quinta-feira, 20 de junho de 2019

O SALVADOR, OBJETO DE DESPREZO (5)


                  
“”Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos”. (SAÍAS 53:2)
A APRESENTAÇÃO PESSOAL
        Temos visto nessa apresentação da Pessoa do Salvador, que Ele é totalmente desprovido de toda expectativa humana, daquilo que os homens esperam aqui de um Salvador. Nosso Senhor veio aqui para ser o Cordeiro de Deus e não uma figura, tipo Absalão, Filho do rei Davi. Ele veio para sofrer em Seu corpo, não somente os pecados do povo eleito, como também sofrer os efeitos desses pecados num corpo de humilhação; veio para ser por fora objeto de desprezo dos Seus e do mundo, por essa razão o texto destaca bem essa presença física do Senhor: “...como raiz de uma terra seca; não tinha  beleza nem formosura...”. Os homens ficam empolgados pela aparência e pela imponência de um líder, mas nosso Senhor se destacou por sua humildade e firme coragem em obedecer a Deus, amar a justiça e odiar a iniquidade. Quando somamos estas coisas, logo percebemos que são elas exatamente aquilo que merece todo desprezo deste mundo.
        Merece destaque também o fato que o Salvador usou Seu corpo como apenas uma tenda temporária: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós...” (João 1:14. O termo “habitou” literalmente significa “abrir uma tenda”, assim como alguém faz como vai acampar, o que significa que ele vai ficar por pouco tempo. Seu corpo de humilhação foi feito para ocultar Sua glória intrínseca Nele. Seu corpo foi feito pelo Pai, a fim de que pudesse passar pelo real sofrimento, como ninguém jamais passou. Seu corpo foi, desde a infância cercado pelos horrores da morte e os efeitos terríveis do pecado, não porque Ele houvesse pecado, mas porque assumiu um corpo assim. Ali estava o perfeito Homem num corpo imperfeito e pode incrivelmente aprender obediência num corpo mobilizado pelas terríveis fraquezas.
        Quando nosso Senhor se apresentou a Abraão (Gênesis 18), Ele apareceu num corpo perfeito, sem pecado. Nele ali havia beleza que agradava; Seu corpo ali foi não foi resultado de nascimento, mas de um aparecimento. Mas não foi o caso visto profeticamente em Isaías 53, tratando do Seu nascimento. Seu corpo foi formado em Maria para ser um corpo do sofrimento; foi feito para sofrer fome, sede, dores cruéis e tantos maus tratos. Em tudo o Cordeiro foi aparecendo no cenário de Israel assim; passou pela escola da graça e aprendeu obediência pelas coisas que sofreu. Quem pode compreender tal mistério? No caso de Abraão, O Senhor apareceu em forma física, mas no caso de Isaías 53 nosso Senhor nasceu, da mesma maneira que eu e você nascemos.
        Outro detalhe que é revestido de grandiosa importância é o fato que nosso Senhor veio para ser apresentado ao mundo como sendo exatamente Aquele que o Pai modelou com os tipos e símbolos em todo Velho Testamento. Em tudo as Escrituras deveriam ser cumpridas Nele. Ele entrou no mundo para ser o “Cordeiro de Deus” e não para assentar-Se num trono aqui. Ele entrou para receber uma coroa feita pelos homens, completamente cheias de espinhos, porque este seria o “prêmio” dado pelo mundo por Aquele que só fez o bem. Ele veio para ser trocado por um assassino – Barrabás. Veio para que o mundo representado ali naquela multidão pudesse mostrar seu intenso ódio e atacasse Seu corpo mortal, infligindo Nele mais sofrimento e dores. Até mesmos os eleitos estavam ali também, a fim de desprezá-Lo e crucificar o Senhor da glória. Quando homens se convertem, eles chegam à conclusão da culpa e podem dizer: “Nós matamos o Senhor; crucificamos o Justo; Oh, quão miseráveis e covardes fomos!”

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