“Bem-aventurados os
misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mateus 5:7)
OS TRAÇOS DOS
MISERICORDIOSOS.
Amado leitor, pisemos firmes o terreno
da graça, onde devemos estar, a fim de que conheçamos melhor os traços dos
misericordiosos. Eles são pessoas que agora entendem o que significa a
humanidade caída. Os misericordiosos agora sabem que foram arrancados de
uma raça caída; que estavam juntos, em plena harmonia na decisão de desobedecer
a Deus; que eram filhos da desobediência, como os outros; que prontamente
obedeciam ao diabo, como escravos dele neste mundo de trevas.
Mas agora eles veem que foram arrancados
por Deus dessa situação (Colossenses 1:13), porém podem olhar para a raça caída
com amor. Eles percebem que agora estão firmados na Rocha, enquanto milhões e
milhares estão se afundando na areia movediça deste sistema perverso. Agora,
eles podem olhar ao derredor com a mesma visão de Deus e que têm tudo para
alcançá-los e vê-los livres da condição tão terrível na qual estão. Aliás, Deus
sempre exortou Seu povo para olhar com compaixão para os estrangeiros. Foi
assim que Deus orientou o povo de Israel, para que não oprimissem os estranhos,
porque eles também foram estrangeiros no Egito.
Porém, a misericórdia de Deus nos
crentes funcionará sempre como misericórdia. Por essa razão os crentes devem
andar na luz da verdade, a fim de que não sejam levados pelo engano da carne.
As misericórdias de Deus jamais se harmonizam com as maldades dos homens. As
misericórdias estendem as mãos para os pecadores, mas não para o pecado. O
Senhor Jesus jamais saiu para distribuir bênçãos para todos, só porque tinha
compaixão de todos. A misericórdia nunca fica indiferente às maldades. Josafá
pensava que ao aliar-se com o perverso Acabe, poderia ajudá-lo e restauraria a
comunhão entre Judá e Samaria. Quanto engano! Foi apenas um ato de bondade, de amizade,
mas não de misericórdia.
Nosso Senhor, quando se comunicou com a
mulher adúltera (Lucas 7), em nada mostrou simpatia pelo pecado dela. A Sua
compaixão foi estendida, a fim de livrá-la do pecado, justamente como ela
realmente queria. O evangelho santo não se mistura com o mal. Os santos estão
no mundo para entrar no território maligno do pecado, a fim de mostrar aos
pecadores a necessidade de arrependimento e de conversão a Cristo. A
misericórdia está sempre associada à verdade; a misericórdia entra para
socorrer os aflitos e atribulados no íntimo, mas nunca para beijar as mãos dos
pecadores e associar-se às suas mentiras e perversidades.
Também, os misericordiosos andam com
Deus. A fé verdadeira não anda sozinha; não é a super fé tão badalada em nossos
dias pelos infames falsos mestres religiosos. A misericórdia segue pisando o
terreno firme da direção de Deus, porque o temor de Deus está em corações que
foram purificados do pecado. Sem a liderança do Senhor só tomaremos decisão
errada e falharemos em nossa missão de servi-Lo neste mundo. Estender as mãos
para servir sem a orientação bíblica é atitude de extremo perigo.
O que acontece com os misericordiosos é
que eles primeiramente lutam com Deus em favor dos homens; eles não passam
adiante de Deus. Moisés não desceu abruptamente do Monte Sinai, a fim de ajudar
seu povo lá baixo. Ele teve que encarar o Senhor em santa oração e intercessão,
e foi assim banhado desse amor que Moisés desceu para tratar com um povo
rebelde da maneira certa, com amor, mas com punitiva justiça (Êxodo 32).
E você meu amigo, pode afirmar que
carregam em seu coração esse profundo desejo em ver o bem eterno dos seus
semelhantes? Se houver isso, posso afirmar que você é de fato um genuíno
crente.
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