sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

O ESPÍRITO SANTO CONVENCENDO O MUNDO DO PECADO, DA JUSTIÇA E DO JULGAMENTO



      
de
George Whitefield (1714-1770)
continuação
Alguma vez mentiste aos pés da Graça soberana, e seguidamente disseste: "Senhor, se Tu quiseres, podes me salvar; se não, podes justamente amaldiçoar-me; Não tenho nada que alegar, não posso me justificar a mim mesmo na Tua presença; as minhas melhores ações, vejo que me condenam, e que unicamente posso depender da Tua Graça gratuita"? O que dizes? Foi isto alguma vez, ou é agora, a linguagem habitual dos vossos corações? Estiveste frequentemente no templo; mas alguma vez te aproximaste da disposição do publicano pobre, e, depois que fizeste tudo, deste-te conta que não tens feito nada; e, que por cima disso experimentas um sentimento da tua própria indignidade e de qualquer forma pecaminoso, fere o teu peito e diz "Deus, sê misericordioso conosco, pecadores?" Se tu nunca sentiste isto, o Consolador nunca entrou eficazmente na tua alma, estás fora de Cristo; e se Deus requeresse a tua alma nesta condição, não ia ser melhor para ti que um fogo consumidor.
         Mas há um quarto pecado, do qual o Consolador, quando vem convence à alma e que é o único (é muito notável) que o nosso Senhor menciona, como se fora, o único pecado que vale a pena mencionar; porquanto, de fato, é a raiz de todos os outros pecados quaisquer que sejam: é o pecado que impera e também o que amaldiçoa no mundo. E o que imaginas que poderia ser esse pecado? É esse pecado maldito, a raiz de todos os perversos. Quero dizer o pecado de incredulidade. Diz nosso Senhor, versículo 9, "do pecado, porque não creem em mim." Mas acaso o mundo cristão, ou algum de vós que me ouve este dia, quer que o Espírito Santo vos convença da vossa incredulidade? Há alguns infiéis aqui? Se, (como se eu não tivesse razões de mais para pensar assim!) temo-me que a maioria o são: não certamente tão infiéis que negam ao Senhor que nos comprou (Embora temo que muitos destes monstros existem ainda em todos os países); mas eu quero dizer tais crentes não têm mais fé do que a dos próprios demônios.
         Possivelmente tu podes acreditar que tu crês, porque repetes o credo, ou porque assinas uma confissão de fé; ou porque vai à igreja ou a reuniões, ou porque recebes o sacramento, ou porque participas duma comunhão plena. Estas são bênçãos privilegiadas; mas tudo isto pode ser feito, sem ser nós crentes verdadeiros. E não sei como detectar a tua falsa e hipócrita fé, melhor do que fazendo-te esta pergunta: Por quanto tempo creste? Não diria a maioria de vós, desde que nos podemos recordar; nós nunca descremos? Então este é um sinal muito certo que tu não tens, de modo algum, verdadeira fé; não, nem tanto como um grão de mostarda; porque se tu crês agora (e a menos que fosses santificado desde sua infância, que é o caso de alguns), deves saber que houve um tempo em que não acreditavas no Senhor Jesus Cristo; e o Espírito Santo, se alguma vez O recebeste, convenceu-te disto. A Verdade Eterna declarou "Quando Ele vier convencerá ao mundo de pecado porque não creem em Mim".
         Nenhum de nós crê por natureza; mas depois que o Espírito Santo nos convenceu do pecado das nossas naturezas, e do pecado das nossas obras e vidas, com o fim de nos convencer da nossa incapacidade total para nos salvarmos a nós mesmos e que devemos ser devedores com Deus, assim como por todo o resto, pela fé (porque sem fé é impossível agradar, ou ser salvo por Cristo) Ele convence-nos também, que não temos fé. “Credes vós no filho de Deus?” É a grande pergunta que o Espírito Santo faz à alma: ao mesmo tempo que trabalha com tal poder e demonstração, que a alma vê, e fica obrigada a confessar, que não tem fé.

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