“Então,
Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e adorou; e disse: Nu saí do ventre
de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o
nome do Senhor” (JÓ 1:21)
INTRODUÇÃO:
Caro leitor, devo persistir um pouco
mais na introdução, porque precisamos conhecer melhor o perfil de Jó antes de
entrarmos na consideração do texto em pauta. Vemos no cap. 1 o caráter espiritual
de Jó. Sem dúvida era um homem crente no sentido bíblico. Jó era alguém que o
mundo não merecia tê-lo; era alguém vivia para mexer no reino de satanás, para
estabelecer justiça num mundo de injustiça; para estabelecer bondade, num
ambiente de perversidade; para mostrar amor, onde os homens por fora escondiam
sua ira, inveja e ambição (cap. 30).
Mas Jó desconhecia que por detrás de
tudo o que era aparência estava a fúria impetuosa de satanás. Vemos isso quando
Deus autoriza o príncipe deste mundo a manifestar todo seu mortal intento
contra aquele servo de Deus. Quando satanás sai da presença do Senhor, eis que
suas ordens ecoam pelos quatro cantos, acionando suas quadrilhas, chamando seus
terroristas e usando com permissão de Deus a própria natureza como rolo
compressor para esmagar um simples e útil santo de Deus. Por essa razão Jó foi
visitado pela fúria brutal de satanás, para levar todas as suas posses. Satanás
veio sobre Jó para matar, roubar e destruir e realmente fez tudo isso com total
habilidade de suas artes perversas. Todo ódio brutal de satanás neste mundo é
voltado contra o povo de Deus, e só não destrói massacrando os santos de uma
vez por todas, porque só age com permissão de Deus. Por essa razão chegou perto
de Jó, tentou por suas mãos no pescoço para matá-lo, mas não conseguiu, tendo
que fazer somente aquilo que o Senhor havia ordenado.
Caro leitor, veja o que aconteceu com
aquele santo do Senhor. Agora sozinho, nada mais restando aqui, nem mesmo a
companhia de sua esposa para lhe ajudar, nem mesmo sua saúde, porque tudo havia
perdido pela morte, pelo roubo e pela enfermidade. Porém, foi nessa
circunstância tão desfavorável e humanamente inexplicável que aprendemos que a
verdadeira fé, só ela dá a Deus o lugar de Deus. Quando a religião mundana e
perversa apregoa os direitos do homem, eis aí a revelação da fé genuína que
emudece as trevas e traz grande festa no céu para glorificar a Deus. O que
aconteceu então? Jó deu tempo para se levantar, raspar a cabeça, rasgar o
manto, lançar-se por terra e... Entrar em depressão? Os mundanos se lançam no
desespero e correm atrás dos próprios conselheiros mundanos.
Jó buscou o suicídio? Os ímpios fazem
isso, porque sem esperança e sem Deus no mundo, para eles a morte é o fim, o
descanso. O que Jó fez? Adorou a Deus! Eis aí algo que para a mente humana não
tem como explicar, porque não passa de loucura. Eis aí o culto desconhecido dos
infiéis. Como pode um homem que perdeu
seus bens, todos os seus filhos pela morte que veio subitamente e além de tudo
estavam completamente tomado de dor da cabeça aos pés pela enfermidade, ainda
assim se colocar em posição de adoração a Deus, abrir sua boca e dizer essas
palavras que aparecem no verso 21? Veja amigo, que para o mundo com sua
filosofia, seu sistema religioso completamente apartado da verdade de Deus, aqueles
acontecimentos que envolveram o homem mais importante daquela região, sem
dúvida era um “prato cheio”.
Mas a resposta estava em Deus. A vida de
Jó era a expressão do amor eletivo de Deus, o que satanás desconhecia. Satanás
envolve seu mundo com suas lógicas, mas Deus envolve a vida do Seu povo com a
graça e a graça nada tem a ver com a lógica humana. Por essa razão, somente e
tão somente os salvos podem abrir suas bocas e mostrar em adoração e pelo viver
que os direitos não pertencem a nós, que os direitos absolutos são do Senhor.
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