“Nisto são manifestos
os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não
procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão” (1 João 3:10)
A DISTINÇÃO É VISTA
NOS ATOS: “...todo aquele que não pratica
a justiça não procede de Deus”.
Somente Deus pode mostrar a real
diferença entre o justo e o ímpio. Muitas vezes nós mesmos somos equivocados e
por isso, não raro decepcionamos com os homens. Quando olhamos o justo na base
da justiça de Deus em Cristo, veremos que o salvo tem seu viver focado na
glória de Deus, porque seus atos partem da justiça de Cristo nele e não de sua
própria justiça. Nós vemos isso em José, porque mesmo sendo elevado a uma
posição tão alta no Egito, ele reconheceu que foi Deus que fez tudo aquilo em
lhe usar. Não fosse esse entendimento que veio da graça ao seu coração,
certamente ele teria tratado de forma vingativa a seus irmãos. Deus trabalhou
poderosamente na vida de Davi, usando Saul para lhe perseguir, a fim de
estabelecer por meio dele um trono de justiça em Israel. Sem uma inteira
concepção da justiça de Deus em nós, não pode haver vida cristã correta e cheia
do poder de Deus em nós.
Quando a pessoa é justa com base na obra
da salvação em sua vida, todo estilo de vida é estruturado na cruz. Paulo tinha
na carne todo respaldo das obras para erguer-se em orgulho, mas ele sempre
eleva os argumentos a respeito de si, direcionando-os à cruz. Em Gálatas ele se
livra da lei, como se livra de espinhos, confessando que foi crucificado com
Cristo (2:20); Ele também ofende com vigor sua natureza carnal, declarando que
os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências
(5:24) e no ultimo capítulo dessa impressionante carta (5:14) ele desdenha da
vanglória humana ao afirmar: “Longe de mim esteja o gloriar, senão na cruz de
Cristo...”.
Muitos crentes tentam se erguer
espiritualmente na força da carne e não percebem quão orgulhosos nós somos.
Queremos ostentar força e poder em nossa energia carnal a fim de agradar a Deus.
Mas a verdade é que Deus trabalha em nós e por nós por meio daquilo que ocorreu
na cruz; essa história é a fonte de nosso viver, porque a história de nossos
crimes, ofensas e horrores cometidos contra Deus e contra nosso próximo tem seu
fim naquele que ocupou nosso lugar, o Justo morrendo pelos injustos. A justiça
de Cristo em nós nos mantém humilhados, porque somos cônscios de que foi tudo
obra da graça e não nossa e que dependemos do Senhor para o dia a dia neste
mundo. A nossa história começou na cruz e dali que começamos a trilhar rumo ao
céu. Também, nossa história na eternidade só pode ser entendida com base na
conquista do nosso substituto; sei que fui alvo da escolha dele, porquanto ele
nos amou em seu filho (Efésios 1:4).
Os santos veem suas vidas pautando a
redenção e assim Cristo é exaltado no viver. Quem somos nós? Ainda temos
conosco a natureza terrena e diabólica que opera em nossos corpos mortais.
Somos mantidos nessa situação para que venhamos a depender inteiramente da
força da graça, porque caso contrário, todos os valores naturais são despejados
fora como veneno. Lembremos que deve haver em nós os frutos de justiça – Cristo
em nós. A nossa justificação produziu em nós a santificação que é a prática da
justiça no viver. Lembremos também que os injustos não herdarão o reino de
Deus; que no passado os membros de nossos corpos falidos só produziam
injustiças e maldades. Lembremos bem que não havia nada em nós que pudesse
agradar a Deus: “...os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Romanos
8:8).
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