“Por isso o juízo
está longe de nós, e a justiça não nos alcança. Esperamos pela luz, e eis que
há só trevas, esperamos pela claridade, mas andamos na escuridão” (Isaías
59:9-11)
O CLAMOR PELA SUA
CONDIÇÃO DE POBREZA ESPIRITUAL: “Pelo que a justiça está longe de nós, e a retidão não nos alcança”
Os eleitos clamam, devido
sua condição de pobreza espiritual. Eles veem que estão em falta em relação a
Deus; eles sabem o quanto é imensamente grande a dívida que têm contra Deus e a
falta de paz traz terrível aridez em suas almas. Quando devemos a alguém, a
falta de paz vai manifestar-se em relação àquela pessoa. É triste ver como a
multidão acha que está tudo bem! Satanás disseminou mentiras religiosas na
mente e nas emoções todos em relação a Deus e tais mentiras resultaram numa
miserável falsa paz. Mas não é assim com os eleitos, porque quando são
despertados para buscar a salvação, eles logo veem a condição individual na
balança de justiça divina. Por mais religioso que for, o homem despertado por
Deus tem seu coração rasgado perante o Santo e Sublime Senhor. Não foi assim
com Isaías? Tudo ia aparentemente bem com aquele moço, mas quando pode ver a
glória de Deus, imediatamente seu conceito de vida foi desmoronado, e quando
viu sua miséria e culpa, eis que pode presenciar o inferno aberto perante ele: “Ai
de mim! Vou perecer”
Os eleitos clamam porque
percebem que não há paz sem justiça. E onde achar tal justiça? Não é achada
neles! Eles veem que não pode pagar a Deus o resgate de suas almas; eles sabem
que se morrer, certamente cairão no castigo eterno. Por essa razão os eleitos
clamam; eles sentem seus pecados, veem sua perdição e o merecido castigo
escancarado perante seus olhos. Os pecadores por quem Cristo morreu são pessoas
humilhadas diante da verdade. Eles dizem: “...a justiça está longe de nós...”.
Eles já olharam para todos os lados e não viram qualquer lugar de escape, por
isso clamam: “Quem nos poderá salvar?”. A luta do homem no pecado é para provar
que Deus está errado; eles argumentam em palavras e em obras que há justiça
neles; que são bondosos, fazem caridade, têm Deus no coração e que merecem um
lugar de descanso após a morte. O que a palavra de Deus diz não tem qualquer
valor na mente do homem no pecado, pois no íntimo declaram que Deus é mentiroso
e que eles têm a verdade.
Desconhecendo a Deus, eis
que os homens no pecado acham que seus pensamentos, suas ideias e palavras
superam tudo o que Deus diz. As Escrituras não têm valor de documento, porque
para eles, suas mentiras são vistas como reais documentos. O Deus santo,
entretanto vê as obras deles como trapos; declara que os pensamentos deles não
são Seus pensamentos. Eles seguem seus caminhos achando que estão limpos,
quando Deus os intitulam de “imundos”; acham que detêm a verdade, enquanto Deus
os chama de “mentirosos”; seguem arrogantes, pensando que estão indo na direção
da felicidade, quando realmente estão sendo levados ao matadouro. É triste ver
a situação dos homens, na tentativa de exibir a justiça própria, mas o que eles
fazem é usar uma balança errada. Ao invés de pesar na balança divina, eles
utilizam as balanças dos homens aqui.
Quanta diferença com o que
passa no íntimo dos eleitos! O chamado da graça eficaz faz com que eles passem
a ver. Eram cegos, mas agora veem que estão perdidos. Por essa razão eles
clamam e confessam a condição deles, exatamente de acordo com o que a Bíblia
diz. Quando o ladrão na cruz foi despertado, não demorou para que ele mesmo
condenasse a si mesmo, dizendo que merecia o castigo; ele viu sua perdição, mas
pode contemplar o escape, porque o Salvador bendito estava ali perante ele. Era
o momento certo para escapar da condenação. Ele não olhava o mundo, ele via o
inferno aceso lá embaixo, mas viu a esperança do Paraíso, por isso clamou para
o Braço forte do Redentor.
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