanto, proclama que há um Deus de misericórdia, cuja atividade agora é
salvar pecadores arrependidos. Maravilha! Portanto, leitor, aproveite e corra
para os braços de misericórdia desse Senhor! Aproveite o perdão, a
reconciliação e a purificação pelo Sangue do Filho de Deus!
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