“Todos nós bramamos
como ursos e gememos como pombas; esperamos o juízo, mas ele não aparece/
esperamos a salvação, mas ela está longe de nós. Porque as nossas transgressões
se multiplicam diante de Ti, e os nossos pecados testificam contra nós. As
nossas transgressões estão conosco, e conhecemos as nossas iniquidades. Temos
sido infiéis e mentimos contra o Senhor; nós nos afastamos do nosso Deus;
pregamos a opressão e a rebeldia; proferimos palavras de falsidade que
concebemos em nosso coração. Por isso o direito se retirou e a justiça se pôs
de longe, porque a verdade anda tropeçando pelas praças, e a retidão não pode
entrar”. ISAÍAS 59:11-14
CONFESSANDO A MANEIRA
CLARA COMO O PECADO DOMINA NO ÍNTIMO.
A vida parece maravilhosa, monótona e
cheia de sossego, até que o Espírito Santo abra os olhos e revele o que está
cercando sua vida, quem são seus companheiros. Notamos essa verdade na vida de
Isaías, pois quando foi tomado pela visão da glória de Deus, eis que
imediatamente ele pode ver quem realmente era; ele viu o horror e podridão que
produzia essa fábrica interior, fazendo de sua boca um instrumento da perversidade.
Sem a luz da verdade revelada o pecado se ocultará e mostrará apenas aquilo que
fica na superfície. Os homens veem e sentes aqui apenas a espuma do que é a
realidade de suas maldades. Sempre compreendemos nossa culpa a partir daquilo
que praticamos na sociedade, ou mesmo do conceito de uma religião sem bíblia
que nos foi passada desde nossa infância. A ideia é que pelo fato que nunca
roubei, matei ou pratiquei quaisquer coisas feias, então tudo está bem comigo.
Mas não é assim que os eleitos percebem
as coisas, pois eles sentem a miséria na alma: “Todos nós bramamos como urso e
gememos como pombas...” Os pecadores arrependidos, os que buscam a verdade
vinda de Deus, eles sentem que a multiplicidade de nossa culpa é vertical, não
horizontal. Foi nesse sistema de medida vertical que Deus considerou que era o
tempo certo de destruir as duas cidades de Sodoma e Gomorra. Os pecados delas
se multiplicaram, chegando até o céu. Minha condição tão triste no pecado só
pode ser vista quando Deus revela em Sua misericórdia. A lei traz a ficha
criminal, a fim de expor perante meus olhos interiores. Assim meus pecados são
realmente vistos por meio da revelação escrita, isto é, quando Deus, por meio
do Seu Espírito mostra isso ao pecador. Posso tomar a vida de Raabe aqui,
porque as notícias que ela teve acerca do Deus de Israel e do que Ele fez,
abrindo o mar vermelho e guiando Israel
pelo deserto, foram suficientes para gerar nela a fé que é dada aos santos.
Vemos que por muito tempo Raabe esperou, sabendo que Deus enviaria Seus
emissários para ela falar de sua confissão de fé, como de fato aconteceu num
ambiente perigoso em Jericó (Josué 2).
Como os eleitos veem seus pecados?
Examinemos o que o texto de Isaías 57 nos oferece, porque não vemos homens
brincando, nem buscando coisas desta vida passageira. Eles estão encarando o
céu; eles estão com seus corações voltados para Altíssimo, à busca de uma
resposta, porquanto esse grupo de pecadores percebe que seus pecados aparecem
como seus reais inimigos: “testificam contra nós”. Agora, sua consciência que
antes permanecia tapada e obscurecida, agora é despertada pela luz celestial.
Então, aqueles que antes pareciam amigos voltam suas faces de terror, mostrando
que eles são culpados. Milhares de almas vivem em harmonia com suas maldades no
íntimo; muitos pensam que seus pecados vão embora, que são como rastro na
areia, mas quão enganados são, porque eles não percebem esses inimigos atrozes
não vão embora, eles se multiplicam e enchem o aposento do coração e se
multiplicam. O que o texto mostra é que os eleitos percebem que seus pecados
estão continuamente ali a fim de alimentar ainda mais seus sofrimentos.
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