de
George
Whitefield (1714-1770)
continuação
Alguma vez mentiste aos pés da
Graça soberana, e seguidamente disseste: "Senhor, se Tu quiseres, podes me
salvar; se não, podes justamente amaldiçoar-me; Não tenho nada que alegar, não
posso me justificar a mim mesmo na Tua presença; as minhas melhores ações, vejo
que me condenam, e que unicamente posso depender da Tua Graça gratuita"? O
que dizes? Foi isto alguma vez, ou é agora, a linguagem habitual dos vossos
corações? Estiveste frequentemente no templo; mas alguma vez te aproximaste da
disposição do publicano pobre, e, depois que fizeste tudo, deste-te conta que
não tens feito nada; e, que por cima disso experimentas um sentimento da tua
própria indignidade e de qualquer forma pecaminoso, fere o teu peito e diz
"Deus, sê misericordioso conosco, pecadores?" Se tu nunca sentiste
isto, o Consolador nunca entrou eficazmente na tua alma, estás fora de Cristo;
e se Deus requeresse a tua alma nesta condição, não ia ser melhor para ti que
um fogo consumidor.
Mas
há um quarto pecado, do qual o Consolador, quando vem convence à alma e que é o
único (é muito notável) que o nosso Senhor menciona, como se fora, o único
pecado que vale a pena mencionar; porquanto, de fato, é a raiz de todos os
outros pecados quaisquer que sejam: é o pecado que impera e também o que
amaldiçoa no mundo. E o que imaginas que poderia ser esse pecado? É esse pecado
maldito, a raiz de todos os perversos. Quero dizer o pecado de incredulidade.
Diz nosso Senhor, versículo 9, "do pecado, porque não creem em mim."
Mas acaso o mundo cristão, ou algum de vós que me ouve este dia, quer que o
Espírito Santo vos convença da vossa incredulidade? Há alguns infiéis aqui? Se,
(como se eu não tivesse razões de mais para pensar assim!) temo-me que a
maioria o são: não certamente tão infiéis que negam ao Senhor que nos comprou
(Embora temo que muitos destes monstros existem ainda em todos os países); mas
eu quero dizer tais crentes não têm mais fé do que a dos próprios demônios.
Possivelmente
tu podes acreditar que tu crês, porque repetes o credo, ou porque assinas uma
confissão de fé; ou porque vai à igreja ou a reuniões, ou porque recebes o
sacramento, ou porque participas duma comunhão plena. Estas são bênçãos
privilegiadas; mas tudo isto pode ser feito, sem ser nós crentes verdadeiros. E
não sei como detectar a tua falsa e hipócrita fé, melhor do que fazendo-te esta
pergunta: Por quanto tempo creste? Não diria a maioria de vós, desde que nos
podemos recordar; nós nunca descremos? Então este é um sinal muito certo que tu
não tens, de modo algum, verdadeira fé; não, nem tanto como um grão de
mostarda; porque se tu crês agora (e a menos que fosses santificado desde sua
infância, que é o caso de alguns), deves saber que houve um tempo em que não
acreditavas no Senhor Jesus Cristo; e o Espírito Santo, se alguma vez O
recebeste, convenceu-te disto. A Verdade Eterna declarou "Quando Ele vier
convencerá ao mundo de pecado porque não creem em Mim".
Nenhum
de nós crê por natureza; mas depois que o Espírito Santo nos convenceu do
pecado das nossas naturezas, e do pecado das nossas obras e vidas, com o fim de
nos convencer da nossa incapacidade total para nos salvarmos a nós mesmos e que
devemos ser devedores com Deus, assim como por todo o resto, pela fé (porque
sem fé é impossível agradar, ou ser salvo por Cristo) Ele convence-nos também,
que não temos fé. “Credes vós no filho de Deus?” É a grande pergunta que o
Espírito Santo faz à alma: ao mesmo tempo que trabalha com tal poder e
demonstração, que a alma vê, e fica obrigada a confessar, que não tem fé.
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