quarta-feira, 29 de abril de 2015

“OS DIREITOS ABSOLUTOS DE DEUS” (10)




“Então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e adorou; e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21)
CONHECIDOS PELA FÉ QUE CONFESSA A SOBERANIA DE DEUS: “...O Senhor o deu e o Senhor o tomou...”
        Caro leitor, ao apresentar os direitos absolutos de Deus, conforme vemos no texto, digo mais que o Senhor dá, e o quanto tempo vou usar o que Ele me deu é decisão Dele e não minha. Davi no final de sua vida reconheceu isso, por essa razão louvou ao Senhor dizendo: “Porque somos estrangeiros diante de ti, e peregrinos como todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, sem ti não há esperança” (1 Crônicas 29:15). O Senhor é soberano sobre nosso viver e sobre todas as nossas possessões materiais que Ele mesmo nos emprestou.
        Caro leitor, se vivermos assim, certamente seremos sábios e percorreremos o caminho da piedade. Foi isso o que Paulo quis ensinar a Timóteo acerca do contentamento: “Tendo com que comer e com que vestir, estejamos contentes” (1 Timóteo 6:8), num texto onde o apóstolo está exortando sobre o perigo do amor ao dinheiro. Não significa que o crente não deve procurar ser próspero aqui, porque não é pecado ser produtivo e buscar rendimentos melhores na vida material. O que procuro mostrar aqui é que uma mente pura e santa há de estar pronta a perder, quando Deus chega para tomar. No caso de Jó tal perda resultou nessa maravilhosa sinfonia da fé.
        Também, devemos saber que Ele dá e a medida da doação é decisão Dele e não nossa. Somos exortados a dar graças, a regozijar no Senhor e não nas coisas. A busca ansiosa pelas bênçãos materiais tem gerado descontentamento na vida de muitos. Mas Deus jamais prometeu que há de nos dar aquilo que realmente queremos. Ele prometeu cuidar em suprir nossas necessidades. Um coração ambicioso e avarento parece que tem a boca de baleia, porque quer abarcar mais do que pode. Mesmo que tivermos muitos bens, realmente precisaremos somente daquilo que todos os outros precisam. Comemos e bebemos somente aqui que nossas necessidades físicas carecem; vestimos as roupas que precisamos para cobrir nossas nudez e também manter nossa dignidade. O Senhor é tão bondoso com Seus filhos, que além de suprir nossas necessidades, Ele também “arruma e enfeita a mesa”.
        Porém, o mesmo Deus que dá é o que também há de tomar: “O Senhor deu e o Senhor tomou...”. Há riqueza quando Ele dá, e há riqueza quando Ele toma; é benção quando Ele dá e também é benção quando Ele toma. Jó entendeu isso pela fé e pode erguer-se em santa adoração ao dono absoluto de todas as coisas. Sem dúvidas um coração incrédulo não pode nem quer entrar nessa escola da graça. No mundo o riso se confunde com o choro, ou mesmo satanás consegue encobrir o choro, a fim de aparecer somente a festança mundana. Mas não é o caso dos santos, porque o choro é tanto adoração como é o riso. Para Jó os filhos e as riquezas eram motivos de servir, adorar e oferecer sacrifícios ao seu Deus.
        Para os verdadeiros crentes não há perda, não há fracasso financeiro, porque tudo vem do Senhor e Ele mesmo sabe o momento oportuno para tomar o que Ele mesmo deu. Para Jacó a felicidade era ter José perto de si, porque era ele o filho que lhe fazia recordar Raquel, a esposa que tanto amou. Deus o tomou, sim; o Senhor permitiu que sofrimentos de lágrimas e dores no íntimo açoitassem o coração do Seu servo. Durante todo esse tempo o Senhor simplesmente se ocultou e permitiu que Jacó caminhasse por esse terrível vale de dor. A fé genuína tomou um coração enlutado e ergueu um grande homem ali, e mesmo no Egito perante a face do seu querido filho, pode Jacó ser erguido no poder da fé, a fim de pronunciar palavras proféticas para seus filhos, da maneira como Deus queria quer falasse e assim fosse escrita para nosso bem.

Nenhum comentário: