“Eis que estou à
porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir, eu entrarei em sua casa e
cearei com ele e ele comigo” Apocalipse 3:20)
CHAMANDO
OS PECADORES: “...se alguém ouvir a minha
voz e abrir a porta...”.
Prezado leitor, digo mais que o chamado
de Cristo à porta do coração está condicionado à vontade do Pai, conforme Ele mesmo
afirma em João 6:38: “Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas
a vontade daquele que me enviou”. Se não entendermos essa ligação de submissão
dentro da triunidade, certamente nos perderemos. É comparando Escritura com
Escritura que entendemos a verdade da soberana salvação; é somente assim que
compreendemos como a obra de salvar perdidos está plenamente subordinada à
vontade do Pai: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer”
(João 8:44).
Notemos bem que nosso Senhor não
trabalha sozinho, que Ele não faz o chamado aos pecadores conforme Ele mesmo
quer e dependendo da decisão do homem. Então, quando vemos o Senhor chamando
alguém ao bater à porta do coração, imediatamente entendemos que o Pai e o
Espírito estão envolvidos nisso. Como é que o Senhor há de chamar um morto?
Como é que um morto há de ouvir alguém? Ora, é claro que os homens em relação a
Deus estão completamente surdos, cegos, mudos e paralíticos, e todos esses
defeitos concentram-se num morto. Mas tomemos uma passagem correlata a essa, em
João 5:24: “Em verdade, em verdade vos digo, quem ouve a minha Palavra e crê
naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da
morte para a vida”.
Analisando assim, vemos que quando
alguém ouve a voz do Senhor chamando-lhe para abrir a porta, é certo que já
veio ali o poder ressuscitador do Pai; alguém ali passou da morte para a vida,
por essa razão essa pessoa pode ouvir, caso contrário, não. Meu caro leitor,
seguindo esse raciocínio santo e soberano, veremos que o evangelho opera por
milagre. Isso significa que não há milagre maior do que alguém poder ouvir a
voz do Filho de Deus lhe chamando à salvação: “Em verdade, em verdade vos digo
que vem a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e
os que a ouvirem viverão” (João 5:25).
É claro que esse “ouvir” é algo especial
e está ligado ao homem do coração. Eu sei que muitos ouvem a Bíblia, ouvem
mensagens aqui e ali, ouvem a voz do pregador. Mas em nada significa que a
pessoa tenha ouvido a secreta voz a lhe chamar à salvação. Já preguei para
muitas pessoas; muitas vezes persuadir pecadores a vir a Cristo; já vi muitos
chorando e fazendo uma “decisão” por Cristo, mas era assunto do momento e que
não durava mais do que uma palha pegando fogo. Os companheiros de Saulo ouviram
a voz de Jesus na entrada de Damasco, mas somente Saulo pode ouvir esse
particular chamado, enquanto os outros amedrontados fugiram espavoridos.
A voz do Senhor é para os mortos
espirituais motivo de terror, por essa razão muitos fogem e procuram se ocultar
em lugares onde não há tanta luz assim. Quando os homens fogem da verdade
revelada é sinal claro de sua condição de mortos; é satanás ocultando cadáveres
ou mesmo fechando túmulos. Poderosa e vivificadora é a voz do Salvador, mas Ele
há de chamar aqueles que o Pai Lhe entregou: “Todo aquele que o Pai me dá, esse
virá a mim...” (João 6:37). Que evangelho santo e glorioso! Nós os pregadores
não fomos chamados para inventar novas mensagens, para criar meios para que os
pecadores possam tomar decisão de aceitar a verdade. Fomos chamados para pregar
a verdade no poder do Espírito; fomos chamados para notificar a todos todo
conselho de Deus; fomos chamados para orar, interceder, suplicar, chorar em
favor dos mortos, mas a salvação pertence ao Senhor.
Ouvir a voz do Senhor no íntimo
chamando-o à salvação é sinal de que a pessoa tem sido alvo da misericórdia
desse Deus!
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