“Deixo-vos a paz, a
minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso
coração, nem se atemorize” (João 14:27).
Caro leitor, continuo com essas
palavras, tentando ser bem claro para mostrar os perigos que envolvem uma paz
que não vem do Senhor aos nossos corações. Precisamos acautelar-nos com a paz
que procede de um positivismo mental. Temos muito disso em nossos dias.
Acredito que isso seja uma das mais perigosas armadilhas do programa da nova
era. Estamos vivenciando os dias, quando os homens não toleram a verdade
absoluta. Eu me lembro quando uma senhora em nossa estava com câncer e que
precisava passar por uma cirurgia. Mas não me esqueço quando alguém que
querendo ajudar e trazer conforto e esperança a ela, mostrou exatamente o que o
que quero dizer aqui com o positivismo mental. Ele disse o seguinte: “Não se
preocupe, não é nada; tudo vai passar”.
Eu sei que as intenções daquele senhor
eram as melhores, mas suas palavras mostravam insensatez. Como não era nada?
Era sim! Ela precisava ser operada e havia possibilidade de agravar sua
situação e levá-la à morte. Eu me lembro de uma senhora que estava também com
câncer, mas que procurava ter em sua companhia pessoas que podiam dizer-lhe: “O
Senhor já lhe curou, fique em paz”. Isso encheu seu coração de uma esperança
vã. Ela acreditava que nada mais tinha de anormal, até que um médico foi franco
para com ela, quando afirmou que a situação era grave e que não havia
possibilidade de cura. E de fato ela veio a falecer.
Estou dizendo isso porque a poderosa
onda de superstição tem entrado nas igrejas e tirado muitos da realidade das
coisas. A exortação de Pedro é: “Sede sóbrios” (1 Pedro 5:9). Mas esse positivismo
inútil tem procurado ficar mais e mais distanciado das afirmações dogmáticas e
absolutas da Palavra de Deus. Fujamos disso, porque dela provém uma paz tão
perigosa, que somos incapazes de descrevê-la. A Bíblia traz consigo o seu: “sim,
sim”, mas também traz o seu: “não, não”, e acrescenta que o que passa disso é
proveniente do pai da mentira.
Também importa afirmar que há perigo em
confundir a paz de Cristo, com a paz articulada pela natureza enganosa da
carne. Isso sempre aconteceu e acontece muito mais em nossos dias. Os homens
hoje são espertos na arte de querer enganar e ludibriar o próprio Deus. Muitos
lutam por conseguir uma paz assim, na carne; muitos procuram até mesmo achar
versos bíblicos que venham a acalentar seu ego e santificar seus planos que vão
contra Deus. Que fujamos dessa aventura para o mal; que cuidemos em ser
apanhados pela nossa própria malícia. Muitos querem forçar uma paz, quando
realmente estão lutando contra Deus. Não é essa a paz que os falsos mestres
proclamam? “Viram vaidade e adivinhação mentirosa os que dizem: O Senhor disse;
quando o Senhor não os enviou; e fazem que se espere o cumprimento da palavra”
(Ezequiel 13:6).
Então, chequemos bem essa dinâmica
promessa do Senhor: “Deixo-vos a paz...”, porque ela não é atirada a nós de qualquer
maneira. A paz de Cristo é uma joia conquistada pelo Filho de Deus, por meio de
Sua jornada de lutas, enfrentando dores, provações, angústias e sofrimentos. O
Varão de dores, o Homem perfeito trouxe ao Seu povo algo que Ele mesmo extraiu
nessa valente e santa jornada de humilhação. Sua paz foi testada em tudo e quando chega a nós ela
será realmente vista em nós quando passarmos por lutas, guerra contra o mal,
provações, etc. A nossa perseverança será a coroa dessa paz sobre nossa cabeça,
porque quando muitos fogem, os que têm essa paz permanecem inabaláveis.
O mundo busca a paz estendendo as mãos para
o mal; os crentes mostram sua paz resistindo o mal:
“Oh Jesus! Vem
proteger-me; guarda-me por compaixão!
Oh Jesus! Vem defender-me; sê tu minha
salvação!”
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