sexta-feira, 26 de março de 2021

A ENCARNAÇÃO DO FILHO (8)


“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade; e vimos a Sua glória, glória como a do Unigênito do Pai” (João 1:14)  

SUA DIVINDADE. “E vimos a Sua glória”.

        Ó como estamos longe de compreender a glória de Cristo! O mundo odeia qualquer ensino sobre esse glorioso ser, porque sem dúvida, Satanás odeia. Toda atividade religiosa, proveniente do próprio mundo e dos mundanos, tendem a negar a glória do Verbo que se fez carne e habitou entre nós. Mas eis aí João, lembrando da experiência dele, de Pedro e de Tiago: “E vimos a Sua glória...”. Isso indica Sua grandeza, poder, majestade e sublimidade do Filho de Deus. Não ficaríamos deslumbrado com a glória do rei Salomão? Foi assim que ficou a rainha de Sabá, quando veio de longe e contemplou de perto a majestade daquele rei que Deus tanto exaltou em sabedoria e riqueza. Mas veja o que o Senhor disse aos judeus, quando usou a ilustração da rainha de Sabá: “Aqui está quem é maior que Salomão”.

        Aquela visão que deixou os três discípulos aterrados, foi uma demonstração passageira do que realmente a glória do nosso Senhor. De fato, tudo o que homens aqui na terra puderam contemplar e que os levou a pensar que iriam morrer, era a glória do Senhor Jesus, antes da Sua encarnação. Foi o que Isaías, Moisés, Daniel e outros viram. Quanto aos judeus que puderam ver a face apenas de um pobre Nazareno, eles em sua incredulidade ficaram se contorcendo de ódio, porquanto desconheciam o Deus que o Velho Testamento, em sua completude descreve.

        Como nós podemos conhecer a glória do Verbo? É impossível para nós, ainda nesta carne ver a face maravilhosa do Senhor, porque jamais suportaríamos. Podemos conhece-lo como Deus-Homem, porque Ele se fez carne e tal verdade pode chegar, pela graça à nossa frágil compreensão de coisas eternas. Mas, o evangelho bíblico é chamado de “O evangelho da glória de Cristo”. É através que a alma sente perplexa ante os fatos narrados nas Escrituras. A mensagem de Sua glória é para chegar aos corações; tem em vista levar a luz até o homem interior, a fim de trazer-lhe temor.

        A espada do Espírito não foi feita de plástico, não é brinquedo para crianças. Ela é poderosa para atravessar o peito e varar a alma, a fim de que os pecadores vejam sua condição por dentro. Foi isso o que ocorreu quando Deus foi engrandecido com mensagens santamente bíblicas. Foi isso o que aconteceu em Jerusalém, após a firme pregação de Pedro, usando o livro do profeta Joel. Pois é, a espada penetrou nos corações, fazendo milhares de almas sentir a dor atroz de suas consciências culpadas. Foi assim que eles entenderam a verdade e passaram a temer ao Senhor. O Verbo encarnado nunca, jamais deixou de figurar Seu nome e Sua glória. Sempre lembrou Seus servos o custo de viver aqui e sofrer por causa do Seu nome. Isso mostra o quanto o mundo sente-se aterrorizado, porque a mensagem do evangelho silencia as trevas e faz os homens tremer diante do fato que o Verbo encarnado é cheio de glória.

        Amigo leitor, não estamos lidando com a glória dos anjos. Eles são gloriosos, sim, mas a glória deles lhes foi concedida na criação e eles estão acima dos homens em poder, pois são espíritos. Mas, quão diferente é a glória de Cristo! Ele não foi criado, mas sempre existiu. O Pai da eternidade domina sobre tudo: tempo, nomes e coisas. Ele diz: “Eu sou o Alfa e o Õmega” (nomes), “o princípio e o fim” (tempo) e “o primeiro e o último” (coisas). Por que não curvamos aos Seus pés para adorá-Lo? A salvação não quebrou nossos joelhos, nem fez nossas cabeças curvadas? Se não tivéssemos a bíblia, a revelação especial em nossas mãos, teríamos o céu acima de nossas cabeças, declarando que “Os céus proclamam a glória de Deus”. Ora, o firmamento deveria ter o peso de toneladas para quebrar nosso ego e esmigalhar nossa soberba no pó, ao contemplar a majestade e glória do Verbo que se fez carne.


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