terça-feira, 18 de junho de 2019

O SALVADOR, OBJETO DE DESPREZO (4)


                        
“”Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos”. (SAÍAS 53:2)
A APRESENTAÇÃO PESSOAL
        Ao apresentar o salvador o texto mostra primeiramente Sua procedência: “Como renovo”. A nação de Israel naqueles dias era uma caricatura do que foi a nação nos dias dos grandes reis, como Davi, Salomão, Uzias, Ezequias, etc. Quando Jesus nasceu, Roma era o império mundial, conforme foi mostrado na interpretação de Daniel acerca do sonho de Nabucodonosor (Daniel 2). Roma é a última parte da estátua, a parte inferior. Israel não tinha rei e toda situação política era subordinada às autoridades enviadas por Roma, a qual tinha o César como o augusto, soberano. É isso o que o texto apresenta em Isaías acerca da origem do Senhor. Cristo nasceu numa cidade pobre e numa família pobre.
        Notemos também o quanto nosso Senhor, fisicamente não tinha aparência agradável: “Como raiz de uma terra seca...”. O mundo sempre olha a aparência. Não foi assim com Israel quando escolheu o primeiro rei? Bastou Samuel apresentar um homem de bela aparência, Saul, eles imediatamente o proclamaram rei. Enquanto o mundo olha a beleza, a formosura na aparência física, Deus olha o homem no coração. Ao apresentar Seu Servo, o Senhor desfaz todo conceito que o homem tem acerca daqueles que eles esperam como líder e salvador. Toda ênfase a respeito do Cordeiro de Deus é dada naquilo que é no coração; toda Sua formosura perante os homens é destacada em Seus atos de amor, bondade, compaixão e ternura.
        Noutras palavras, a verdade não está na mera e passageira aparência, mas sim no homem interior. Em nenhum aspecto nosso Senhor representa aquilo que o mundo quer, nem em Sua aparência, nem tampouco naquilo que Ele essencialmente é. O povo judeu gostava dos Seus atos de bondade, mas quando Suas palavras e atos revelavam a verdade acerca Dele, imediatamente havia uma reação de ódio da parte deles. Palavras de graça para o mundo significa que a pessoa está dizendo aquilo que eles gostam de ouvir; significa palavras que seduzem seus corações, que alimentam orgulho próprio e que são traduzidas em bênçãos advindas de superstições. Eles chegavam perto Dele para ver aquilo que para eles era espetáculo, mas se postavam na defesa, quando Suas palavras mexiam com seus corações pervertidos e costumes mentirosos. Se uma aparência não é agradável ao povo, pelo menos as palavras e os atos devem chamar a atenção. No caso do Senhor, Sua beleza interior foi motivo de ofensa, terror e perseguição da parte do povo. A aparência feia, misturada com a religião supersticiosa e mentirosa dos homens resulta em terríveis idolatrias, conforme vemos em ídolos fabricados pelos homens nas nações.
        O Salvador é o Senhor da glória (Tiago 2:1). Mas Ele ocultou Sua glória; Ele manteve sua condição humilde de Servo sofredor perante os homens; Ele jamais recuou de portar-Se como ovelha, pois Se submeteu ao Espírito, a fim de fazer a vontade do Pai. Nosso Senhor jamais reivindicou Seus direitos, porque Sua meta era a cruz; veio para ser sacrificado ali; veio para ser oferta pelo pecado; veio para sofrer a Ira do Todo Poderoso, a fim de que a igreja escapasse dos terrores eternos; veio para não abrir a boca perante os tosquiadores. Mesmo assim fez com que 3 dos Seus discípulos fossem ao Monte com Ele e ali Sua glória apareceu. Foi ali que aqueles 3 homens puderam ver quem era Aquele humilde Servo do Senhor. Foi embasado nessa visão que João confessou: “E vimos a Sua glória, glória como a do Unigênito do Pai”.
        Que humildemente caiamos perante a face gloriosa e santa daquele que um dia veio ao mundo, tendo em vista nossa eterna e gloriosa salvação.

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