“Olhando firmemente
para o Autor e Consumador da nossa fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que
lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está
assentado à destra do trono de Deus” (Hebreus 12:2).
ELE É O AUTOR DA
NOSSA FÉ PELA PERFEITA OBRA AGRADÁVEL AO PAI.
Nosso Senhor é o Autor da nossa fé, e
provou isso como Homem perfeito, em nada falhando como o Servo submisso ao Pai.
A maravilhosa história da cruz prova isso, porque em tudo se cumpriram as
Escrituras a seu respeito. O Homem perfeito, conforme o Salmo 22, se fez verme:
“Mas eu sou verme, e não homem...” (verso 6), a fim de que os verdadeiros
vermes pudessem ser transformados em homens. Aquele que jamais experimentou
pecado, ali na cruz foi feito pecado por nós, a fim de que pecadores culpados
fossem justificados e aceitos por Deus.
Essas verdades são tão profundas que
minhas palavras aparecem em linguagem extremamente débeis. Quem sou eu para
explicar o eterno amor do meu Senhor? Como eu, tão limitado posso expor a
perfeita fé que habitou no perfeito Homem? Sei que qualquer explicação
verdadeira só pode ser produzida pela graça, a fim de que nós seres humanos
venhamos a entender e assim exaltar nosso Senhor. Nosso Senhor como Homem se
apresentou em plena dependência de Deus, e isso é fé. Notemos bem que para ser
tentado no deserto, ele simplesmente foi submisso e cheio do Espírito. Naqueles
quarenta dias o segundo Adão não desfrutou de um Éden, como o primeiro Adão.
Como Homem que habitava num corpo mortal pode experimentar o que significa fome
e sede; olhando para todas as direções nada via que pudesse saciar seu corpo.
Foi nesse estado de completa dependência apenas da palavra de Deus que ele foi
cercado pelo terrível tentador, mas não se sucumbiu às manobras maliciosas e
sutis do pai da mentira.
Nosso Senhor pela fé não somente
enfrentou a oposição infernal deste mundo, dos demônios e dos anseios do seu
corpo, mas também enfrentou a solidão e o desprezo do Pai. À medida que foi
chegando à cruz o perfeito Homem foi se assemelhando ao pecado: “...ele o fez
pecado por nós...”. Foi esse o momento mais atroz para o Filho de Deus bendito,
porque se fez maldição em lugar de malditos. Como mirar a essência da maldição?
Como escapar da fúria tormentosa da justa ira de Deus? Pois foi nessa condição
que nosso Senhor se viu desamparado, para ali sozinho enfrentar o que significa
ser moído e esmagado pelo próprio Deus. Deus fez com que Abraão poupasse
Isaque, mas quanto ao seu Filho, eis que o Pai não o poupou, por amor dos seus
escolhidos.
Também, aquele que veio cumprir a lei de
forma perfeita, assim o fez. Nunca houve um homem que pudesse obedecer a lei em
sua perfeição e totalidade; a raça inteira falhou em Adão, por isso todo e
qualquer homem não pode ser menos do que maldito, segundo os rigores da
perfeita lei. Nosso Senhor mostrou em Mateus 5 as santas dimensões da lei, mas
todo seu viver e seu morrer provou as maravilhas da santa e justa lei num viver
perfeito do Filho de Deus. Por essa razão nosso Senhor abriu caminho ao céu, e
que caminho! Na lei só há dor, medo, terror, mas nesse caminho traçado pelo
Senhor eis que há alegria, felicidade, santidade, amor, liberdade, etc. É o
caminho para o céu, conforme o antigo hino: “Foi Jesus que abriu o caminho pro
céu”.
Podemos nós
entender a verdade dessa fé perfeita? Como podemos nós crer, sem que o Senhor
implante em nosso ser sua fé? Como podemos andar triunfante sem a presença
dessa confiança inaudita do Senhor em nosso peito? Aliás, nossa fé é a própria
presença dele enchendo nossa vida de coragem e graça. Ele mesmo declara: “...sem
mim nada podeis fazer” (João 15).
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