“Ele
te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão
que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu
Deus?” (Miquéias 6:8).
O HOMEM EM RELAÇÃO AO SEU PRÓXIMO -
AMOROSO: “...que ames a
misericórdia...”
Prezado leitor, a misericórdia de Deus
passa a comandar o homem convertido, justamente por causa da salvação que lhe
alcançou. Um entendimento claro da soberana salvação não somente humilha o
homem, conduzindo-o ao temor de Deus, como também lhe abre os olhos para ver a
realidade desta vida à luz da misericórdia de Deus. Perante a salvação bíblica
toda vaidade é desmanchada; toda vanglória é atirada ao pó e a triste condição
da raça é vista. A misericórdia de Deus retira o homem do seu alto posto de
arrogância e o desce ao pó, à posição correta onde o homem deve estar a fim de
dar a Deus o lugar de honra e glória e poder amar o seu próximo como deve.
Foi preciso 40 anos vivendo no meio dos
midianitas para que toda pirâmide do orgulho egípcio fosse desmanchada na vida
de Moisés. Quando conheceu o grande EU SOU, o Deus de seus pais pode então
estar preparado para liderar um povo escravo, simples e frágil. As
misericórdias de Deus fez Moisés lançar ao pó e desprezar todo luxo e conforto
mundano, a fim de servir ao simples povo de Deus e aguardar o galardão eterno
(Hebreus 11:26).
Consideremos a vida de Davi. Foi
preciso uma grande queda para que sua vida fosse elevada nas asas da
misericórdia. O Salmo 51 brotou dos lábios de alguém que entendeu às duras
penas o que significa ser verme digno da punição eterna perante Deus. Ei-lo
entrando em prantos à presença do Senhor para chorar, clamar e suplicar-Lhe
misericórdia! Foi no pó, no desespero que Davi pode entender que o reino não
era dele, mas de Deus; que seus direitos não tinham lugar em seu viver; que
fora posto para servir ao povo de Deus, não para ser servido em suas paixões.
Agora, com uma visão diferente podia olhar para seus semelhantes, por isso
pediu: “Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me
com um espírito voluntário. Então ensinarei aos transgressores os teus
caminhos, e pecadores se converterão a ti” (Salmo
51:12,13).
A
visão da glória de Cristo transtornou completamente Isaías. A pureza e
santidade do Senhor revelaram sua infâmia e dignidade do inferno: “Ai de
mim, estou perdido...” (Isaías 6:5). Foi nesse ambiente carregado da
compaixão de Deus que aquele moço pode contemplar a situação do seu povo: “...habito
no meio de um povo de impuros lábios...”, a fim de ter um ministério
eficaz como profeta de Deus. Deus coloca Seus vasos de misericórdia, a fim de
agir com misericórdia no meio daqueles que neste mundo vivem escravizados no
pecado.
Num
ambiente de compaixão não há lugar para vanglória, interesses mundanos e
carnais nem torpes ganâncias. Samuel trabalhou com fidelidade e coração puro no
meio do povo de Israel e quando estava entregando seu ministério para a
liderança de Saul, todo povo pode testemunhar do testemunho santo, sincero e
honesto daquele homem de Deus no meio deles: “Eis-me aqui! testificai contra
mim perante o Senhor, e perante o seu ungido. De quem tomei o boi? Ou de quem
tomei o jumento? ou a quem defraudei? Ou a quem tenho oprimido? Ou da mão de
quem tenho recebido peita para encobrir com ela os meus olhos? E eu vo-lo
restituirei. Responderam eles: Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem
tomaste coisa alguma da mão de ninguém” (1 Samuel 12:3,4).
Não
podemos esquecer de Neemias, um homem de um coração carregado de compaixão pelo
Seu povo sofrido. Em nada aproveitou da situação a fim de tirar proveitos para
si. Pelo contrário, sua liderança era movida pela nobreza espiritual, por isso
podia ser dinâmico, exigente e corajoso em face de tantos perigos dentro e
fora. Seus alvos eram a construção do muro, o retorno do culto a Deus e o
bem-estar do seu sofrido povo. Aquele coração tão carregado de misericórdia
esperava a recompensa apenas da parte de Deus, por isso sempre repetia essa
súplica: “...Lembra-te de mim, meu Deus, para o meu bem” (Neemias 13:31).
Você,
caro leitor conhece a realidade da misericórdia em seu próprio viver? Um dia
foi lavado e purificado dos seus pecados e iniquidades? Agora pode olhar para
este mundo com um coração compassivo e disposto a sofrer pelo bem estar eterno
dos pecadores?
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