“Examinais as
Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas quem testificam
de mim” (João 5:39,40).
TRISTE CONDIÇÃO DOS
MORTOS: “...e são elas que testificam de mim”
Como mortos eles manuseiam apenas o
livro e a letra. Sem o Espírito a letra é morta. O capítulo 6 de João prova
claramente como os judeus ficaram com raiva e se afastaram após o discurso do
Senhor. Suas palavras eram espirituais, mas eles viram as letras e não as
verdades eternas sublinhadas naquela linguagem simbólica do Velho Testamento,
apresentando Cristo como o pão da vida e seu sangue para ser bebido, a fim de
dar vida eterna aos pecadores. Os discípulos puderam entender, por isso
disseram: “...tu tens as palavras de vida eterna”. A bíblia é em toda profecia,
história, poesia e ensinos a Pessoa sublime e preciosa do Filho de Deus. Sem a
presença do Espírito Santo ninguém há de entender o livro do Senhor; não
passará de um ambiente escuro sem qualquer compreensão ao entendimento do homem
natural.
Outro detalhe é que os judeus estavam
perante a Pessoa do Senhor, mas eles viam apenas o Nazareno; eles compreendiam
as coisas do ponto de vista terreno e não celestial, por essa razão não
compreendiam a linguagem da lei, em suas figuras e tipos. Como mortos para
Deus, aqueles homens e mulheres eram vivos para o pecado e o mundo; todo seu
ser era constituído de idolatria (Jeremias 17:1); toda bagagem religiosa não
passava de estímulo da carne e satisfação das exigências mundanas. Eles amavam
o que o mundo inteiro ama: a fama, as riquezas, a comida, o conforto, etc. A
Pessoa central do livro de Deus estava ali, mas era desprezado e odiado, assim
como odiaram e desprezaram o maná no deserto. Ali estava perante eles o
Cordeiro de Deus, o mesmo apresentado por João Batista, mas eles certamente se
apresentariam como sendo seus algozes.
Os homens mortos em seus pecados são
cegos e quando tomam as Escrituras mostram o quanto desprezam o Senhor. Eles
citam o Salmo 23, mas realmente odeia o Sumo Pastor das ovelhas, rejeitam sua
salvação, desprezam-no como Profeta, Rei e Sacerdote. A bíblia para os mortos espirituais
é como um livro mágico; eles o tomam para triturar sua história, a fim de fazer
manipular a verdade, tornando um livro milagreiro. Satanás gosta que eles
utilizem as Escrituras, porque eles se tornam ainda mais idólatras e carnais;
eles fazem com que as preciosas lições da revelação sejam usadas para pintar
seus ídolos ou mesmo tornar calmante para os momentos difíceis. O alvo das
Escrituras é revelar a tão grande salvação e o tão precioso Salvador.
Na salvação homens e mulheres são tirados
das trevas para a maravilhosa luz (Colossenses 1:13), mas os mortos espirituais
são mantidos em seus cativeiros, porquanto a palavra de Deus tem também o poder
de endurece-los ainda mais. Eles querem um salvador dos perigos aqui; eles
querem um salvador que lhes conceda sorte. Por essa razão, quando surgem os
falsos mestres, eis que os mortos espirituais estão prontos a acatar suas
palavras. As Escrituras proferidas por homens infiéis tornam-se uma rede
perigosa, são como empurrões para o abismo. Quando mortos esquadrinham as
Escrituras eles se tornam alegres, porquanto veem o pecado e o mundo como
delícias “abençoadas”. Mediante o que podem tomar das Escrituras, eles
conseguem adorar o pai da mentira com grande regozijo, assim como o povo de
Israel adorou o bezerro de ouro, porque no engano confessaram que aquele objeto
era seu deus.
Ah! Que satisfação os mortos têm quando
satanás lhes dirige as Escrituras com novas mentiras bem manipuladas! Eles se
alegram e ficam persuadidos que estão indo bem, sem saber que estão sendo
levados para a sepultura aterrorizante que aguarda os perdidos. Eles vão
perecer em seus pecados e nem percebem o quanto estão amarrados em seu orgulho
próprio.
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