“Ninguém há que clame
pela justiça, ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam no que é
nulo e andam falando mentiras; concebem o mal e dão à luz a iniquidade. Chocam
ovos de áspide e tecem teias de aranha; o que comer os ovos dela morrerá; se um
dos ovos é pisado, sai-lhe uma víbora” (Isaías 59:4,5).
VISTO
SOCIALMENTE: COMPLETA IGNORÂNCIA DA
CONDENAÇÃO MERECIDA: “Ninguém há que invoque a justiça com retidão...”
Caro leitor, estou
mostrando no texto de Isaías o quanto o afastamento de Israel naqueles dias
mostram o perfil da apostasia atual. Estamos vendo a ausência de justiça,
porque os inimigos da verdade semearam justiça própria. Não há pecadores
sentindo sua culpa, sua miséria, sua indignidade e da necessidade de buscar a
verdadeira justiça. Nossos dias são caracterizados pela ausência da justiça de Cristo
e da busca dessa justiça que dá paz eterna ao coração regenerado pela graça.
Posso afirmar também que quase
não há pregação dessa poderosa justiça de Deus da parte dos pastores em nossos
dias. São poucos homens que realmente ousam desmanchar a justiça própria dos
pecadores e colocá-la como farrapo perante Deus. Por essa razão o evangelho moderno
consiste de autoajuda, de uma forma psicológica de tratar com os homens. As
multidões cheias misérias resultantes de suas práticas iníquas, vão à busca de
palavras amigas, de um ambiente melhor onde elas encontram felicidade no
convívio social e carregada de versos bíblicos.
Mas é importante que
saibamos o quanto a ausência dessa perfeita justiça de Deus em Cristo traz
resultados terríveis e letais às almas. Por quê? Porque primeiramente fortifica
o orgulho no íntimo. Enquanto os homens não forem descobertos por Deus no
íntimo, na tentativa vã de encobrir sua situação com os trapos imundos de seus
atos religiosos e bondosos, jamais eles vão querer buscar a justiça de Cristo
conquistada na redenção feita ali na cruz.
Também, digo e afirmo que a
justiça própria tão exposta hoje nesse ambiente afastado da verdade, ela tem
sido fortificada ainda mais pela falsa fé. Ora, a Bíblia exalta a fé, mas a fé
verdadeira, produto da graça no coração. Esta fé vem de Deus e não do homem,
Jesus é o Autor e consumador dessa fé santíssima (Hebreus 12:2). Mas quão
perigoso é para os pecadores quando entra em cena no mercado religioso a fé
natural, essa fé carnal, fé superada pela fé dos demônios os quais creem e
tremem (Tiago 2:19). O que acontece é que essa fé ela se torna forte nela
mesma, mas nada tem da estrutura da graça debaixo dos pés.
Caro leitor, o resultado é
que vai prevalecer uma religiosidade carregada de soberba, presunçosa e
envaidecida. A fé falsa está carregada de defesa pessoal, porque não nasceu em
um coração quebrantado, que se humilhou perante a verdade triunfante da cruz. O
verdadeiro crente não se prende à sua fé, mas sim à preciosa graça; não se
satisfaz em si mesmo, mas sim Naquele que foi à cruz em seu lugar. A falsa fé
não tolera a “Espada do Espírito” vindo lhe golpear para sangrar-lhe o coração.
Ele imediatamente recusa a verdade e foge carregando consigo seu “tesouro
intocável”.
Digo mais, a justiça
própria está satisfeita consigo, ela não precisa de nada mais, porque tem um
deus armado no íntimo que lhe dá “proteção”. Não há santidade na
justiça-própria; não há poder para perseverar em oração e ações de graças na
justiça-própria. Ela, mediante sua fé antibíblica revelará completa ausência de
temor ao Senhor, profundo amor ao mundo e completa indisposição para dar a Deus
o verdadeiro culto.
Caro amigo, diante disso o
que devo fazer? Devo fazer brilhar a glória da justiça perfeita de Cristo; devo
afirmar a vanglória do homem e que ele não passa de um réu, condenado ao
inferno; devo convidá-lo ao arrependimento e à verdadeira fé em Cristo, fé
oriunda do Espírito de Deus no coração de uma alma contrita e quebrantada
perante Deus.
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