quarta-feira, 18 de maio de 2016

HERANÇA DE CRISTO PARA SEU POVO NA TERRA (10)




“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27).
        Caro leitor, continuo com essas palavras, tentando ser bem claro para mostrar os perigos que envolvem uma paz que não vem do Senhor aos nossos corações. Precisamos acautelar-nos com a paz que procede de um positivismo mental. Temos muito disso em nossos dias. Acredito que isso seja uma das mais perigosas armadilhas do programa da nova era. Estamos vivenciando os dias, quando os homens não toleram a verdade absoluta. Eu me lembro quando uma senhora em nossa estava com câncer e que precisava passar por uma cirurgia. Mas não me esqueço quando alguém que querendo ajudar e trazer conforto e esperança a ela, mostrou exatamente o que o que quero dizer aqui com o positivismo mental. Ele disse o seguinte: “Não se preocupe, não é nada; tudo vai passar”.
        Eu sei que as intenções daquele senhor eram as melhores, mas suas palavras mostravam insensatez. Como não era nada? Era sim! Ela precisava ser operada e havia possibilidade de agravar sua situação e levá-la à morte. Eu me lembro de uma senhora que estava também com câncer, mas que procurava ter em sua companhia pessoas que podiam dizer-lhe: “O Senhor já lhe curou, fique em paz”. Isso encheu seu coração de uma esperança vã. Ela acreditava que nada mais tinha de anormal, até que um médico foi franco para com ela, quando afirmou que a situação era grave e que não havia possibilidade de cura. E de fato ela veio a falecer.
        Estou dizendo isso porque a poderosa onda de superstição tem entrado nas igrejas e tirado muitos da realidade das coisas. A exortação de Pedro é: “Sede sóbrios” (1 Pedro 5:9). Mas esse positivismo inútil tem procurado ficar mais e mais distanciado das afirmações dogmáticas e absolutas da Palavra de Deus. Fujamos disso, porque dela provém uma paz tão perigosa, que somos incapazes de descrevê-la. A Bíblia traz consigo o seu: “sim, sim”, mas também traz o seu: “não, não”, e acrescenta que o que passa disso é proveniente do pai da mentira.
        Também importa afirmar que há perigo em confundir a paz de Cristo, com a paz articulada pela natureza enganosa da carne. Isso sempre aconteceu e acontece muito mais em nossos dias. Os homens hoje são espertos na arte de querer enganar e ludibriar o próprio Deus. Muitos lutam por conseguir uma paz assim, na carne; muitos procuram até mesmo achar versos bíblicos que venham a acalentar seu ego e santificar seus planos que vão contra Deus. Que fujamos dessa aventura para o mal; que cuidemos em ser apanhados pela nossa própria malícia. Muitos querem forçar uma paz, quando realmente estão lutando contra Deus. Não é essa a paz que os falsos mestres proclamam? “Viram vaidade e adivinhação mentirosa os que dizem: O Senhor disse; quando o Senhor não os enviou; e fazem que se espere o cumprimento da palavra” (Ezequiel 13:6).
        Então, chequemos bem essa dinâmica promessa do Senhor: “Deixo-vos a paz...”, porque ela não é atirada a nós de qualquer maneira. A paz de Cristo é uma joia conquistada pelo Filho de Deus, por meio de Sua jornada de lutas, enfrentando dores, provações, angústias e sofrimentos. O Varão de dores, o Homem perfeito trouxe ao Seu povo algo que Ele mesmo extraiu nessa valente e santa jornada de humilhação. Sua paz  foi testada em tudo e quando chega a nós ela será realmente vista em nós quando passarmos por lutas, guerra contra o mal, provações, etc. A nossa perseverança será a coroa dessa paz sobre nossa cabeça, porque quando muitos fogem, os que têm essa paz permanecem inabaláveis.
        O mundo busca a paz estendendo as mãos para o mal; os crentes mostram sua paz resistindo o mal:
                  “Oh Jesus! Vem proteger-me; guarda-me por compaixão!
                         Oh Jesus! Vem defender-me; sê tu minha salvação!”
       

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