quarta-feira, 1 de março de 2017

UMA NARRATIVA DA SALVAÇÃO (3)

“Laços de morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; caí em tribulação e tristeza. Então, invoquei o nome do Senhor: ó Senhor, livra-me a alma” Salmo 116:3 e 4)
HISTÓRIA INIGUALÁVEL: “Laços de morte me cercaram...”.
        Já pudemos ver o quanto a experiência da genuína salvação está completamente distante da compreensão da mente natural, porque os homens podem entender bem as experiências que tocam a carne e a alma aqui, com o ininterrupto trabalho do diabo, do mundo e da natureza carnal. Mas, na experiência do salmista ele afirma que “Laços da morte...” o cercaram. Para milhares de pessoas que morrem no pecado, eis que a morte não chega com laços, mas sim com sua fúria brutal, aplicando nelas o golpe certeiro que lhe leva para o castigo eterno. Mas em seu caso, percebemos o quanto na salvação o homem é cercado pelas misericórdias de Deus. Por essa razão a morte veio apenas para enlaça-lo: “Laços da morte...”. São os meios que Deus permite, a fim de que a morte chegue para aprisionar alguém, assim como ocorreu com Saulo, quando caiu cego e assim ficou por 3 dias.
        Nessa circunstância tão drástica, mas cheia da graça de Deus, eis que pecadores são visitados pela obra vivificadora do Senhor; eles são cercados pelo amor daquele que os escolheu na eternidade e que provou ser verdadeiro, quando na cruz o Senhor se entregou, a fim de remir um povo para si mesmo. Deus permite que circunstâncias assim cheguem na vida de milhares, com os quais ele quer falar, assim como sucedeu com o salmista. Ele não permite que a morte chegue com seu punhal de terror; ele não permite que a morte venha dominar e esmagar, ela apenas cumprirá o serviço designado pelo Senhor, porque não é permitida que ela tome um salvo e o lance no inferno, assim como faz com milhões e milhares diariamente neste mundo. Que incrível cerco desse amor! Que circunstância maravilhosa, a qual resulta em bênçãos eternais! Que lugar onde somente o salvo encontra a comunhão maravilhosa daquele que não somente veio para salvar, como também para habitar nele!
        Como podemos explicar a salvação? Que linguagem acharemos aqui neste mundo, para descrever isso? Afinal, a experiência do salvo é completamente diferente daquilo que o mundo pensa, sente e busca aqui. Quando Deus opera sua salvação, eis que a alma desce, a fim de subir; o homem é humilhado, a fim de ser colocado nos lugares requintados da salvação. Na salvação é Deus manifestando sua força em dominar a morte e toda sua tentativa de vencer, porque ela é esmagada pelo poder do Senhor em erguer um pecador da morte para a vida (João 5:24). Na salvação eis que a obra da nova criação chega para anular definitivamente os horrores da queda que ocorreu na velha criação, a fim de que Deus erga um novo homem. O que era terreno foi feito celestial; o que era mundano, foi feito para ser de Cristo; o que era apenas esperneio da carne, agora é algo vivificado e dirigido pelo Espírito; o que era envolto em trevas, agora é despertado para viver na luz.
        Sendo assim, não há guerra nesse acontecimento? Claro que sim! “Laços de morte me cercaram...” A morte e o inferno estão perdendo um freguês que era tanto aguardado no além! Agora tudo é diferente, porque as forças da morte são utilizadas para que a graça mostre sua grande e tão gloriosa conquista. Agora é o Senhor, autor dessa tão grande salvação quem entra para mostrar o quanto seu braço é forte, e assim que ele não vai perder nenhum daqueles por quem ele morreu. Assim, esses “laços” se tornam laços que Deus utiliza para puxar o homem para si. Que história dessa redenção! Não foi assim com o ladrão ali na cruz? Que festa fazia o inferno, na esperança de ter mais freguês! Mas entrou o braço forte do Senhor, a fim de tomar sua ovelha para si e leva-lo definitivamente para sua habitação eterna: “...hoje mesmo estarás comigo no Paraiso”.

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