sexta-feira, 10 de março de 2017

UMA NARRATIVA DA SALVAÇÃO (9 de 10)

“Laços de morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; caí em tribulação e tristeza. Então, invoquei o nome do Senhor: ó Senhor, livra-me a alma” Salmo 116:3 e 4)
O RESULTADO ETERNO DESSA SALVAÇÃO: “volta, ó...”
        Que resultado precioso na alma! “Volta, ó minha alma ao teu sossego...”. Eis aí o fruto da perfeita justiça, quando o pecador é salvo. Eis aí o que Deus faz com o homem, quando este é reconciliado mediante o sangue do Filho. O que acontece é que a alma encontra seu lugar de repouso; não há mais guerra, acabou o conflito e a alma está quedada aos pés do Senhor. Vemos que enquanto isso não ocorre, eis que os homens continuam fugindo de Deus, armados contra Deus e em emboscada para atirar contra Deus. Tenho lidado com várias pessoas na comunicação do evangelho. Elas estão dispostas a conversar sobre políticas, finanças, amizades, passeios e outras conversas inúteis, mas quando o assunto da mensagem da cruz vem à tona, eis que no coração elas imediatamente se fecham e se escondem. Alguns ficam atormentados com a mensagem do juízo, por isso tentam escapar para não ouvir, assim como ocorreu com o governador Félix ao escutar a mensagem pregada por Paulo.
        “Volta, ó minha alma, ao teu sossego”. Outra lição que emerge do texto é que a fé passa a comandar a alma. Antes era a carne puxando a alma para as armadilhas da vaidade; antes era a pobre alma subordinada aos costumes e paixões demandados pelo mundo e pela carne; antes era a alma submissa às mentiras e prontas para esconder-se da verdade. Mas agora a alma recebe a liderança da fé genuína, a qual foi implantada no coração do salvo. Agora o novo homem está em ação; agora a alma está fortalecida pelo homem interior, nascido de novo. Então, a alma parou de ser atropelada; parou de ser levada pela cegueira da incredulidade. Agora tem uma voz ativa no íntimo; agora tem alguém que ama a Deus e que é conduzido por Deus. Agora tem alguém mais forte – o novo homem em Cristo. Agora tem alguém cheio de temor e que pode andar em sabedoria. Por isso a voz da santíssima fé ordena a alma: “Volta, ó minha alma ao teu sossego...”.
        Por que isso acontece? É simples! Não há glória humana; não há louvor para os atos dos homens; não foi obra da carne nem de qualquer feito mundano. A fé genuína está ligada aos homens e ao mundo, porque a obra feita no coração foi algo do Espírito de Deus. A fé tributa louvores a Deus, reconhecendo seus atos graciosos para com pecadores caídos: “...pois o Senhor tem sido bondoso para contigo”. Agora sim, os lábios físicos estão sob o controle do Espírito; agora sim as emoções estão em seu devido lugar; agora sim a mente não é mais escravizada, pois pode pensar com santo discernimento; agora sim a verdadeira sabedoria entrou em ação, a fim de que o homem viva aqui em santo temor (Provérbios 1:7). A alma está sendo ensinada na força da fé e na aula da graça. Agora a visão foi aberta, porque antes não passava de um cego; agora a fé contempla a cruz e o grande salvador que foi morto em lugar do perdido.
        Que santa história contada a nós na inspiração divina! As circunstâncias são diferentes, mas a verdade é a mesma para todos os santos. Todos eles beberam da mesma agua e comeram do mesmo pão. Todos eles sabem bem como viviam antes, como não tinham paz com Deus e que por isso não tinham sossego nem de dia nem de noite, até que as mãos de misericórdia lhes puxaram para Deus. Essa é a mensagem contada pelo autor de um antigo hino:
        "Bem longe de Deus eu andava, um pobre perdido fui   eu.
        Pensava que fosse impossível, entrar a minha alma no céu.
     Então me entreguei ao meu Mestre, feliz Jesus Cristo me fez.
         A todos eu vou proclamando: foi ele quem me satisfez."

 

 

 

 

 

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