“Então,
Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e
adorou; e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e
o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21)
CONHECIDOS
PELA FÉ QUE CONFESSA A SOBERANIA DE DEUS: “...O Senhor o deu e o Senhor o
tomou...”
Caro leitor, ao apresentar os direitos
absolutos de Deus, conforme vemos no texto, digo mais que o Senhor dá, e o quanto
tempo vou usar o que Ele me deu é decisão Dele e não minha. Davi no final
de sua vida reconheceu isso, por essa razão louvou ao Senhor dizendo: “Porque
somos estrangeiros diante de ti, e peregrinos como todos os nossos pais; como a
sombra são os nossos dias sobre a terra, sem ti não há esperança” (1 Crônicas
29:15). O Senhor é soberano sobre nosso viver e sobre todas as nossas
possessões materiais que Ele mesmo nos emprestou.
Caro leitor, se vivermos assim,
certamente seremos sábios e percorreremos o caminho da piedade. Foi isso o que
Paulo quis ensinar a Timóteo acerca do contentamento: “Tendo com que comer e
com que vestir, estejamos contentes” (1 Timóteo 6:8), num texto onde o apóstolo
está exortando sobre o perigo do amor ao dinheiro. Não significa que o crente
não deve procurar ser próspero aqui, porque não é pecado ser produtivo e buscar
rendimentos melhores na vida material. O que procuro mostrar aqui é que uma
mente pura e santa há de estar pronta a perder, quando Deus chega para tomar.
No caso de Jó tal perda resultou nessa maravilhosa sinfonia da fé.
Também, devemos saber que Ele dá e a
medida da doação é decisão Dele e não nossa. Somos exortados a dar graças,
a regozijar no Senhor e não nas coisas. A busca ansiosa pelas bênçãos materiais
tem gerado descontentamento na vida de muitos. Mas Deus jamais prometeu que há
de nos dar aquilo que realmente queremos. Ele prometeu cuidar em suprir nossas
necessidades. Um coração ambicioso e avarento parece que tem a boca de baleia,
porque quer abarcar mais do que pode. Mesmo que tivermos muitos bens, realmente
precisaremos somente daquilo que todos os outros precisam. Comemos e bebemos
somente aqui que nossas necessidades físicas carecem; vestimos as roupas que
precisamos para cobrir nossas nudez e também manter nossa dignidade. O Senhor é
tão bondoso com Seus filhos, que além de suprir nossas necessidades, Ele também
“arruma e enfeita a mesa”.
Porém, o mesmo Deus que dá é o que
também há de tomar: “O Senhor deu e o Senhor tomou...”. Há riqueza quando Ele
dá, e há riqueza quando Ele toma; é benção quando Ele dá e também é benção
quando Ele toma. Jó entendeu isso pela fé e pode erguer-se em santa adoração ao
dono absoluto de todas as coisas. Sem dúvidas um coração incrédulo não pode nem
quer entrar nessa escola da graça. No mundo o riso se confunde com o choro, ou
mesmo satanás consegue encobrir o choro, a fim de aparecer somente a festança
mundana. Mas não é o caso dos santos, porque o choro é tanto adoração como é o
riso. Para Jó os filhos e as riquezas eram motivos de servir, adorar e oferecer
sacrifícios ao seu Deus.
Para os verdadeiros crentes não há
perda, não há fracasso financeiro, porque tudo vem do Senhor e Ele mesmo sabe o
momento oportuno para tomar o que Ele mesmo deu. Para Jacó a felicidade era ter
José perto de si, porque era ele o filho que lhe fazia recordar Raquel, a
esposa que tanto amou. Deus o tomou, sim; o Senhor permitiu que sofrimentos de
lágrimas e dores no íntimo açoitassem o coração do Seu servo. Durante todo esse
tempo o Senhor simplesmente se ocultou e permitiu que Jacó caminhasse por esse
terrível vale de dor. A fé genuína tomou um coração enlutado e ergueu um grande
homem ali, e mesmo no Egito perante a face do seu querido filho, pode Jacó ser
erguido no poder da fé, a fim de pronunciar palavras proféticas para seus
filhos, da maneira como Deus queria quer falasse e assim fosse escrita para
nosso bem.
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