segunda-feira, 27 de maio de 2013

´MEDITAÇÃO DE SPURGEON




“Quem é teu servo, para tu teres olhado para um cão morto tal como eu?” (2 Samuel 9:8)

       SE Mefibosete se sentiu tão humilhado pela benevolência de David, o que faremos nós na presença do nosso misericordioso Senhor? Quanta mais graça nós recebamos, menos pensaremos acerca de nós mesmos, porque a graça, como a luz, revela a nossa impureza. Santos eminentes certamente não souberam com quem comparar-se, pois o seu sentido de indignidade era tão claro e profundo.
       Disse o santo Rutherford: “Eu sou um ramo seco e murcho, um pedaço de cadáver, osso seco, incapaz de fazer nada.” Noutro lugar ele escreve: “Exceto os seus conhecidos pecados, eu não preciso de nada do que Judas e Caim tinham.” A mente humilde crê que as coisas mais insignificantes da natureza têm um direito de prioridade acima dela, porque elas nunca contraíram pecado. Um cão pode ser insaciável, feroz e imundo, mas não ele tem consciência para violar nem Espírito Santo para resistir. Um cão pode ser um animal desprezível, mas, no entanto, com um pouco de bondade logo ele é cativado a amar o seu dono e é fiel até à morte. Mas nós esquecemos a bondade do Senhor e não obedecemos à Sua chamada.
       O termo “cão morto” é o mais expressivo de todos os termos depreciativos, mas não há nenhum muito forte para expressar a auto-aversão dos crentes doutrinados. Eles não mostram uma modéstia fingida; dizem o que pensam. Eles pesaram-se na balança do santuário e acharam a vaidade das suas naturezas. Na melhor das hipóteses, nós somos apenas argila, pó animado, meros montículos ambulantes. Mas vistos como pecadores, somos, de fato, monstros. Que seja publicado no Céu, pois, como uma maravilha, que o Senhor Jesus pôs o amor do Seu coração sobre seres como nós!
       Conquanto sejamos pó e cinza devemos magnificar e magnificaremos a sobre-excelente grandeza da Sua graça. Não podia Ele achar descanso no Céu? Tinha Ele necessidade de vir para estas tendas de Quedar em busca de uma esposa e escolher uma noiva sobre quem o Sol tinha dirigido o olhar? Oh Céus e Terra, prorrompei em louvor e dai toda a glória ao nosso gracioso Senhor Jesus!

Tradução de Carlos António da Rocha

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