quarta-feira, 19 de julho de 2017

A DIFERENÇA ENTRE O JUSTO E O ÍMPIO (6)



                     
“Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão” (1 João 3:10)
A DISTINÇÃO É VISTA NOS ATOS: “...todo aquele que não     pratica a justiça não procede de Deus”.
        Somente Deus pode mostrar a real diferença entre o justo e o ímpio. Muitas vezes nós mesmos somos equivocados e por isso, não raro decepcionamos com os homens. Quando olhamos o justo na base da justiça de Deus em Cristo, veremos que o salvo tem seu viver focado na glória de Deus, porque seus atos partem da justiça de Cristo nele e não de sua própria justiça. Nós vemos isso em José, porque mesmo sendo elevado a uma posição tão alta no Egito, ele reconheceu que foi Deus que fez tudo aquilo em lhe usar. Não fosse esse entendimento que veio da graça ao seu coração, certamente ele teria tratado de forma vingativa a seus irmãos. Deus trabalhou poderosamente na vida de Davi, usando Saul para lhe perseguir, a fim de estabelecer por meio dele um trono de justiça em Israel. Sem uma inteira concepção da justiça de Deus em nós, não pode haver vida cristã correta e cheia do poder de Deus em nós.
        Quando a pessoa é justa com base na obra da salvação em sua vida, todo estilo de vida é estruturado na cruz. Paulo tinha na carne todo respaldo das obras para erguer-se em orgulho, mas ele sempre eleva os argumentos a respeito de si, direcionando-os à cruz. Em Gálatas ele se livra da lei, como se livra de espinhos, confessando que foi crucificado com Cristo (2:20); Ele também ofende com vigor sua natureza carnal, declarando que os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências (5:24) e no ultimo capítulo dessa impressionante carta (5:14) ele desdenha da vanglória humana ao afirmar: “Longe de mim esteja o gloriar, senão na cruz de Cristo...”.
        Muitos crentes tentam se erguer espiritualmente na força da carne e não percebem quão orgulhosos nós somos. Queremos ostentar força e poder em nossa energia carnal a fim de agradar a Deus. Mas a verdade é que Deus trabalha em nós e por nós por meio daquilo que ocorreu na cruz; essa história é a fonte de nosso viver, porque a história de nossos crimes, ofensas e horrores cometidos contra Deus e contra nosso próximo tem seu fim naquele que ocupou nosso lugar, o Justo morrendo pelos injustos. A justiça de Cristo em nós nos mantém humilhados, porque somos cônscios de que foi tudo obra da graça e não nossa e que dependemos do Senhor para o dia a dia neste mundo. A nossa história começou na cruz e dali que começamos a trilhar rumo ao céu. Também, nossa história na eternidade só pode ser entendida com base na conquista do nosso substituto; sei que fui alvo da escolha dele, porquanto ele nos amou em seu filho (Efésios 1:4).
        Os santos veem suas vidas pautando a redenção e assim Cristo é exaltado no viver. Quem somos nós? Ainda temos conosco a natureza terrena e diabólica que opera em nossos corpos mortais. Somos mantidos nessa situação para que venhamos a depender inteiramente da força da graça, porque caso contrário, todos os valores naturais são despejados fora como veneno. Lembremos que deve haver em nós os frutos de justiça – Cristo em nós. A nossa justificação produziu em nós a santificação que é a prática da justiça no viver. Lembremos também que os injustos não herdarão o reino de Deus; que no passado os membros de nossos corpos falidos só produziam injustiças e maldades. Lembremos bem que não havia nada em nós que pudesse agradar a Deus: “...os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Romanos 8:8).

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