“Deixo-vos a paz, a
minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso
coração, nem se atemorize” (João 14:27).
O LEGADO DE CRISTO
PARA SEU POVO: “Deixo-vos a paz...”
Prezado leitor, o texto deixa bem claro que a herança da
graça para nós, os salvos, neste mundo é a paz: “Deixo-vos a paz...”. Foi
exatamente essa riqueza para a alma que nosso Senhor prometeu aos Seus servos
que aqui ficaram, enquanto Ele partia para a cruz, ressurreição e finalmente a
glória. Nada nosso Senhor deixou de promessas materiais; nada de qualquer
herança para suas necessidades físicas aqui. Não precisava daquilo que o mundo
tanto procura. O ambiente deles era cercado de terror; satanás usava o mundo
para conspirar contra o reino dos céus e assim os santos de Deus se sentiam
encurralados aqui; a natureza carnal era indigna de qualquer confiança, porque
só se inclinava para fugir e negar o Filho de Deus.
Por essa razão não devemos ver a paz
como uma herança mesquinha e indigna de nossa atenção. Precisamos examiná-la de
perto e assim considerá-la como uma dádiva graciosa, poderosa e oportuna,
porque quando nosso ser está revestido dessa virtude, nada por fora pode ser
considerado como terror, mesmo que toda parte externa nossa esteja tremendo
devido nossa extrema fraqueza. Foi exatamente isso o que Paulo quis dizer: “Em
tudo somos atribulados, porém, não desamparados; abatidos, porém não destruídos”
(2 Coríntios 4:9).
Mas, voltando ao texto vemos que nosso
Senhor passa para Seus discípulos a Sua paz: “...a minha paz vos dou...”. Ora,
isso é de vital importância. Ele não jogou palavras fora, não abandonou Seus
servos atirando-os ao desprezo. Creio que dá para caminharmos juntos na
descoberta dessa joia preciosa que os santos tanto precisam, mas que muitos
vezes não é buscada, justamente porque não vemos seu real valor. Quão
maravilhoso é o Senhor, porquanto em Sua graça Ele sabe bem o que Seu povo
precisa e traz para nós essa bondosa provisão, a qual está acima de qualquer
compreensão deste mundo.
Veja bem que Judas não pode experimentar
essa paz, pois veio a ser arrancado da comunhão que o Senhor queria ter apenas
com Seus escolhidos e Judas estava enquadrado como filho da perdição. Em seu
engano ele pensava que a paz era achada nos lucros financeiros, numa boa
posição no viver social deste mundo. Nosso Senhor não recruta inimigos para a
batalha; Ele não tem promessas eternas para os mundanos, os que parecem ser
crentes, mas não são. A promessa da paz é dada aos que vão participar da guerra
aqui; aos que vão lutar bravamente pela causa da verdade; aos que vão encarar
de perto as hostes inimigas e caminhar rumo ao céu. Os mundanos têm o deus
deste século com suas promessas que agradam e satisfazem a carne. Também,
podemos afirmar que os santos entendem a linguagem do Senhor. Os discípulos
compreendiam o quanto o Senhor lhes amava e que tinha o melhor, o excelente
para eles. Por essa razão não reagiram contra.
O que significa essa paz? É óbvio que é
a paz de Deus, mas é a paz que o próprio Filho de Deus conquistou como o
perfeito Homem aqui. Veja amigo o viver do Senhor; veja como foi Sua jornada aqui;
veja Sua humilhação, Sua disposição de tornar semelhante a nós, mas sem pecado.
Veja Sua caminhada por este vale de dor, de angústia, de tristeza; veja como
Ele encarou tudo isso, como foi submisso ao Pai numa disposição incrível de
obediência. Jamais recuou ante todas as investidas do inimigo; veja que em nada
considerou aqui como um lugar de descanso, pois tinha uma meta, tinha como
intuito levar muitos filhos à glória; tinha o amor eterno, o mesmo amor do Pai
arraigado em Seu coração, a fim de amar Seu povo, como de fato provou. Em tudo
provou uma paz incomum, uma disposição serena e sacrificial. Essa paz Ele passa
a nós, Seus santos.
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