“E assim, se alguém
está em Cristo é nova criatura; as coisas velhas já passaram, eis que se
fizeram novas” (2 Coríntios 5:17)
A REALIDADE DA NOVA
CRIAÇÃO: “...eis que se fizeram novas”
Estou chegando ao fim da exposição do
texto e creio que todo ensino doutrinário tem um propósito prático, porque a
nova criação é a vida do crente, do salvo neste mundo. Sem a demonstração de
que é em Cristo uma pessoa transformada, vivendo em justiça e retidão e
mostrando a real diferença entre o que o pecado fez e o que Deus faz, então
tudo não passa de religiosidade vã, inútil e hipócrita. E a religião hipócrita
é pior do que a incredulidade vil mostrada neste mundo. Não importa a minha
declaração de fé, meus costumes religiosos, nem meu zelo pela minha igreja, o
que importa é ser nova criatura e revelar isso no viver. Sendo assim importa
que entendamos pelas Escrituras a realidade da nova criação.
Primeiramente, a nova criação em Cristo
não destrói o que pertence à antiga criação. A primeira criação é santa,
porquanto tudo o que vem de Deus é puro, santo e bom. Foi o pecado que trouxe a
destruição da criação de Deus; foi o pecado corrompeu tudo e trouxe essa
maldição em tudo o que vemos. Aonde tem pecado, nada fica sem essa conspurcação
do mal. Foi Deus quem fez o álcool, mas é o pecado que tomou posse disso e
transformou em objeto de destruição e ruína. Deus fez o corpo humano puro e
perfeito, mas foi a iniquidade que chegou e lançou mão de algo santo, a fim de
usá-lo como instrumento para o mal. Foi Deus quem fez e santificou o sexo, a
fim de que no uso dentro do plano matrimonial trouxesse ao mundo a bênção e
harmonia da família. Mas foi o pecado que impregnou o coração humano de paixões
e concupiscências, fazendo com que tudo fosse usado como objeto para satisfação
egoísta dos homens e assim causar tanta maldade e destruição como vemos
ocorrendo em nossos dias.
O que Deus fez na obra da graça foi
destruir o efeito do pecado e surgir assim o novo homem que anda em justiça e
retidão. Veja bem que a primeira criação é revestida de glória na nova criação,
como se entrássemos numa casa antiga, a fim de recuperá-la, tirando toda
imundície ali, pintando e adornando-a para um uso próprio. O novo homem em
Cristo vê e santifica tudo o que envolve a vida aqui, e é nessa santificação e
justiça que a nova criação aparece respirando e trazendo um ambiente de graça,
alegria, segurança e prazer. O novo homem vê a santidade de Deus em tudo; o
novo homem honra a Deus e tudo o que tem e vê ao seu derredor, pois tudo
torna-se motivo para adoração e culto a Deus. A nova criação apareceu para
impulsionar os louvores da antiga criação.
É óbvio que a nova criação não veio
mudar os animais, as plantas, etc. Veio sim mudar o homem, tornando-o à imagem
de Cristo, para que esse novo homem venha reger tudo em forma de louvor e ações
de graças (Isaías 55:12,13). Noutras palavras, eis que a nova criação veio
trazer um brilho refulgente de glória, onde só havia trevas e veio acionar a
purificação onde só havia corrupção do pecado. É claro que a nova criação não
veio tirar a morte, porque isso só acontecerá após a ressurreição, mas veio
incitar a criação a querer novo céu e nova terra. Mas nós podemos entender
agora que tudo muda ao derredor, quando o homem passa a ter um novo coração.
Olha como agora ele vê a vida de um ponto de vista diferente; como agora ele
encara seu lar, sua esposa, o marido, os filhos, o dinheiro, os bens, etc. tudo
isso sob o brilho da graça.
É claro que por causa disso o mundo sob
a chefia de satanás há de incitar tudo e todos contra os santos, porquanto é
terrível a resistência das trevas contra a luz. Os santos sabem que não há
possibilidade agora de mudar um ambiente onde reina o pecado e a morte.
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