“Se confessarmos os nossos pecados Ele é Fiel
e Justo para perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João
1:9). (segunda)
A pergunta é esta:
Quem são os perdidos? Respondo que são aqueles que se achegam ao Senhor em
sincera confissão de fé. Podemos ilustrar com o caso dos dois ladrões que foram
crucificados ao lado do Senhor Jesus, conforme é narrada por Lucas em seu
evangelho no cap. 23. Os dois eram culpados? Absolutamente culpados. Ambos
nasceram no pecado. O sangue adâmico corria em suas veias; a culpa do pecado
marcava suas consciências, mesmo cauterizadas; as suas mãos estavam manchadas e
eram juntamente amaldiçoados pela lei de Deus que os empurrava para o castigo
eterno. Por que Cristo salvou um e o outro não? A resposta está no fato que dos
lábios de um partiu uma sincera confissão de fé; foi uma alma cujos olhos
espirituais foram abertos para ver sua própria miséria e loucura por ter vivido
longe de Deus e quebrando Sua santa lei. Ali estava um homem que, por meio de
um milagre de Deus em seu coração pode ver toda sua loucura em ter vivido neste
mundo à busca de seus direitos. Quando seus olhos puderam fitar o glorioso
Filho de Deus ao seu lado, perante o Salvador Bendito ele não perdeu a oportunidade
de lançar sobre o Filho de Deus sua confissão, para esperar Dele que é
misericordioso seu perdão e salvação, como de fato alcançou.
Em 1 João 1:9 está
bem claro que nenhum pecador conhecerá o Bendito Salvador se não se achegar a
Ele em confissão. “Se confessarmos”. Quer saber qual é o verdadeiro pecador que
encontra a verdadeira salvação? Eis aí o teste. Há confissão? É uma alma aberta
para Deus? Nada há encoberto? Estou bem certo que tal ensino em nada é
agradável à natureza orgulhosa e vaidosa do homem que, especialmente em nossos
dias, sente-se lisonjeado pelos falsos profetas. Vamos enfrentar a realidade?
Digo e afirmo, de passagem, que a doutrina da confissão em nada é bem aceita
pela natureza carnal e egoísta do homem. Ele está pronto a aceitar qualquer
proposta, mesmo que tenha de fazer tremendo sacrifício; mesmo que tenha que
pagar muito caro; não importa se é bíblico ou não; tem que ser por meio daquilo
que lhe leva a sentir bem. Está pronto a barganhar; está pronto a fabricar um
deus que lhe agrade, mas em nada quer saber de achegar-se ao Deus Vivo e
Verdadeiro em sinceridade de coração para a grande realidade da confissão; nada
de querer invocar o Nome do Senhor para ser salvo.
Mas o Grande Deus não mudou e nem vai mudar;
Sua palavra também é imutável e gloriosa, e esse Deus sempre exaltou e vai
exaltar sua Palavra. O que o Grande Deus afirma a respeito do homem? Diz que é culpado,
condenado, arruinado, amaldiçoado pela santa lei, caído em Adão, completamente
imundo perante os olhos daquele que é Santo, Santo, Santo. Como um culpado deve
chegar perante o Rei do Universo? Como um culpado e condenado pode chegar
perante o Perfeito Juiz do universo? Como o caco de barro ficará perante o
oleiro? Chegará com arrogância? Tentará usar de disfarce perante aquele cujos
olhos nada há encoberto? Tentará manipular aquele que não olha face de ninguém,
nem tampouco faz acepção de pessoas? Há de procurar atalhos para chegar a Deus?
Poderá se justificar perante aquele Juiz que já declarou que todos são culpados,
e que aos culpados não tem por inocente?
A única maneira é
chegar em confissão. O
verso lido é bem claro. O Trono de Deus é de misericórdia, então, é melhor
achegar-se perante esse Deus que estende essa misericórdia para o aflito,
abatido e emudecido; que afirma ter misericórdia de quem Ele quiser usar de
misericórdia. O evangelho alcança corações arrependidos e somente os
arrependidos podem entender o que é confissão genuína. A linguagem do pecador
que Deus ouve, é a linguagem da confissão sincera. O pecador assim pode estar
certo que chegou perante o Salvador; que se deparou perante Sua face Bendita. O
homem que enxerga sua imundície espiritual, certamente encontrará o Sangue
Remidor para Sua completa purificação.
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