sábado, 2 de novembro de 2013

JUÍZO



“E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.” (Mateus 24:39)
C. H. Spurgeon
            A CONDENAÇÃO daquele dilúvio foi universal, nem o rico nem o pobre escapou: o erudito e o iletrado, famoso e o desconhecido, o religioso e o profano, o ancião e o jovem, todos se afundaram numa ruína comum. Alguns, sem dúvida, ridicularizaram o patriarca—onde estão agora as suas alegres galhofas? Outros ameaçaram-no pelo seu zelo, que consideraram loucura—onde estão agora as suas palavras jactanciosas e ofensivas?
       O crítico que julgou a obra do ancião está submergido no mesmo mar que cobre os seus companheiros zombadores. Aqueles que falaram em termos elogiosos da lealdade que Noé mostrou nas suas convicções, mas que não compartilharam delas afundaram-se para não mais se levantarem, e os operários que, por salário, ajudaram a construir a maravilhosa arca, perderam-se também para sempre. O dilúvio varreu-os a todos, sem fazer nenhuma exceção. Assim também, fora de Cristo, uma segura destruição final aguarda todo homem nascido de mulher. Nem a posição social, nem as posses, nem a fama serão suficientes para salvar a uma só alma que não creia no Senhor Jesus. Minha alma contempla este julgamento universal e treme ao pensar nele!
            Causa admiração a apatia dos contemporâneos de Noé! Comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento até que chegou o espantoso dia. Nem um só homem prudente sobre a terra ficou fora do arca. A insensatez tinha enganado a todos os seres humanos que estavam na terra; era a mais insensata de todas as insensatezes, a que leva a homem a descuidar a preservação da sua própria vida. Era a insensatez de duvidar do verdadeiro Deus, a mais néscia de todas as tolices. Não é estranho, minha alma? Todos os homens são negligentes com as suas almas até que a graça lhes dá entendimento. É então, e só então, quando os homens deixam a sua insensatez e atuam como seres racionais.
Todos, bendito seja Deus, estavam seguros na arca; nenhuma ruína entrou nela. Desde o corpulento elefante até ao minúsculo rato, todos estavam sãos e salvos. A tímida lebre estava igualmente a salvo com o corajoso leão, o impotente coelho tão a salvo quanto o boi laborioso. Todos estão seguros em Jesus. Minha alma, tu estás Nele?
Tradução de Carlos António da Rocha (extraído de No caminho de Jesus)

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