terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A CAUSA DE LEVANTAMENTO E QUEDA (11)



            "Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino está destinado tanto para a ruína como para o levantamento de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos  de muitos corações". Lucas 2:34,35

         Amigo leitor, na mensagem anterior procurei discorrer a respeito da maneira como o Senhor Jesus levantou Zaqueu da lama do pecado e fez daquele homem uma nova criatura. Já no final do ministério terreno do Senhor, quando estava pregado na cruz, sofrendo as dores cruciantes; quando estava ali cumprindo sua missão de fazer a vontade do Pai se entregando para ser propiciação a fim de salvar seu povo, mesmo ali na cruz, abandonado por todos; cercado zombarias, aqueles dois ladrões que se encontravam, um do seu lado esquerdo, outro do lado direito, participaram do motejo da multidão; blasfemaram do Senhor; zombaram e escarneceram.
         Momento cruel que mostrou o estado normal do coração humano, mesmo em face da morte. Quem eram aqueles dois homens? Homens que passaram suas vidas no pecado e desgraçando outras vidas com roubos e homicídios. Eles estavam pendurados sofrendo por merecimento. Os dois eram iguais. Não havia um melhor do que o outro; não havia um ladrão melhor do que o outro. Nenhum dos dois era digno de confiança. Os dois estavam sofrendo a punição imposta pelos homens, mas também iria sofrer a punição eterna imposta pelo Deus Justo, punição eternamente pior. Nem mesmo a sociedade tão religiosa como era a sociedade Judaica tinha podido pelo menos remendar aqueles dois homens.        Era o momento para que a Misericórdia divina manifestasse seu Glorioso poder de salvar; era o momento para que a expectativa do inferno em receber seus clientes fosse desfeita; naquele momento em que as trevas pareciam triunfar contra a luz, manifestou o braço Portentoso do Salvador. Será que aquele ladrão de mudou de opinião assim, porque quis mudar? Será que de repente aquele homem resolveu assumir a defesa de Cristo? Não! Houve um milagre ali! O poder de Deus agiu no coração empedernido daquele moço de tal maneira que seus olhos espirituais foram abertos e ele, de repente pode ver a gravidade de sua situação espiritual; pode enxergar que não passava de uma alma condenada e que fatalmente seria atirado à perdição eterna; ele percebeu que já estava à beira do poço do abismo e que merecidamente seria empurrado para uma eternidade de terror.
         Houve ali o verdadeiro arrependimento que vem de Deus. Mas, ao mesmo tempo o Espírito Santo fez com que aquela alma fitasse a Jesus ali na cruz, não como um coitado, nem como um sofredor que preferiu enfrentar a morte e fugir da situação sofrida deste mundo. Não! Ele enxergou ali na cruz o próprio Filho do Deus vivo! Ele enxergou ali na cruz aquele que Deus prometera para trazer redenção eterna aos pecadores. Ele viu algo que não pode ver anteriormente. Acima de tudo ele viu naquela sublime pessoa que estava ali ao seu lado sofrendo injustamente alguém que poderia verdadeiramente lhe salvar. Momentos antes ele estava gozando de Jesus juntamente com seu colega; ele antes queria que Jesus descesse da cruz e tirasse ele também dali. Mas agora, aquela alma que estava dormindo no pecado é despertada para ver a salvação de Deus para ele.
         Era um momento glorioso, decisivo, e aquele homem assume o lado contrário ao que estava seu colega e o povo embaixo. Ele estava agora como que perplexo ao ver tanta maldade do seu próprio coração ao agir como havia agido em toda a sua vida. Mas ali estava o Salvador Bendito, e o que ele deveria fazer? Quem sabe aquele Senhor teria misericórdia dele! Ele nada merecia da bondade daquele Salvador, mas a fé fez com que ele olhasse para os olhos de compaixão do Mestre. Aquele moço não buscou o caminho do remorso como Judas; não ficou com dó de si mesmo; não! Ali ao lado dele estava o dono do Paraíso onde estavam homens como Abraão, Isaque, Jacó e outros milhares. Aquele moço queria ir para lá. Era a ultima chance; era a hora oportuna que não poderia desperdiçá-la. Seus olhos cheios de coragem e firmeza de decisão encaram aquele olhar cheio de ternura e graça do Senhor.
         Ele abre a boca para fazer o que somente pecadores caídos no pecado, mas convencidos pelo Espírito podem fazer. Ele pediu ao Senhor. Foi um pedido, não em tom de irreverência; não houve um forçar da Vontade daquele que é Soberano, mas sim foi uma petição de uma alma a mendigar. Mas por detrás daquela petição havia a plena certeza que estava tocando o coração certo; que estava batendo na porta que nunca está trancando para o arrependido. O que Ele pediu? Ele não pediu que o Senhor lhe tirasse da cruz e o devolvesse a sociedade; ele não pediu que o Senhor lhe tirasse dali e lhe desse uma condição melhor de vida a fim de que Ele parasse de pecar. Não! Uma alma arrependida não vai atrás dessas coisas.

         Aquela alma havia buscado um paraíso aqui, mas agora tudo isso perdeu o sentido, porque ele poderia ter algo infinitamente melhor, poderia estar usufruindo do reino de Deus. Ele pediu aquilo que Cristo veio para dar aos seus eleitos, e ali naquele momento aquele moço ouviu o que jamais ouvira antes; recebeu o que jamais havia recebido: Iria para o Paraíso celestial na companhia do próprio Deus. Jesus disse para ele: Hoje mesmo tu estarás comigo no Paraíso. Que presente glorioso! O que mais Ele precisava ouvir? Aquele homem foi salvo naquele momento; aquela alma abatida pelo pecado foi levantada da imunda servidão onde estava para a posição honrosa de um herdeiro do Reino de Deus juntamente com milhares que lá estavam. Ele não podia abraçar Seu Salvador naquele momento, mas ali estava alguém pronto para dizer até para a morte: vem doce morte, pode me levar, pois quero já estar com meu Senhor. Não quero ficar nem mais um segundo aqui. Meu amigo, como tu estás neste momento?  O Senhor está pronto para salvar assim como Ele salvou aquele homem ali na cruz.

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