“Em verdade, em
verdade vos digo, que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado” (João
8:34)
A PROVA DA ESCRAVIDÃO: “...todo o que comete
pecado...”
Querido
leitor, posso afirmar com toda confiança bíblica que a escravidão na qual se
encontram os homens caídos é também conquistadora, pois conquistou totalmente
nosso ser. O pecado não tomou uma parte, tomou tudo, assim como a morte quando
chega afeta tudo. O homem não é um escravo pela metade; não é um meio escravo e
a outra parte livre. O pecado tomou para si todos os membros do corpo, a fim de
que fossem utilizados como instrumento da iniquidade. O pecado tomou as emoções
e ali incendiou com suas paixões e ferveu seu caldo de mentiras, engano e
ilusão.
O pecado
tomou para si a mente, desligou-a completamente da luz de Deus, a fim de que
habilmente fizesse da mente humana um lugar escuro, onde todas as suas
atividades ficassem encobertas. Sendo assim, ali não há lugar para achar
qualquer bom senso, temor, conhecimento de Deus, mas tão somente loucura,
covardia e disposição para caminhar para o abismo sem qualquer noção de perigo.
Enfim, o pecado cegou, emudeceu, ensurdeceu e paralisou tudo o que fora feito
na perfeita arte da criação de Deus. O pecado não tem poder para criar, mas só
para destruir, e nisso que faz tem habilidade. Então amigo leitor, olhe o pobre
escravo no pecado; olhe-o com a visão Bíblica, siga os ensinos de Deus e você
verá quão aterrorizante é a situação do homem. É claro que satanás pinta a casa
por fora, como se pinta um sepulcro; é claro que olhando do ponto de vista tão
humanista, nada veremos daquilo que Deus nos tem ensinado.
Mas agora é
o momento para que vejamos o que realmente significa viver nessa escravidão. A
parte prática de tudo isso é mostrada na linguagem do nosso Senhor? “...é
escravo do pecado”. Analisemos à luz do contexto, pois nosso Senhor está
perante um povo aparentemente entendido da bíblia; aparentemente capaz até
mesmo de ensinar aos outros sobre Deus e sobre Sua lei. Mas ali estava uma
multidão de homens e mulheres presos, acorrentados, algemados, dominados pela
vileza do pecado, o qual comandava seus corações. E eles provavam isso pela
maneira orgulhosa como se comportavam.
Ora, eles
estavam desafiando alguém que provava sempre pelas suas obras e pelas Suas
palavras que era de fato o Filho de Deus. Todo ensino que eles tinham servia
apenas como um tipo colchão, onde eles descansavam na ilusão de que eles
pertenciam a Deus e de que iriam morar com Abraão no Paraíso. Nosso Senhor
enxergava aqueles homens conforme a luz da verdade, conforme a realidade das
coisas. Sua glória fazia com que Ele fosse além do véu e esmagasse tudo o que
era apenas uma visão externa das coisas.
Amado leitor,
os crentes agora podem entender essas coisas; eles podem dizer com o salmista,
que foram tirados do poço da perdição; agora entendem que a porta da prisão
onde estavam acorrentadas foi destruída pelo poderoso Filho de Deus. Por fora
os homens são arrogantes e veem apenas um lindo caminho à frente e uma
esperança de um futuro melhor aqui. Veja Faraó em sua estúpida decisão de
resistir as ordens de Deus. Quem era aquele monarca? Para os homens era ele o
grande chefe, que acreditava mandar e desmandar, mas para Deus não passava de
um pobre verme. A realidade do domínio do pecado é visto na soberba em que
vivem os homens: “...sem Deus no mundo” (Efésios 2:12).
Meu amigo,
quando você resiste a Deus, você realmente está declarando no íntimo que Ele é
um mentiroso e que o diabo é verdadeiro. Lembre-se que não há aqui ninguém que
possa lhe mostrar sua condição tão triste no pecado. O evangelho bíblico chega
com poder para rasgar o véu da ignorância e entrar no recinto tão escuro, a fim
de mostrar a gravidade da condição do homem, e assim levá-lo ao Salvador
Bendito.
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