“...Busquei-o e não o achei. Levantar-me-ei, pois, e
rodearei a cidade, pelas ruas e pelas praças; buscarei o amado de minha alma.
Encontraram-me os guardas que rondavam pela cidade. Então lhes perguntei:
Vistes o amado da minha alma? Mal os deixei, encontrei logo o amado da minha
alma; agarrei-me a ele e não o deixei ir embora, até que o fiz entrar em casa
de minha mãe e na recâmara daquela que me concebeu” (Cantares 3:1-4).
À
PROCURA DO AMADO DA ALMA: “...busquei o amado de minha alma...”
Amigo leitor, estamos analisando a
frase “...busquei o amado de minha alma...”. Certamente estamos perante a verdade
que a fé bíblica é dinâmica e atuante. Quando o perdido sai à busca da verdade
que lhe salva, todo seu ser se dispõe a procurar aquilo que é seu tesouro.
Estou dando tanta ênfase a essa verdade porque tem sido grande a pressão da
apostasia em nossos dias, e com esse espírito de afastamento da Palavra de
Deus, certamente outro tipo de fé entrou no cenário evangélico de forma epidêmica.
Quando analisamos essa fé à luz da Palavra a conclusão é que ela é feita de
plástico mundano e não do aço celestial. A fé tão apregoada hoje carrega
consigo todos os elementos carnais, por isso está impregnada da arrogância
humana.
Mas, vamos focalizar nossa atenção na
fé que tem plena afinidade com a Palavra de Deus, porquanto o princípio ativo
da revelação bíblica é: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça..”. A mulher
solitária de Cantares é a figura da alma que vê seu estado desesperador e corre
em busca do Salvador bendito. Há uma atividade da fé, porquanto ela age sob a
chamada da graça. Quando o pecador se levanta em seu desespero na busca do
Salvador bendito é porque Deus o chama. Notemos bem como as Escrituras deixam
tal verdade bem esclarecida: “...Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu
nome, tu és meu” (Isaías
43:1). Claramente vemos que o amor eterno está em plena
atividade, chamando os perdidos à salvação. Se o homem corre em direção a Deus
é porque Deus veio em direção a ele! Outro verso deixa essa verdade ainda mais
evidente: “...com amor eterno te amei, também com benignidade te atraí”
(Jeremias 31:3). Estamos diante do fato que o poder absoluto é o da graça e não
da fé. A voz solene da graça chama o morto, então ele ressuscita! A fé só pode
agir em direção a Deus quando este convida o perdido para Si: “...Pois quem por si mesmo
ousaria chegar-se a mim? diz o Senhor” (Jeremias 30:21).
É algo sobrenatural! É um acontecimento glorioso, inaudito! É um acontecimento
que assombra e paralisa o mundo e que mobiliza o céu em festa (Lucas 15:10).
Digo
mais que quando um homem sai em busca do Amado de sua alma, é um começo que
jamais mais terá fim; é uma nova criação (2 Coríntios 5:17); é uma alma que
estará unida a Cristo, será Dele para sempre! Sendo assim, ninguém pode
estorvar a fé; nenhum poder deste mundo, nem dos anjos conseguirá barrar a
atividade da alma que sairá em busca do seu tesouro eterno. É a alma condenada
buscando o salvador! É a alma escravizada em busca do grande libertador (João
8:32)! É a alma que estava cega, mas que agora vê o caminho de luz à sua
frente! É a ovelha errante que agora ouve a voz do Pastor!
Quão
diferente é a fé bíblica com essa aberração religiosa de nossos dias! A
multidão corre em busca de suas paixões! Correm em busca de seus tesouros
terrenos e satanás se projeta lá adiante com suas atrações religiosas! Quão
poderoso é esse espírito de superstição e de dolo em nossos dias! Milhares
receberam em seus corações uma falsa paz alimentada no coração!
Mas a
mensagem do evangelho ainda não parou, pois Cristo continua a chamar os perdidos!
Talvez haja entre meus leitores alguém que está como a mulher de Cantares;
alguém que está vendo seu estado de perdição e que busca a verdade da salvação
eterna!
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